Edy Tavares: o gigante que levou a pequena Cabo Verde à Copa do Mundo de Basquete 2023
Com 2,20 metros de altura, Walter ‘Edy’ Tavares é o principal destaque de Cabo Verde na Copa do Mundo de Basquete 2023. Atleta descobriu modalidade aos 17 anos por acaso, se tornou estrela do Real Madrid e foi um dos responsáveis pela classificação inédita do país à competição.
Em 2023, Cabo Verde vai ser o menor país da história a participar de uma Copa do Mundo de Basquete. Contudo, a esperança de um bom desempenho reside justamente em um dos atletas mais altos e imponentes da competição: Walter ‘Edy’ Tavares, campeão da Euroliga com o Real Madrid em 2023 e com passagens pela NBA.
Aos 31 anos e com 2,20 metros de altura, o jogador nascido na Ilha do Maio é uma das estrelas presentes nesta edição do torneio. Para a seleção cabo-verdiana, contudo, ele é muito mais do que isso. Em fevereiro, esteve em quadra quando o país de cerca de 580 mil habitantes venceu Costa do Marfim por 79 a 64 conseguiu a classificação inédita ao mundial.
“Nosso objetivo sempre foi por o nome de nossa terra o mais alto possível. Agora vamos ao céu no Mundial”, escreveu o atleta em seu Instagram após o resultado inédito. O primeiro jogo vai ser no sábado, dia 27, às 7h no fuso horário da Cidade da Praia.
Naquela partida, Edy Tavares fez o que se esperava de um jogador de seu quilate. Esteve em quadra por 31 minutos (atleta de Cabo Verde com mais tempo em quadra), fez 13 pontos, pegou 5 rebotes e deu 3 assistências. Mas além dos números, soube controlar a partida para garantir a vitória, sobretudo nos dois últimos quartos.
Dessa forma, disputar a Copa do Mundo de Basquete 2023 vai ser o ponto alto de uma carreira que começou em Gran Canaria, na Espanha, passou pelo La Palma até ser draftado pelo Atlanta Hawks, da NBA, em 2014.
Ficou dois anos nos EUA, fez apenas 13 partidas na liga pelo Atlanta e Cleveland Cavaliers, passou por times da liga de desenvolvimento, se destacou e retornou à Espanha para jogar pelo Real Madrid a partir de 2017 para ganhar duas edições da Euroliga e três campeonatos da Espanha.
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Edy Tavares vira inspiração para jovens em Cabo Verde
Os feitos conquistados por Edy Tavares nas quadras de basquete já o colocam como um dos maiores ídolos do esporte em Cabo Verde para as novas gerações. Um bom desempenho na Copa do Mundo de Basquete 2023, quem sabe lutando por vaga Olímpica em Paris 2024, pode aumentar ainda mais a influência da modalidade na pequena ilha.
“Edy é visto como um Deus em Cabo Verde, como um exemplo para as crianças saberem que nada é impossível e que quando você quer e trabalha por algo, é possível alcançar”, confidenciou Betinho Gomes, outra referência cabo-verdiana no basquete presente no Mundial, em entrevista ao site Gigantes.com.
Um de seus grandes sonhos, assim como de vários colegas da seleção, é criar escolas de basquete ou até mesmo uma fundação para que o esporte possa continuar se desenvolvendo no país. “Há que cultivar a prática desde infância, para que os miúdos possam decidir se querem fazer do desporto a sua vida”, explicou em entrevista ao site Record, de Portugal, em 2019.
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Edy Tavares foi do futebol ao basquete com uma foto de um turista
Como toda criança em Cabo Verde, Edy Tavares queria ser jogador de futebol. Imaginava jogar pelo Benfica, seu clube de coração. Mas por mais que se aventurasse nos campos da Ilha do Maio, foi sua altura que chamou a atenção – não de olheiros de futebol, mas de um alemão que tinha como amigo um supervisor da categoria de base do Gran Canaria, equipe de basquete da Espanha.
Ele pediu para tirar uma foto com o garoto de 17 anos que nunca tinha jogado basquete na vida. “Toda a gente sempre me disse que eu devia jogar basquetebol. E como ele só queria uma foto, eu disse que sim e não levei muito a sério”, explicou em entrevista ao site Notícias Magazine.
A fotografia, contudo, chamou a atenção da equipe espanhola, que convenceu o rapaz e sua família a fazer testes na Espanha. Teve que aprender o básico do esporte e a equipe mandou fazer um calçado sob medida – em Cabo Verde, acostumou-se a usar chinelos que deixavam metade do pé para fora.
Em pouco tempo, mostrou que, de fato, possuía não só altura, mas talento para o esporte. “Tive a sorte de ter bons treinadores, bom suporte técnico, amigos, colegas de equipa que me ajudaram. Se cheguei onde cheguei foi por causa deles. É muita informação e eu fui assimilando pouco a pouco”, afirmou ao Notícias Magazine.
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