Com três vitórias na repescagem, Brasil chega com equipe completa às oitavas do surfe nos Jogos Olímpicos
Com vitórias de Filipe Toledo, Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel na repescagem neste domingo, 28 de julho, a equipe de surfe do Brasil chega às oitavas de final dos Jogos Olímpicos Paris 2024, com todos os seus seis representantes ainda na disputa por medalhas nas ondas de Teahupo'o, no Taiti.
Eles se juntam a Gabriel Medina, João Chianca e Luana Silva, que venceram suas respectivas baterias de estreia.
Entre as portuguesas, Teresa Bonvalot deixou a competição, enquanto Yolanda Hopkins se garantiu nas oitavas.
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Filipinho foi o melhor pontuador na repescagem masculina, com uma nota total de 17.00, enquanto a francesa Johanne Defay teve o desempenho mais destacado nas baterias femininas de hoje, com 11.83.
Serão oito confrontos em cada naipe, com apenas dois surfistas em cada bateria. O vencedor está nas quartas, enquanto o segundo colocado dá adeus à chance de obter uma medalha Olímpica.
As competições de surfe de Paris 2024 seguem na segunda-feira, 29 de julho, com as disputas das baterias das oitavas, a partir das 14h de Brasília, no masculino, e às 18h48 no feminino.
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Filipe Toledo faz grande bateria e tem melhor desempenho do dia
Em entrevista ao Olympics.com, Filipe Toledo falou em "resetar" após a primeira bateria. E ele cumpriu da melhor forma possível a promessa ao vencer a disputa de hoje, contra o neozelandês Billy Stairmand, com direito à pontuação somada mais alta da jornada: 17.00.
A bateria começou devagar, praticamente sem ondas. Após quase a metade do tempo, Filipinho achou uma oportunidade e saiu com um 7.33, o que pressionou o rival.
Stairmand conseguiu uma primeira nota de 5.83. Bem perto do fim da bateria, o brasileiro encaixou outra bela onda e conseguiu um 9.67, abrindo a vantagem de que necessitava. O adversário ainda conseguiu ir bem novamente e somou 14, mas não foi suficiente para superar o bicampeão mundial, que estava inspirado.
"Acho que a atuação de hoje foi fruto da confiança e do tempo que eu tive para me preparar, para vir aqui surfar tranquilo, com calma, sem pressão, eu vivi isso aqui, eu entrei na rotina dos locais. Amo esse lugar, sempre amei, e é gratificante demais conseguir uma nota alta, conseguir um somatório alto, e a confiança vai lá em cima," comentou Filipe em declarações divulgadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
"Peguei um tubo muito bom, uma onda que eu precisava fazer, eu fiz, muito difícil e custou a vitória para mim, então conseguir um triunfo como esse com um tubo daquele, tenho de comemorar mesmo," completou.
Nas oitavas, o brasileiro vai encarar o japonês Reo Inaba, com bagagem no circuito mundial.
"Se é um adversário que está no round três, é porque merece estar lá, porque surfou bem. Vou focar, entrar como se fosse uma bateria muito difícil, entregar o meu melhor e representar o Brasil," destacou Filipinho.
"Quanto mais a gente surfa aqui, mais a gente fica confiante. É o que tem acontecido. Estou feliz demais, agora é aguardar e estar preparado."
Completando as oitavas, João Chianca, o Chumbinho, terá pela frente o marroquinho Ramzi Boukhiam, que veio da repescagem.
E Gabriel Medina, um dos favoritos ao ouro, terá pela frente ninguém menos que Kanoa Igarashi, medalha de prata em Tóquio 2020.
No feminino, brasileiras passam sem dificuldades
Pela disputa feminina, Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel competiram hoje.
Tati obteve uma melhor nota de 9.50 diante da Candelária Resano, que só fez 3.30. Aliviada pela classificação, ela acredita que a competição tende a ficar muito mais complicada a partir de agora.
"É bom ter uma atuação nesse nível, mas é ideal também crescer porque, quanto mais você avança, seja nos Jogos Olímpicos ou em qualquer outra competição, mais difícil vai ficar," disse Tati, com exclusividade, ao Olympics.com.
A brasileira acha que a competição está aberta: "Acho que minhas chances são tão boas quanto as de qualquer outro surfista da chave".
Tati terá como rival a americana Caitlin Simmers, quarta colocada no circuito mundial ano passado e eleita a melhor estreante em 2023.
Por sua vez, Tainá superou a canadense Sanoa Dempfle-Olin em uma bateria muito apertada. Ela fez 7.10, contra 6.30 da rival.
"Estou pensando o tempo inteiro em seguir meu coração, fazer bateria a bateria. Agora é relaxar, colocar a cabeça no lugar e vamos com tudo para as próximas," comentou, em declaração exclusiva ao Olympics.com.
Em sua primeira edição dos Jogos, a brasileira disse que está "aprendendo muito" a cada dia que passa no Taiti.
"É a minha segunda vez em Teahupo’o, estou aprendendo bastante, adquirindo bastante experiência e isso vai fazer muita diferença. É minha primeira edição dos Jogos Olímpicos, algo muito especial, e estou contente com minha performance," destacou Tainá, que enfrenta a também brasileira Luana Silva.
Yolanda Hopkins vai às oitavas e Teresa Bonvalot fica pelo caminho
Yolanda Hopkins manteve Portugal com chances de medalha no surfe feminino em Paris 2024 ao vencer sua bateria - a surfista acabou com uma nota 4.67, enquanto a neozelandesa Saffi Sette fez apenas 1.27.
Ela enfrenta Brisa Hennessy, da Costa Rica, por uma vaga nas quartas.
Teresa Bonvalot foi superada em sua bateria pela japonesa Matsuda Shino, que fez 9.77 - contra apenas 6.84 da portuguesa.