Como Pedro Barros ajudou a fortalecer a cena do skate em Florianópolis

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Estrelas brasileiras da modalidade, como o medalhista Olímpico e as skatistas Yndiara Asp e Isadora Pacheco, não são da capital catarinense por acaso. Saiba como a cultura do park floresceu por lá.

3 minPor Sheila Vieira
Pedro Barros
(2021 Getty Images)

Medalhista Olímpico de prata no skate park em Tóquio 2020, Pedro Barros carrega consigo não só um currículo vitorioso, mas também o próprio crescimento do skate park no Brasil. Sua família teve um papel importante no desenvolvimento da variante, que tornou-se um evento Olímpico a partir dos Jogos da capital japonesa.

Quando Barros era adolescente, seu pai, André, e os amigos Rafael Bandarra e Léo Kakinho sonhavam em adicionar o skate à cultura de esportes radicais de Florianópolis, cidade em que o surfe sempre foi muito praticado. Mudaram-se para o bairro Rio Tavares, onde construíram o primeiro de 20 bowls.

Enquanto as pistas mais populares do país eram de halfpipe, ou seja, de madeira, os bowls de Florianópolis são de cimento, material que resiste melhor ao clima.

O local tinha terrenos com preços baixos e ficava perto da Praia da Joaquina, reduto dos esportistas da ilha. Pedro se formou ali, recebendo visitas de nomes importantes do skate, como Sandro Dias, e organizando torneios com nomes internacionais, incluindo o então mirim Keegan Palmer, atual campeão Olímpico.

Yndiara Asp e a revolução feminina em Floripa

O crescimento dos praticantes do park não aconteceu apenas entre homens. Yndiara Asp, uma das principais estrelas da seleção feminina, se apaixonou pelo skate em Rio Tavares em 2012, vendo Lizzie Armanto competir.

"Aquilo mexeu muito comigo e fez eu me apaixonar por esse mundo. O Generation [torneio] é a essência do skate porque junta várias gerações. É isso que a gente vive no dia a dia, nas nossas sessões têm várias pessoas de tudo quanto é idade e lugar. Todo mundo compartilhando a sessão e vibrando um pelo outro", contou Yndiara à Folha em 2021.

Yndiara se juntou a Isadora Pacheco, finalista em Tóquio 2020, Emily Antunes e Leticia Gonçalves para pedir a inclusão da disputa feminina no evento.

"Eles surgiram neste bowl, na pousada. A Isa e a Ynd nasceram ali mesmo. Vi eles crescendo. Não dei aula para eles porque no skate não havia essa ideia de escolinha. Fazíamos ‘sessions’ juntos. Eu dava uns toques neles, algumas dicas. Ajudávamos como podíamos. Todo mundo era meio que um professor. Muitas manobras eu acabei ensinando para eles”, contou Léo Kakinho ao Estadão em 2021.

Depois do desempenho do Brasil em Tóquio 2020, o interesse pelo skate park em Floripa aumentou.

"O local virou referência nacional. Muitas famílias trazem seus filhos para se hospedar aqui e andar na pista. Antes era apenas um lugar para andar de skate. Agora todos os horários da escolinha estão preenchidos. Virou o maior polo de park do Brasil. E, por causa da Olimpíada, já aumentou o movimento. Foi um impulso muito grande”, acrescentou Léo.

Além de Barros, Yndiara e Isadora, Pedro Carvalho é outro membro da seleção brasileira de Florianópolis.

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