Hugo Calderano busca equilíbrio na preparação para Paris 2024, e acredita “no trabalho duro”

A poucos meses dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Hugo Calderano ajusta os detalhes de sua preparação para chegar forte na briga por uma medalha no tênis de mesa. Aos 27 anos, o principal atleta brasileiro da modalidade vai para sua terceira Olimpíadas em busca do inédito e histórico pódio para o país. E para isso, ele sabe que a preparação nessa reta final precisa ser certeira.

Esse foi o motivo pelo qual Hugo optou por não participar do Campeonato Mundial por Equipes na República da Coreia em fevereiro. Nos próximos meses, o brasileiro terá um calendário recheado de torneios em diferentes continentes, precisando, então, minimizar o desgaste. Além disso, essa será a última oportunidade antes dos Jogos que ele tem para realizar um período mais longo de treinamentos, sem competições.

Por isso, a palavra de ordem da preparação de Calderano é equilíbrio. “A gente vai ter muitas competições [antes de Paris] ao contrário de Tóquio. A gente não vai poder ter dois meses antes da Olimpíada só para se preparar... Ao mesmo tempo temos que buscar os pontos no ranking, que vai ser importante no chaveamento, mas não posso chegar muito desgastado nos Jogos e não conseguir performar da forma que eu gostaria. Então temos que achar esse equilíbrio e por isso esse período agora de um mês de treinamento vai ser bem importante para fazer essa preparação tanto na parte física, como técnica”, explicou o mesatenista em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (2).

“Todas as decisões daqui pra frente vão ser com esse objetivo, chegar lá da melhor forma possível, em condições de brigar por uma medalha. Claro que fico triste, sempre gosto de representar o Brasil em competições, principalmente em mundiais. Infelizmente dessa vez vou ficar só torcida pelos meus companheiros. Fico com essa sensação de que gostaria de estar lá contribuindo com um bom resultado, mas pensando no bem maior, a gente ganharia mais se eu me concentrar na preparação para Paris”.

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Hugo Calderano avalia começo de temporada e acredita no “trabalho duro”

A temporada já começou agitada para Hugo Calderano, que disputou três competições em janeiro. No WTT Finals, que reúne os 16 melhores atletas do mundo, o brasileiro foi eliminado logo na estreia. Depois disso, chegou às oitavas de final do WTT Star Contender de Doha e conquistou o vice-campeonato do WTT Star Contender de Goa, na Índia.

Na decisão do torneio indiano, Calderano chegou a abrir 2 a 0, mas levou a virada diante do jovem francês Félix Lebrun, de apenas 17 anos. Essa foi a primeira final que o brasileiro perdeu desde 2018, sendo somente a terceira em toda a carreira na categoria adulto. O resultado foi amargo, mas ele avaliou de forma positiva seu desempenho e disse acreditar que está no caminho certo.

“No geral, foi um bom começo de ano. Chegar em uma final é muito difícil, a concorrência é muita alta. Consegui treinar muito bem em dezembro, duas ou três semanas de treinamento intenso, sabia que estava bem preparado, mas muitas vezes os resultados vêm um pouco depois… Já passei por isso na minha carreira, faço uma preparação muito boa, estou me sentindo muito bem, mas chega no campeonato e acaba não conseguindo o resultado que gostaria. Mas ele vem uma semana depois, ou um mês depois... Então às vezes o resultado vem um tempo depois, mas eu tenho certeza que sempre o trabalho duro vai trazer os resultados mais cedo ou mais tarde”, afirmou Calderano.

“Foi muito difícil perder essa final. Acho que joguei bem, mas realmente o Félix agora é o melhor jogador não chinês, tão jovem, mas tem um nível altíssimo e raramente perde um jogo. Há um ano nem estava entre os 100 do mundo e chegou muito rápido, está ganhando de todo mundo praticamente. Mas fiz um excelente torneio em Hoa, fazia bastante tempo que não jogava num nível tão alto assim, então fiquei bem feliz. Isso vai me dar confiança para os próximos meses. E estou confiante que eu possa manter esse nível de performance e focado para subir ainda mais, porque os próximos meses vão ser muito importantes”, finalizou.