Gabi Mazetto: a 'fênix' do skate brasileiro marca território
Segunda brasileira mais bem colocada no ranking do street feminino da World Skate, a mãe de Liz luta por seu espaço em busca da estreia Olímpica em Paris 2024.
Skate
"Um coração cheio de amor é como uma fênix que nenhuma gaiola pode aprisionar", diz a citação atribuída ao poeta persa Rumi. O amor pelo skate e pela filha, Liz, são os guias da brasileira Gabi Mazetto em busca de sua estreia em Jogos Olímpicos em Paris 2024.
Um dos principais nomes do Brasil no Pro Tour de Skate Street em Lausanne, Gabi lançou um documentário em 2022 chamado "A Volta da Fênix", contando os últimos anos repletos de reviravoltas em sua vida, incluindo uma lesão séria e uma gravidez.
"Agora eu tenho mais garra. Eu não quero fazer só por mim, mas pela minha família, pela minha filha", diz a skatista que completará 25 anos em Lausanne.
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Entre idas e vindas, o sonho Olímpico continua
Todo brasileiro reconhece a Baixada Santista como um lugar importante para o skate brasileiro, muito por conta da banda Charlie Brown Jr. Foi lá que Gabi Mazetto cresceu, na cidade de Praia Grande. Ela começou no esporte na ginástica artística, mas se encontrou nas manobras das pistas radicais.
Aos 20 anos, ela já fazia parte da seleção brasileira que tentava a classificação para Tóquio 2020, a estreia do esporte nos Jogos Olímpicos. Em 2019, no entanto, ela sofreu uma lesão grave no joelho. Naquele ano, Pâmela Rosa ganhou o Super Crown, Letícia Bufoni brigava por títulos e Rayssa Leal tinha apenas 11 anos.
Recuperada a ponto de seguir na briga por Tóquio, Gabi descobriu que estava grávida em 2021, o ano dos Jogos. O sonho foi adiado, mas ela ganhou seu maior presente, a filha Liz.
"Quero que ela entenda o motivo de tudo isso, de deixar ela com o pai. É uma loucura, tudo muito novo para mim, mas fico muito feliz de estar passando por esse momento", comentou Gabi.
No segundo semestre de 2021, ela conseguiu retornar ao esporte, já pegando uma final em etapa da Street League. A boa fase continuou em 2022, com diversas finais em eventos da World Skate e da SLS.
"No começo, eu não entendia muito que eu era uma inspiração para outras mulheres, não só no skate. Eu tô trabalhando para entender esse processo. Não sou uma pioneira do skate, mas sou uma mãe em alto nível. Fico feliz por isso e agradeço todos que me acompanham e me dão força, porque é muito gratificante", analisou.
Próxima parada: Lausanne
Antes de Lausanne, Gabi Mazetto ocupa o sétimo lugar do ranking Olímpico da World Skate. O Brasil pode levar até três skatistas no street feminino a Paris, desde que elas atendam aos critérios de classificação.
"Eu sempre quis participar de uma Olimpíada. Agora que o skate continua [nos Jogos], vou fazer de tudo para conseguir uma vaga", prometeu.