Willian Lima é prata no judô em Paris 2024 e garante primeira medalha do Brasil; Larissa Pimenta é bronze

Por Gustavo Longo
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Willian Lima é prata em Paris 2024
Foto por Michael Reaves/Getty Images

O judô manteve sua (ótima) escrita para o Brasil. A modalidade, que garante medalha para o país desde LA 1984, já garantiu um pódio no segundo dia de disputa dos Jogos Olímpicos Paris 2024. O atleta Willian Lima alcançou a medalha de prata da categoria 66kg masculina neste domingo, 28 de julho.

O brasileiro parou apenas na final diante do japonês Abe Hifumi, campeão em Tóquio 2020 e que não perde em nível internacional na categoria individual desde o Mundial de 2019. Gusman Kyrgyzbayev, do Cazaquistão, e Denis Vieru, da República da Moldova, ficaram com o bronze.

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Com o resultado, Willian disputou a primeira final Olímpica do judô masculino do Brasil em 24 anos. A última vez que o país colocou atletas na decisão foi em Sydney 2000, quando Tiago Camilo e Carlos Honorato alcançaram a prata naquela edição.

Poucos minutos depois, Larissa Pimenta conquistou a medalha de bronze ao vencer a italiana Odette Giuffrida na disputa do terceiro lugar da categoria 52kg feminina. É a primeira vez desde Londres 2012 que o Brasil conquista duas medalhas na modalidade em um mesmo dia.

Com uma prata e um bronze no segundo dia do judô nos Jogos Olímpicos Paris 2024, o Brasil já supera a campanha de Tóquio 2020 no esporte – na ocasião, o país conquistou dois bronzes com Mayra Aguiar e Daniel Cargnin.

O judoca, inclusive, é o próximo brasileiro a entrar no tatame na capital francesa. Nesta segunda-feira, 29 de julho, Cargnin nos 73kg masculino e Rafaela Silva nos 57kg feminino estreiam na competição. Roldeney de Oliveira, de São Tomé e Princípe, será outro representante lusófono no dia.

Willian Lima derrota cazaque e para apenas em japonês ‘imbatível’

Após passar por lutas tensas na fase classificatória, Willian Lima voltou a encarar dois adversários difíceis para chegar à medalha de prata nos Jogos Olímpicos Paris 2024 no bloco final de sua categoria

Na semifinal, ele enfrentou o cazaque Gusman Kyrgyzbayev, apenas o 26º colocado do ranking mundial. O brasileiro começou muito bem, forçando dois shidos para o adversário no tempo regulamentar. Mas depois passou a ter dificuldades de golpear, também ficou pendurado e só venceu no golden score após conseguir um tai-otoshi para conseguir o ippon no tempo extra.

Já na decisão encarou o japonês Abe Hifumi, que buscava o bicampeonato Olímpico e não perdia em torneios individuais desde 2019. Willian até encaixou os primeiros golpes, mas o atleta do Japão rapidamente se impôs e conseguiu dois waza-aris para confirmar o título e deixar o atleta do Brasil com a prata.

“Não caiu a ficha, mas é um mix de emoções. Estou um pouco triste por ter totais condições de ser campeão, mas vou feliz para casa com a medalha de prata. Queria sair do pódio e colocar a medalha no pescoço do meu filho e vou conseguir realizar isso”, comentou o atleta ao Olympics.com.

Após um ciclo Olímpico em que conquistou medalhas no circuito mundial, mas sempre parecia que faltava um pouco para ir além nos grandes eventos, Willian Lima revelou o segredo: passou a trabalhar sua ansiedade.

“Meu maior déficit era minha cabeça. Eu era ansioso nas minhas lutas, acabava errando quando não podia errar. Trabalhei muito isso nesses últimos tempos para não deixar isso acontecer. Tanto nas quartas quanto na semi eram caras que eu já tinha lutado, então cheguei aqui e sabia que minha cabeça tinha que ser só uma, não se afobar”.

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Larissa Pimenta é bronze e dá volta por cima após lesão que a quase fez parar

Se Willian Lima ainda sentia um mix de emoções com a prata, Larissa Pimenta não escondeu a emoção com o bronze nos Jogos Olímpicos Paris 2024. “Estou muito feliz, está sendo um dia muito especial para mim, mas preciso ser sincera que não estou entendendo muito”, explicou ao Olympics.com na zona mista.

Isso porque há pouco mais de um ano ela sentiu uma grave lesão que a deixou meses afastada e que a quase fez largar o esporte. “Hoje eu entendo o porquê. Antes eu me questionava muito, mas hoje entendo que isso me fortaleceu demais. Mostrou quão vulnerável fui naquele momento e quão forte consegui me tornar depois disso”, continuou.

As rivais sentiram isso neste domingo na categoria 52kg. Na repescagem, diante da alemã Mascha Ballhaus, bronze no Mundial de 2024, Larissa conseguiu anular os principais golpes da rival e, já no golden score, obteve um ippon com um kata juji-jime, uma das técnicas de estrangulamento.

Depois, na luta do bronze diante da italiana Odette Giuffrida, atual campeã mundial de judô, a brasileira também esticou o combate ao tempo extra. Após tomar dois shidos, ela recuperou o domínio de manga e gola para acertar seus golpes, pendurou a adversária em punições e venceu ao forçar o terceiro shido por falta de combatividade.