20 anos de Atenas 2004: relembre campanha do Brasil

Por Virgílio Franceschi Neto
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Vanderlei Lima of Brazil celebrates after finishing third and winning the bronze medal in the men's marathon on August 29, 2004 during the Athens 2004 Summer Olympic Games at Panathinaiko Stadium in Athens, Greece.
Foto por Andy Lions/2004 Getty Images

20 anos, em um 13 de agosto, começavam os Jogos Olímpicos Atenas 2004. O evento voltava às suas origens: a Grécia. Depois de não ir ao topo do pódio na edição passada, em Sydney 2000, a capital grega reservou – boas – surpresas que fizeram daqueles Jogos os que o Brasil mais conquistou medalhas de ouro até então: cinco. Mais as duas de prata e as três de bronze, foram 10 no total.

A delegação brasileira contou com 247 atletas (122 mulheres e 125 homens), que entrou na parada das nações no estádio Olímpico de Atenas tendo como porta-bandeira Torben Grael, da vela.

As cinco medalhas de ouro em apenas uma edição foram marco para a história Olímpica do país. No entanto, Atenas 2004 muitas vezes é lembrada pelo heroico bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima, na maratona.

A fim de resgatar as duas décadas daqueles Jogos, o Olympics.com preparou um resumo com momentos inesquecíveis do Brasil na capital grega.

Mais bicampeões Olímpicos na história do Brasil em Jogos

Em Atenas 2004 o Brasil conheceu mais bicampeões Olímpicos, além de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo. Robert Scheidt, na classe Laser da vela, além de Torben Grael, também na vela, na classe Star, com a dupla Marcelo Ferreira. Grael tornou-se o atleta brasileiro com mais medalhas em Jogos, com cinco.

Ouro também no vôlei, com o segundo título da seleção masculina. O time contava com craques como Dante, Nalbert, Gustavo, André Heller além de campeões em Barcelona 1992, como Maurício e Giovane. Foi a primeira conquista Olímpica do treinador Bernardinho.

Também no vôlei, mas no de praia, que o país faturou mais um ouro, com Ricardo e Emanuel. No feminino, Adriana Behar e Shelda obtiveram a prata.

Prata bastante comemorada com a seleção feminina de futebol

Medalha de prata bastante celebrada foi a da seleção feminina de futebol. Na final, derrota para os Estados Unidos por 2 a 1 no tempo extra, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar. “É a nossa primeira medalha importante, essa é nossa, a gente está levando para o Brasil”, disse Cristiane – máxima goleadora da história Olímpica do futebol - para o ge.com.

Na campanha, a seleção fez 15 gols e sofreu e quatro. Um grande resultado que foi um ponto de partida de glória das brasileiras, com o vice-campeonato da Copa do Mundo de 2007, mais a prata Olímpica de Beijing 2008.

Veja | Quem mais fez gols em torneios femininos de futebol em Jogos Olímpicos

Histórico bronze na maratona e mais duas medalhas no judô

Uma das medalhas mais celebradas do Brasil foi o bronze no masculino da maratona, com Vanderlei Cordeiro de Lima. O brasileiro liderava a prova até o 36º quilômetro, quando um torcedor invadiu a pista e tentou impedi-lo de continuar a prova. Ajudado pelo público, Vanderlei voltou a correr, mas perdeu a vantagem e acabou e ultrapassado na parte final da distância. Ainda assim, manteve a posição para garantir ao país o melhor resultado de sempre da maratona em Jogos Olímpicos.

O judô, modalidade que mais deu medalhas Olímpicas para o Brasil (24), não ficou de fora do palmarés do país em Atenas 2004. Leandro Guilheiro (-73kg) e Flávio Canto (-81kg) conquistaram o bronze.

Antes tarde do que nunca: ouro de Rodrigo Pessoa no hipismo saltos

Em Sydney 2000, o cavaleiro Rodrigo Pessoa deixou escapar o ouro Olímpico após o refugo do seu cavalo, Baloubet de Rouet. Em Atenas 2004 o mesmo conjunto foi impecável e não cometeu nenhuma falta. Em mais uma volta para definir o desempate, o Brasil ficou com a prata.

Meses mais tarde o conjunto irlandês que havia terminado em primeiro acabou desclassificado, após Waterford Crystal haver testado positivo no exame antidoping. Rodrigo Pessoa acabou herdando a medalha de ouro, a recebendo em cerimônia no Rio de Janeiro, quase cinco anos depois da angústia vivida na Austrália.

“Eu não sei até hoje o que aconteceu realmente, foi um excesso de confiança, que a gente estava realmente faltava só aquele percurso para conseguir o nosso sonho. E depois aconteceu aquele desastre que não é nenhuma contra-performance, é mais que uma contra-performance. A maneira que aconteceu foi tão brutal que foi muito difícil, psicologicamente foi difícil. Para mim, depois de todas as noites que eu não consegui dormir, um ponto que me endureceu, me endureceu e tudo acontece por uma razão. Foi duro, mas valeu a pena”, comentou Rodrigo Pessoa para o podcast do Olympics.com.