Yusra Mardini: confira a história real da nadadora síria, refugiada que se tornou um ícone global de esperança

Saiba como é a incrível história de vida de Yusra Mardini, de uma experiência de quase morte no mar a nadadora olímpica pelo Time de Refugiados do COI e inspiração para pessoas em todo o mundo.

3 minPor Olympics.com
Yusra Mardini (2)

A história de Yusra Mardini incorpora o espírito olímpico.

Forçada a fugir de uma Síria em guerra em 2015 e a buscar uma nova vida, ela quase morreu na perigosíssima jornada de bote até a Europa.

Depois de ser estabelecer na Alemanha, a talentosa nadadora voltou à água, e um ano depois foi selecionada para representar o primeiro Time Olímpico de Refugiados na Rio 2016.

Os aplausos de pé e o amor que Mardini e seus colegas receberam no Brasil mudaram a sua perspectiva sobre os Jogos Olímpicos e sobre a vida.

Recentemente, o filme "Nadadoras" foi lançado, contando sua incrível história. Saiba qual é a verdadeira história de Mardini abaixo.

A história de Yusra Mardini: três horas nadando no mar Egeu

Mardini tinha uma boa infância em Damasco.

Ela era uma talentosa nadadora, que representou a Síria no Mundial de Piscina Curta de 2012 e sonhava em ser campeã olímpica um dia.

Mas esse sonho foi interrompido pela guerra, fazendo com que a promissora adolescente se desencantasse pelo esporte devido às frustrações da guerra.

Em 2015, Mardini fugiu da Síria com a esperança de encontrar segurança em uma nova vida no exterior.

Depois de chegar à Turquia via Líbano, a adolescente e sua irmã Sara conseguiram vagas em um bote para a Grécia, mas se viram em uma situação de extremo perigo.

O motor do bote parou de funcionar no meio do mar.

Sara e Yusra pularam na água com mais duas pessoas que sabiam nadar e empurraram o bote até Lesbos, na Grécia, por um período doloroso de três horas.

De lá, as Mardinis viajaram para a Alemanha, onde se estabeleceram em setembro de 2015, posteriormente recebendo seus pais.

(2016 Getty Images)

Yusra Mardini nos Jogos Olímpicos Rio 2016

Na Alemanha, Mardini voltou à água para se reencontrar.

Com potencial para ser selecionada para o primeiro Time Olímpico de Refugiados do COI para Rio 2016, anunciado pelo Presidente do COI Thomas Bach, ela começou a trabalhar com o técnico Sven Spannekrebs em Berlim.

O trabalho duro deu resultado e, em junho de 2016, Mardini foi premiada com uma das 10 vagas para do time para os Jogos no Brasil.

Ela ganhou sua bateria dos 100m borboleta e terminou na 41ª colocação geral. Mas a verdadeira vitória foi o seu caminho até ali.

Em conversa com a pentacampeã olímpica Katie Ledeckyy no Dia Olímpico, Mardini refletiu:

"O momento em que entrei no estádio mudou o jeito que eu pensava sobre a palavra refugiado."

"Sei que talvez não vá carregar a bandeira do meu país, mas carreguei a bandeira olímpica, que representa o mundo inteiro."

Yusra Mardini: a agora cidadã alemã vai a Paris?

A história de Mardini viralizou em 2016 e no ano seguinte ela foi apontada Embaixadora da Boa Vontade para a Agência de Refugiados da ONU, a mais jovem da história.

Em 2018, ela lançou o seu livro, chamado "Butterfly" (Borboleta), enquanto o premiado diretor Sally El Hosaini começava a trabalhar no filme "Nadadoras", sobre ela.

A natação continuou a ser seu foco, e Mardini retornou aos Jogos em Tóquio 2020, em 2021, como porta-bandeira do Time Olímpico de Refugiados do COI.

Ela fez sua última aparição como parte do time de refugiados no Mundial de Esportes Aquáticos de 2022, em Budapeste, na Hungria.

Após receber a cidadania alemã, Mardini não é mais elegível para o time de refugiados. Ela não descartou a possibilidade de tentar a classificação para os Jogos Olímpicos Paris 2024.

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