Com recorde pan-americano, Guilherme Costa leva os 400m livre em Santiago 2023; revezamento 4x100m masculino é hepta

Paris 2024

'Cachorrão' dominou, superando marca de 2015, enquanto equipe celebrou o hepta. Nos 400m livre feminino, Maria Fernanda Costa e Gabrielle Roncatto foram prata e bronze; prata, Léo de Deus fica sem o tetra nos 200m borboleta. No 4x100m feminino, veio o terceiro lugar.

8 minPor Daniel Perissé
Guilherme Costa vence os 400m livre em Santiago 2023 - Sátiro Sodré / CBDA
(Sátiro Sodré / CBDA)

O Brasil terminou com dois ouros o primeiro dia de disputas da natação nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023: primeiro com Guilherme Costa, nos 400m livre, e com o revezamento 4x100m masculino na prova que encerrou a primeira jornada de competições no Centro Acuático da capital chilena, neste sábado, 21 de outubro.

Na segunda final realizada no dia, o "Cachorrão" ganhou o primeiro ouro do Brasil na modalidade em Santiago. De quebra, ele ainda fez um tempo de 3min46s79, novo recorde pan-americano.

A prata ficou com o venezuelano Alfonso Mestre (3min47s62), e o bronze foi para o americano James Plage (3min50s74).

O atual recorde pan-americano nos 400m livre masculino da natação era de 3min48s29 e havia sido feito pelo canadense Ryan Cochrane em Toronto 2015.

Guilherme chegou à prova como franco favorito e confirmou isso desde a primeira parcial, quando virou em primeiro. A partir dos 100m, ele foi abrindo distância diante de Mestre, que não conseguiu alcançá-lo.

"Foi uma prova boa, essa foi a minha primeira da temporada, depois do Mundial, e fazer dentro dos 3min46 é uma boa marca nesta fase, na passada eu estava com 3min48, isso mostra que estou melhor. Agora é seguir até os Jogos Olímpicos", disse Guilherme Costa para o Olympics.com. "Esse ouro dá confiança, tenho mais três provas, quero vencê-las, um torneio curto e muito intenso, caio na água todos os dias, muito bom para começar a temporada", acrescentou.

O também brasileiro Stephan Steverink foi o quinto, com 3min53s77.

Nas preliminares, "Cachorrão" tinha acabado com o melhor tempo, ao fazer 3min52s53. Stephan havia ficado em terceiro, com 3min55s21.

Foi o segundo triunfo de Costa nos Jogos Pan-Americanos - ele tinha sido ouro nos 1500m livre em Lima 2019. No Mundial de 2022, em Budapeste, ele foi bronze nos mesmos 400m livre.

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Brasil é heptacampeão no revezamento 4x100m masculino

Fechando o dia, a equipe formada por Guilherme Caribé, Marcelo Chierighini, Víctor Alcará e Felipe Ribeiro terminou em primeiro o revezamento 4x100m. Eles completaram o percurso com um tempo de 3min13s51 e conquistaram o sétimo título consecutivo na prova em Jogos Pan-Americanos.

Caribé entregou o Brasil em primeiro nos 100m e Chierighini manteve o ritmo, com os EUA apenas 21 centésimos atrás. Com a vantagem, coube a Victor e Felipe administrar a vantagem para fechar o resultado.

"É uma prova muito importante para o Brasil, sempre a gente vem com o time principal. Realmente, nos 4x100m a gente está deixando um legado, o revezamento é tradicionalíssimo, vem desde o Xuxa [Fernando Scherer] e o Gustavo Borges, e mais uma vez conseguimos defender esse título, deixando agora pra galera mais jovem que vem aí", disse Marcelo Chierighini para o Olympics.com, campeão Pan-Americano na disciplina pela terceira vez, um dos mais experientes do time.

A prata ficou com os americanos, que foram de Jonathan Kulow, Adam Chaney, Jack Aikins e Brooks Curry. Eles fizeram um tempo de 3min14s22, 71 centésimos atrás dos brasileiros.

Os canadenses Javier Acevedo, Edouard Fullum-Huot, Stephen Calkins e Finlay Knox deixaram seu país em terceiro, somando uma performance de 3min15s83.

Brasileiras levam prata e bronze nos 400m livre feminino

Na disputa feminina dos 400m livres, primeira final da noite, vitória da americana Paige Madden, com direito a recorde Pan-Americano, com 4min06s45. Maria Fernanda Costa acabou com a prata (4min06s68), enquanto a também brasileira Gabrielle Roncatto ficou com o bronze (4min06s88).

Se uma brasileira tivesse vencido, se tornaria a segunda a levar um ouro em provas femininas de nataçào no Pan, igualando-se a Etiene Medeiros com seu triunfo nos 100m costas em Toronto 2015.

Nas preliminares, Mafê tinha terminado em primeiro, com um tempo de 4min13s85, seguido de Gabrielle, com 4min14s37. A terceira no geral foi Madden (4min14s42).

Na final B, a brasileira Maria Paula Heitmann dominou do início ao fim e fechou em primeiro lugar, com um tempo de 4min16s81. Ela havia ficado fora da decisão por medalhas por muito pouco e acabou como nona no geral.

Nos 100m peito feminino, Jhennifer Conceição foi apenas a sétima colocada, com um tempo de 1min10s10. A vitória foi para a canadense Rachel Nicol, que completou em 1min07s28. Nichelly Lysy foi a terceira na final B (1min10s55) e ficou na décima posição geral.

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O país também ficou fora do pódio nos 100m peito masculino. João Gomes foi apenas o quinto (1min01s17) e Raphael Rached o sétimo (1min01s62).

A vitória ficou com o americano Jacob Foster, que levou o ouro ao nadar em menos de um minuto (59s99), seguido do seu compatriota Noah Nichols (1min00s43) e do mexicano Miguel de Lara Ojeda (1min00s90).

Léo de Deus é prata e fica sem o tetra nos 200m borboleta

Em uma das provas mais esperadas da jornada, Léo de Deus não conseguiu o tetracampeonato nos 200m borboleta, terminando com a prata.

A vitória acabou com o americano Mason Laur, que nadou em um tempo de 1min56s44. O brasileiro, que não perdia na distância desde o Pan de Guadalajara, em 2011, ficou a 81 centésimos do rival, com uma marca de 1min57s25.

O bronze foi para Jack Dahlgren, também dos EUA (1min57s53). Outro brasileiro na prova foi Luiz Altamir, que ficou em oitavo (2min01s27).

Léo de Deus chegou à final com o terceiro melhor tempo das preliminares (1min59s09) e Luiz Altamir passou como sexto colocado (2min00s51). O melhor na etapa classificatória foi Laur, que fez 1min57s58.

Mesmo com o resultado de hoje, Léo de Deus escreve seu nome na história da natação ao igualar Gustavo Borges e Thiago Pereira como únicos a ganhar quatro medalhas em quatro edições do Pan na mesma prova - nos 100m livre e 200m medley, respecitvamente. Agora ele faz o mesmo nos 200m borboleta.

"Jamais imaginei viver o que estou vivendo hoje. Em 2011 no Pan em Guadalajara eu era um garoto competindo, em Toronto fui e quebrei o recorde Pan-Americano, depois em Lima fui campeão de novo, e eu nunca acreditei que pudesse chegar onde estou hoje, lógico que sempre trabalhei muito. Só tenho a me orgulhar e agradecer, aos 32 anos fazer o que estou fazendo, finalista no Pan, só tenho a agradecer. Estou aqui dando o melhor de mim, pelo o Brasil e para a minha família", refletiu Leo de Deus para o Olympics.com, sobre as medalhas conquistadas em quatro edições de Jogos Pan-Americanos.

Brasil é terceiro no revezamento 4x100m feminino

A penúltima prova do dia foi a final do revezamento 4x100m feminino. E o Canadá não teve dificuldades para fechar em primeiro lugar, com Mary-sophie Harvey, Brooklyn Douthwright, Hannah Macneil e Katerine Savard garantindo o ouro com uma marca de 3min37s75.

Macneil foi o grande nome canadense, disparando no terceiro revezamento para deixar Estados Unidos e o Brasil, que vinha liderando, para trás.

As americanas ficaram em segundo, com 3min38s42. Representaram o país Gabi Albiero, Catie de Loof, Kayla Wilson e Amy Fulmer.

O Brasil, que tinha sido o mais rápido nas preliminares, fechou o pódio. Ana Vieira, Stephanie Balduccini, Giovanna Diamante e Celine Bispo somaram 3min39s94.

Ingrid Oliveira fica em quarto na plataforma 10m

Outro esporte aquático a distribuir medalhas neste sábado, os saltos ornamentais tiveram duas finais. Na plataforma 10m feminina, a brasileira Ingrid Oliveira terminou na quarta colocação, com um resultado de 326.40.

O ouro e a prata ficaram para saltadoras do México: Gabriela Agundez venceu com 361.55, enquanto Alejandra Orozco conseguiu 340.80. Agundez e Orozco conquistaram juntas o bronze na plataforma 10m sincronizada em Tóquio 2020.

"Eu acho que foi bom, o ano foi difícil, não estou totalmente recuperada da lesão, treinei apenas por três semanas e não do jeito que eu queria, porque de repente eu tinha que parar, não conseguia mexer minhas costas direito. Foi, então, uma superação. Mas a tristeza é inevitável, eu queria a medalha, acho que competi pela metade daquilo que posso, dar 100%, com três semanas de treino, é impossível, ainda mais sentindo dores e gripada", disse Ingrid para o Olympics.com. "Mas eu avalio de uma forma positiva, fiz mais que 300 pontos na classificatória e na final, o meu desempenho foi consistente, fiz o índice recomendado pela Confederação, só fiquei chateada porque queria a medalha", acrescentou.

O bronze foi para Caeli Mckay, do Canadá, com 335.65.

Outro brasileiro em ação nos saltos ornamentais foi Rafael Fogaça. O brasiliense disputou as preliminares do trampolim 1m na manhã de hoje e terminou com o oitavo melhor desempenho, com 330,30 - os 12 melhores avançam à final.

Na decisão, também realizada neste sábado, ele terminou apenas em 12o lugar, com 236.85. 

O ouro foi para Osmar Olvera, do México (424.70), enquanto o dominicano Jonathan Ruvalcaba foi prata (384.90) e o colombiano Luis Felipe Uribe terminou com o bronze (371.20).

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