Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb estão na semifinal do surfe dos Jogos Olímpicos Paris 2024

Por Juliana Taddone e Daniel Perissé
5 min|
Gabriel Medina of Brazil gets a barrel in the heats of the men's surfing quarter-finals on day six of the Olympic Games Paris 2024 on August 01, 2024 in Teahupo'o, French Polynesia
Foto por Ben Thouard - Pool / Getty Images

Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb venceram suas baterias e serão os representantes do Brasil nas semifinais do surfe nos Jogos Olímpicos Paris 2024, após a realização das quartas de final nesta quinta-feira, 1 de agosto, em Teahupo'o, no Taiti, depois de algunas dias sem competição por conta das condições climáticas.

Após algumas jornadas de cancelamento, hoje foram realizadas as oitavas de final e as quartas da competição feminina, além das quartas no masculino.

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Medina seguiu mostrando porque é o favorito ao ouro ao superar o também brasileiro João Chianca, enquanto Tati teve rodada dupla: primeiro desbancou a americana Caitlin Summers, número 1 do ranking mundial, e nas quartas ganhou da espanhola Nadia Erostarbe.

Na briga pela vaga à decisão masculina, o três vezes campeão mundial terá pela frente o australiano Jack Robinson, enquanto a brasileira vai enfrentar Brisa Hennessy, da Costa Rica, algoz de Luana Silva nas quartas.

As semifinais e as finais estão marcadas para o dia 3 de agosto, sábado. A programação começa às 7h locais (19h de Paris, 14h de Brasília). A programação ainda pode sofrer alterações por conta das condições climáticas.

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No duelo brasileiro, melhor para Gabriel Medina contra Chumbinho

Os primeiros representantes do país a entrar na água foram Medina e Chianca, na bateria 100% brasileira em Teahupo'o. E mais uma vez o paulista se destacou, buscando as melhores oportunidades desde o início.

O placar final foi de 14.77 para o paulista, contra 9.33 de Chumbinho. Ele saiu em vantagem logo cedo na bateria, ao conseguir duas ondas boas, com pontuação 6.67 e 8.10, para abrir vantagem e segurar o resultado.

"Cheguei pra competir com um único objetivo. Não sei o que o futuro vai trazer, mas me sinto bem, confiante, sei do trabalho duro que eu fiz e acho que mereço a medalha. Estou tentando ganhar. Tem algo dentro de mim que me diz que eu mereço, e sei que fiz pra estar aqui," comentou o paulista em declarações exclusivas ao Olympics.com.

Três vezes campeão mundial, ele disse que a 'sensação é boa' pelo que vem fazendo.

"Sinto-me bem, feliz por estar na semi. As condições hoje foram complicadas, mas ainda assim estou feliz por estar aqui. A sensação é boa," destacou.

Questionado sobre o que sente quando está competindo, Medina afirmou:

"Quando estou ali acho que só estou surfando, tentando curtir o momento ao máximo. Só o fato de estar na água me faz sentir um cara de sorte. Sinto-me abençoado, e nos corais é ainda melhor."

O paulista encara o australiano Jack Robinson por uma vaga na final. Na outra semifinal, Alonso Correa, do Peru, encara o francês Kauli Vaast, que é natural do Taiti e esperança do público local.

Tatiana Weston-Webb derruba número um do mundo nas oitavas

Para chegar à semifinal, Tatiana Weston-Webb teria de superar as oitavas e as quartas na mesma jornada. E logo no primeiro duelo, conseguiu um resultado importante: desbancou a americana Caitlin Summers, atual número 1 do ranking, ao fazer uma soma de 12.34, contra apenas 1.93, sem dar chances à rival.

Caitlin havia vencido a brasileira na primeira fase por 12.93 a 10.33, resultado que mandou Tati para a repescagem.

Em outro duelo entre surfistas do Brasil, Luana Silva acabou eliminando Tainá Hinckel nas oitavas com um somatório de 6.77, contra 5.93 de sua compatriota.

"Foi um pouco triste competir contra a Tainá, outra brasileira, tão cedo. Mas acho que tentamos mostrar nosso melhor mesmo em condições adversas hoje. Estou muito feliz por ter passado por mais essa eliminatória.", disse Luana ao Olympics.com.

Triste, mas com a sensação de dever cumprido, Tainá agradeceu à torcida e se disse orgulhosa por ter a chance de estar na competição, além de exaltar a participação das mulheres no esporte.

"É um momento muito especial para as mulheres poder estar competindo aqui nas Olimpíadas em Teahupo’o, um lugar mágico, e eu estou muito feliz por fazer parte disso, por ser uma atleta Olímpica. Nessa bateria eu não pude dar o meu melhor e por isso estou bem triste, mas ao mesmo tempo estou orgulhosa em representar meu país, que está sempre torcendo e me mandando amor", disse.

Nas quartas, Luana enfrentaria Brisa Hennessy, da Costa Rica, que eliminou a portuguesa Yolanda Hopkins por 12.34 a 9.90.

'Não vou mudar muitas coisas,' afirma Tatiana Weston-Webb sobre a semi

No segundo compromisso do dia, Tati tinha pela frente a espanhola Nadia Erostarbe. Ela fez outra bateria segura e teve um somatório de 8.10, enquanto a rival ficou com apenas 6.34.

"Estou muito orgulhosa de mim mesma porque cheguei até aqui, mas quero lutar mais; ainda tenho muita luta em mim. Estou super animada (para a semi). Hoje tivemos condições muito difíceis, diferente de outros dias. Essa tarde piorou mais ainda, então foi muito sobre quem conseguiu se adaptar melhor. Mas estava me sentindo muito bem o dia todo, com minha energia em alta, e estou grata por ter conseguido as melhores ondas," comentou Tati em declarações ao Olympics.com.

Weston-Webb tinha a chance de fazer uma semifinal com Luana Silva, o que garantiria ao menos a prata para o Brasil. Mas ela acabou sendo vencida por Brisa Hennessy.

A surfista da Costa Rica fez um somatório de 6.37, contra 5.47 da brasileira. Hennessy é a terceira do ranking mundial, mas isso não intimida Tati para a semifinal:

"Não vou mudar muitas coisas porque tudo está funcionando por enquanto, e vamos com tudo," ressaltou.