Breaking news: veterano breaker coreano B-Boy Wing relembra memórias especiais de Paris e dá dicas para curtir o breaking Olímpico em 2024
Com 25 anos de estrada, B-Boy Wing se apresentou em diversos palcos, mas nunca nos Jogos Olímpicos. Ele falou ao Olympics.com sobre a experiência na capital francesa que mudou sua vida e seu mais recente desafio: "Ser atleta em Paris 2024".
“Relembrando a minha carreira no breaking, ganhei diversos títulos em todo o mundo, particularmente na França. A França me deu muitas oportunidades.”
Kim Heon-woo, também conhecido como B-Boy Wing, guarda uma lembrança espeial de Paris, onde o breaking fará sua estreia Olímpica em 2024.
Kim ganhou reconhecimento internacional em sua estreia no Red Bull BC One de 2008, realizado na capital da França. Foi lá que ele se tornou campeão da maior competição de breaking do mundo, que aconteceu pela primeira vez em 2004.
"Senti como se meu sonho tivesse se tornado realidade apenas por estar em um palco em que eu almejava estar desde pequeno".
"Naquela época, estava mais desesperadamente dedicado ao breaking do que nunca na minha vida. Tive que passar por tanta coisa para chegar ao Red Bull BC One", lembrou Kim, que começou a dançar aos 12 anos, por influência do seu irmão mais velho.
O feito obtido em Paris alçou Wing e seu grupo, o Jinjo Crew, a um papel de destaque no cenário do breaking internacional. O Jinjo - que significa 'Rising Phoenix' em coreano ("fênix em ascensão", em tradução livre) – é liderado por seu irmão Kim Heon-jun [B-Boy Skim], que também atuou como especialista em formas de competição de breaking na World Dance Sport Federation [WDSF], a federação internacional da disciplina.
O Jinjo Crew segue como único grupo a obter o chamado "Grand Slam" do breaking, ao conquistar títulos em cinco importantes competições - Red Bull BC One, Battle of the Year, R16 Korea, Freestyle Session e UK B-Boy Championships - entre 2008 e 2012.
Um dos B-Boys mais premiados do mundo, Wing agora está de olho em um novo palco: Paris 2024.
“Hoje, muitos aspirantes a B-Boys e B-Girls veem os Jogos Olímpicos como o palco dos sonhos”, disse ele em entrevista ao Olympics.com.
“Conforme continuo dançando, quero abraçar também um novo desafio, que é o de ser atleta Olímpico. Embora isso tenha se tornado algo muito mais competitivo desde que o breaking se tornou um esporte, isso me motivou."
“Quero ter a experiência em um palco no qual nunca atuei para não me arrepender no futuro.”
No ano que vem, o coreano de 34 anos está ansioso para voltar a Paris, onde recebeu "as asas” para mostrar seu talento na dança para todo o mundo.
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Guia do B-Boy Wing para curtir o Breaking Olímpico
Wing sempre acreditou firmemente no potencial ilimitado do breaking.
“Fiquei muito animado ao saber que o breaking foi incluído no programa Olímpico, porque podemos apresentar a mais pessoas o fascínio dessa dança, sejam eles fãs ou não”, disse ele.
O veterano B-Boy coreano também reconheceu as percepções negativas em torno do breaking Olímpico que podem afetar seu panorama cultural.
“Olhando de fora, o cenário pode parecer pequeno, mas há muitos grupos diferentes, levando a uma variedade de opiniões. No entanto, nunca pensei que o cenário mudaria depois de se tornar uma disciplina Olímpica. Em vez disso, um novo limite foi criado dentro do panorama. Sempre acreditei que o breaking pode combinar bem em qualquer âmbito”, explicou Wing.
“Olympic breaking will encourage people to get involved in the sport, and will further contribute to its professionalisation,” he added.
“O breaking Olímpico vai incentivar as pessoas a se envolverem com o esporte e vai contribuir ainda mais para sua profissionalização”, completou.
Muitas pessoas podem associar o breaking a movimentos poderosos e acrobáticos que lembram a ginástica artística. No entanto, o estilo de Wing, que tem 1m80cm de altura, é tão elegante quanto os movimentos de um cisne.
“Não consigo parar de descobrir e criar movimentos que refletem meu apelido de B-Boy, como voar e girar no ar. Trabalho duro para refiná-los até que fiquem bem com a forma do meu corpo.”
Wing tem três movimentos característicos:
- 2000s - girar de cabeça para baixo com uma mão
- ing-mill - fazer windmills enquanto se agacha e segura os dois pés
- A-Freeze – formar um A com as pernas enquanto pausa o movimento
Mas o que significam os movimentos característicos para B-Boys e B-Girls?
“Claro, todo mundo começa a dançar copiando movimentos fundamentais. Conforme os breakers progridem para níveis mais altos, você pode ver claramente quase todos os movimentos criados por meio de seu estilo único."
“Os movimentos característicos representam a minha dança e também são do que as pessoas mais lembram sobre minhas apresentações. Mas é tudo uma questão de tempo, já que o DJ toca música aleatoriamente durante as batalhas solo”, explicou Wing.
“Movimentos característicos podem elevar meu desempenho se eu os mostrar no momento perfeito; caso contrário, eles não serão memoráveis, independentemente do quão habilidosos sejam."
Wing deu uma dica sobre como aproveitar as competições do breaking, uma das novidades do programa Olímpico e que acontecerá em La Condcorde, com 16 B-Boys e 16 B-Girls que se enfrentarão em batalhas solo cara a cara nos dias 9 e 10 de agosto de 2024.
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“Como é um torneio, os espectadores às vezes podem se perguntar: 'por que aquele B-Boy foi eliminado?'. A razão para isso está ligada às táticas de cada um, que variam de acordo com seus oponentes.
“Eles mudam estrategicamente seu estilo ao longo de cada batalha, então será fascinante observar como a forma da dança de um B-Boy (ou B-Girl) evolui com o tempo.”
B-Boy Wing: “O aprendizado nunca deve parar”
Wing e o Jinjo Crew completaram o Grand Slam ao vencer o B-Boy Championships do Reino Unido em 2012, mesmo ano em que B-Boy Lorenzo, de 16 anos, dos Países Baixos, iniciou sua jornada.
“Embora eu dance há mais tempo, tenho aprendido muito com os competidores mais jovens que entraram em um novo sistema de breaking antes de mim no caminho para Paris 2024”, disse Wing, que fez sua primeira aparição no Breaking For Gold, em março deste ano.
Ele tem uma amizade especial com o atual campeão mundial, o B-Boy Phil Wizard [Philip Kim]. O B-Boy coreano-canadense revelou em entrevista ao Red Bull BC One que Wing tem sido uma inspiração para ele desde que começou a praticar o esporte, em 2009.
“Agora estou buscando conselhos dele”, disse um humilde Wing, que venceu mais de 100 competições em todo o mundo.
“Acredito que o aprendizado nunca deve parar. Como desafiante, estou sempre aqui para melhorar.”
Ele está animado para ver o que os B-Boys and B-Girls coranos vão conseguir na competição Olímpica.
“Os breakers coreanos tiveram uma influência significativa no cenário internacional ao conquistar muitos títulos. Porém, com a introdução do sistema do breaking Olímpico, estamos todos começando do zero”, explicou.
“Apesar de sentirmos um pouco de pressão para vivermos de acordo com nossos sucessos anteriores, sabemos que é algo que temos que aceitar. Agora estamos nos esforçando para superar nossos limites para atuar no palco Olímpico.”