Os melhores momentos de Rafael Nadal nos Jogos Olímpicos: dos dois ouros à despedida ao lado de Carlos Alcaraz

Tenista espanhol, que anunciou sua aposentadoria na quinta-feira, 10 de outubro, disputou quatro edições de Jogos e conquistou duas medalhas de ouro, uma em simples e outra em duplas. Descubra quais foram os momentos inesquecíveis desta lenda do tênis ao longo de sua trajetória Olímpica.

6 minPor Joaquín Cavanna
Rafael Nadal won Olympic gold in the tennis men's singles event at Beijing 2008. 
(Clive Brunskill/Getty Images)

O anúncio da aposentadoria de Rafael Nadal gera todo tipo de sentimento entre os amantes do esporte. Da nostalgia às lembranças mais emocionantes do manacorí (nativo de Manacor, na ilha de Maiorca) dentro de uma quadra de tênis.

Assim, junto com os 14 títulos de Roland Garros, 22 de Grand Slam, 92 taças de ATP no total ou as cinco Copas Davis, há uma vaga reservada especialmente para o próprio Rafa, que é sua participação nos Jogos Olímpicos.

Conquistou medalhas de ouro tanto em simples quanto em duplas, foi porta-bandeira da delegação espanhola até ser um dos últimos portadores da tocha Olímpica de Paris 2024, minutos antes de a pira ser acesa na Cerimônia de Abertura.

Descubra com Olympics.com quais foram os melhores momentos de Nadal nos Jogos Olímpicos.

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A estreia Olímpica de Nadal com apenas 18 anos

Foi incrível, mas dois dias depois da Cerimônia de Abertura de Atenas 2004, Rafael Nadal conquistou o primeiro título profissional de sua carreira. Foi no dia 15 de agosto daquele ano, quando venceu em Sopot, na Polônia.

Poucos dias depois, Rafa faria sua estreia em um torneio Olímpico. Sem ter conseguido obter uma das cotas para o torneio individual, o espanhol, que naquele ano vivia a sua primeira temporada completa como profissional, disputou a competição masculina de duplas ao lado de um conterrâneo da ilha de Maiorca e um de seus mentores no tênis, Carlos Moyá.

A experiência não foi totalmente satisfatória, já que a dupla espanhola perdeu na primeira partida na capital grega. Os algozes foram os brasileiros André Sá e Flávio Saretta, que venceram por 2 sets a 0.

Ano de 2008: o primeiro ouro Olímpico e a liderança do ranking mundial

Quatro anos depois, o lugar que Rafael Nadal ocupava no mundo do tênis era absolutamente diferente. O espanhol já era uma das grandes estrelas do circuito da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) e já protagonizava o duelo histórico contra Roger Federer (SUI) pelo trono do tênis mundial.

Nadal chegou a Beijing 2008 depois de ter sido campeão em Roland Garros (pela quarta vez consecutiva) e em Wimbledon. Em Cincinnati, último torneio antes daqueles Jogos, ele havia encerrado uma sequência de 32 vitórias consecutivas no circuito, tornando-se um dos grandes favoritos ao ouro no torneio de simples.

Até as quartas de final, Nadal e Federer caminhavam para o que parecia ser uma final bastante competitiva. O espanhol derrotou Potito Starace (ITA), Lleyton Hewitt (AUS), Igor Andreev e Jürgen Melzer (AUT) para se colocar entre os quatro primeiros. Porém, Federer caiu contra o americano James Blake.

Nas semifinais, Nadal superou em três sets Novak Djokovic (SRB), que já ocupava o terceiro lugar do ranking e surgia como a nova alternativa pela disputa da glória do tênis.

Na final, Rafael Nadal derrotou o chileno Fernando González em três sets seguidos e conseguiu, aos 22 anos, conquistar sua primeira medalha de ouro Olímpica.

Como se não bastasse, no dia seguinte à vitória em Pequim (o torneio Olímpico não distribui pontos ATP), Nadal conseguiu tirar Federer do primeiro lugar do ranking mundial, que havia permanecido no topo da lista por um período recorde de 237 semanas consecutivas.

No torneio de duplas na capital chinesa, Nadal jogou ao lado de Tommy Robredo (ESP) e a dupla foi eliminada nas oitavas de final.

Rio 2016: Nadal como porta-bandeira e um novo ouro

Quatro anos antes dos Jogos Rio 2016, Nadal sofreu um duro revés. O maiorquino seria o porta-bandeira da delegação espanhola na Cerimônia de Abertura de Londres 2012, mas uma tendinite nos dois joelhos o impediu de ir à capital britânica.

“Não tenho condições de competir. É um dos momentos mais tristes da minha carreira”, disse.

Nadal teria a oportunidade de voltar na Rio 2016, quando o Comitê Olímpico Espanhol lhe reservou a honra de ser o porta-bandeira da delegação do país durante a Cerimônia de Abertura, no Maracanã.

Em quadra, e apesar das constantes dores no pulso esquerdo que colocavam em risco sua participação, conquistou um título que ocupa um lugar especial em sua carreira: o ouro nas duplas masculinas com um de seus grandes amigos do tênis, Marc López.

A dupla, que se conheceu ainda criança no Real Clube de Tênis de Barcelona, ​​​​derrotou a dupla romena formada por Florin Mergea e Horia Tecau por 2 sets a 1.

No torneio de simples, porém, o desgaste acabou prejudicando Nadal na briga pelas medalhas. No dia seguinte ao ouro em duplas, perdeu nas semifinais para Juan Martín del Potro (ARG) e um dia depois, para o japonês Kei Nishikori (JPN) na disputa pelo bronze.

Paris 2024: a transferência do legado e o último adeus a Roland Garros

Em Tóquio 2020, Nadal também não pôde estar presente. Fortes dores no pé esquerdo, onde foi detectada uma doença degenerativa em 2005, obrigaram-no a desistir do segundo semestre do ano, incluindo Wimbledon e os Jogos Olímpicos.

Começou aí a provação física que marcaria a reta final de sua carreira. Apesar de um ótimo início em 2022, primeiro uma ruptura abdominal e depois de uma grave lesão, ele quase não foi autorizado a jogar nos últimos dois anos.

Porém, a expectativa para Paris 2024 foi muito forte: não foi apenas a oportunidade de se despedir dos Jogos Olímpicos, mas de fazer isso na sua “casa” do ténis, no complexo de Roland-Garros.

A magnitude de Rafa Nadal na capital francesa é tanta que durante a Cerimônia de Abertura ele recebeu a tocha Olímpica do francês Zinedine Zidane (o mesmo ídolo que em 2005 lhe entregou o troféu do primeiro título de Roland Garros) para iniciar a última etapa do revezamento que teve para acender a pira.

O capricho do sorteio fez com que no torneio individual Nadal se encontrasse na segunda rodada com um de seus grandes rivais, o sérvio Novak Djokovic, que não lhe deu chances. Djokovic acabaria conquistando o único título importante que faltava em seu currículo.

Mas todas as atenções estavam voltadas para as duplas, onde fez dupla com o novo fenômeno do tênis espanhol, Carlos Alcaraz: a despedida do veterano e a estreia do novo ídolo, que chegou a Paris depois de ser campeão em Roland Garros e Wimbledon.

Porém, estiveram a um passo da briga pelas medalhas. Após a eliminação, Nadal se viu mais próximo da sua despedida do tênis.

“Não sei se foi a última vez, é possível que sim. Uma etapa está terminando para mim. Meu objetivo era continuar até os Jogos Olímpicos e depois decidir. E então eu farei isso. “Vou voltar para casa, me desconectar um pouco e tomar com frieza a decisão que tenho que tomar sobre qual será a minha próxima etapa”, disse o espanhol na altura.

Na quinta-feira, 10 de outubro, Rafa Nadal anunciou sua aposentadoria após a final da Copa Davis de 2024. Será o adeus de um dos maiores tenistas de todos os tempos, uma lenda que também deixou sua marca nos Jogos Olímpicos.

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