Tota Magalhães: 'Eu quero mudar o ciclismo brasileiro'
Carioca de 22 anos pedala desde os 15 e teve incentivo de Bernardinho para se dedicar ao ciclismo de estrada. Depois de terminada sua primeira temporada na Europa, parte agora para a sua primeira participação em Jogos Pan-Americanos, querendo fazer história.
Tota é o apelido de Ana Vitória Magalhães, uma carioca de 22 anos, que nasceu em família de ciclistas. "Em casa todos pedalam, todos os anos tem o pedal de todos os familiares, juntam 25 pessoas, bastante gente", falou ela em entrevista para o Olympics.com.
Quando adolescente, dedicava-se ao futebol, era atacante. Mas foi durante uma confraternização da família, quando tinha 15 anos, que quis levar o ciclismo de estrada de maneira séria. "Eu decidi realmente treinar e ver no que ia dar. Eu comecei a treinar e realmente pegar gosto pelo pelo processo, pelo ciclismo mais competitivo", lembrou-se.
Aos 18 anos, depois de participar de uma prova no sul de Minas Gerais, competiu ao lado de Bernardinho, o treinador campeão Olímpico de vôlei com a seleção brasileira, uma pessoa próxima da sua família.
Ao término da prova, foi falar com o renomado treinador. "Era o profissional do esporte mais próximo que eu tinha e conhecia."
Já bastava. Era o empurrão que faltava para se dedicar ao ciclismo de estrada.
Contato com Bernardinho e início da carreira profissional
"O Bernardinho é alguém com quem você conversa três minutos e sai dali querendo ganhar os Jogos Olímpicos", observou Tota aos risos.
Logo de cara, passou pelo desafio de começar a carreira profissional em meio à pandemia. Levava o rolo de treinos para dentro do seu quarto e passava cinco, seis horas treinando. "Não tinha outra opção", se lembra.
Finalizada a pandemia, partiu para a Espanha a fim de integrar equipe de alta competição e se especializar no esporte. Oportunidade também de estar próxima e participar de tradicionais provas. Primeiro esteve no País Basco, depois na Catalunha. Disputou a Volta à Burgos e a Volta à Espanha, terminando em 81º lugar entre 127 ciclistas. "Foi a prova mais importante do ano, foi legal perceber a minha evolução", comentou.
Inspirada em Avancini, Tota quer fazer história
A brasileira fará sua primeira participação nos Jogos Pan-Americanos, depois de competir na edição júnior, em Cáli, na Colômbia, em 2021, quando terminou em quarto lugar.
Quando perguntada sobre o que quer para a carreira, Tota quer muito mais para a carreira e diz, convicta: "Eu quero muar o ciclismo brasileiro e fazer o meu nome no ciclismo mundial." Para isso, tem como inspiração Henrique Avancini, do mountain bike. "O Avancini é um espelho puro disso, muito mais importante do que tudo o que ele conquistou, foi o legado que ele deixou", acrescentou.
Em relação à estreia no Pan em Santiago, Tota desembarca na capital chilena no dia do seu aniversário, 24 de outubro (terça-feira), e não se mostra ansiosa: "Espero que ela [a ansiedade] chegue apenas antes da prova, ao largar. Com a experiência que eu obtive nesses últimos meses, estou indo para brigar por uma medalha."
"Você sabendo o porquê de estar ali, já ajuda muito. Estou ali porque eu quero um resultado, estou pela minha fome de vitória. É isso que me mantém focada", finalizou.
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