O legado de Henrique Avancini para o mountain bike presente no Pan 2023
Medalhista de prata em Lima 2019, ciclista fluminense terá uma ligação com Santiago 2023. Trata-se do baiano Ulan Galinski, um dos representantes do Brasil na capital chilena e membro da equipe de alta competição que Avancini estabeleceu meses antes de pendurar as sapatilhas.
Maior ciclista da história do Brasil, Henrique Avancini foi medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019, colecionou títulos mundiais e foi número um do esporte na temporada 2020. Não estará no Pan de Santiago por estar encerrando a carreira, mas terá uma ligação com o evento.
Um dos ciclistas da equipe brasileira é o baiano Ulan Galinski, integrante da equipe de alta competição que Avancini estabeleceu meses antes de pendurar as sapatilhas. O time é um dos legados do ciclista fluminense, que não apenas colocou o mountain bike do Brasil no cenário internacional, mas influenciou gerações, como Galinski.
"Mais do que me desenvolver como atleta, eu precisava também desenvolver o esporte no meu país", comentou Avancini em entrevista para o Olympics.com, em 2022. "A cada grande título, a cada grande vitória, uma nova grande oportunidade se abria para fazer coisas ainda maiores pelo esporte. Então eu fui abraçando tudo isso e fazendo cada vez mais coisas e fui dando a minha contribuição para o esporte."
As iniciativas de Henrique Avancini
Uma equipe de alta competição
Uma das iniciativas de Avancini foi estabelecer, no início de 2023, uma equipe de Mountain Bike, a "Henrique Avancini Racing", a fim de fomentar a formação de novos atletas e conduzi-los, dentro do país, para a elite do esporte. Um desses atletas é o baiano Ulan Galinski, que integra a equipe brasileira da modalidade nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023. Em 2022, foi vice-campeão brasileiro no cross-country Olímpico (XCO), perdendo justamente para Avancini.
"Ele nos faz enxergar mais, longe, muda a nossa mentalidade, é assim que vamos trabalhar", comentou Galinski sobre ser parte da equipe de Avancini.
Pan 2023 | Conheça a equipe brasileira de ciclismo
A Copa do Mundo de Mountain Bike em Petrópolis em 2022
Localizada na região serrana do estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, não só é a terra natal de Avancini, mas sua paisagem, somadas às incontáveis e difíceis trilhas ajudaram a formar o estilo dele de conduzir. No entanto, entre fevereiro e março de 2022 a cidade foi atingida por fortes chuvas que deixaram dezenas de mortos e milhares de desabrigados, o que afetou muito a população local.
Pouco mais de um mês depois, em abril, ele ajudou a organizar a etapa local da Copa do Mundo de Mountain Bike da UCI, a primeira na América do Sul desde 2006. O evento acabou por ser um marco na reconstrução da cidade e no resgate da autoestima do petropolitano.
"Quem é de lá ficou orgulhoso de receber o estrangeiro, que participou e foi embora feliz", resumiu Avancini.
O sucesso do evento fez com que a União Ciclística Internacional (UCI) confirmasse para o Brasil duas etapas da Copa do Mundo de Mountain Bike em 2024.
A vitoriosa carreira de Henrique Avancini
Semanas antes de anunciar a aposentadoria, no início de agosto Avancini venceu a Maratona Mountain Bike (XCM) pela segunda vez - uma prova não-Olímpica -, durante o Mundial realizado na Escócia. Uma espécie de "última dança" de uma vitoriosa trajetória de mais de 26 anos, repleta de títulos.
"Tenho um senso de realização muito grande. Era o que eu precisava para ter paz na mente, foi uma baita jornada", colocou Avancini durante o anúncio da decisão de pendurar as sapatilhas.
Veja alguns números do ciclista brasileiro:
- Bicampeão Mundial de Maratona Cross-Country (XCM);
- 23 vezes campeão brasileiro - 14 na elite;
- 5 títulos de Copa do Mundo - quatro no XCC (cross-country em pista curta) e um no XCO (cross-country Olímpico);
- Vice-campeão mundial de XCC em 2021;
- Líder do ranking mundial ao final da temporada 2020;
- 13º lugar em Tóquio 2020 - melhor resultado da história do Brasil.