Bia Souza e Rafael Silva, os pesados do judô brasileiro em momentos opostos da carreira

Paris 2024

Enquanto Bia vive a expectativa de disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez, o Baby vislumbra sua despedida da competição. Os dois estão entre os favoritos nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023.

4 minPor Sheila Vieira
Rafael Silva e Beatriz Souza
(Joselly Moreira/COB)

O último dia de disputas individuais do judô nos torneios internacionais conta com os pesados (+78kg no feminino e +100kg no masculino), geralmente a sessão em que o Brasil verá ao final uma foto com Beatriz Souza e Rafael Silva posando juntos com medalhas.

Enquanto Bia Souza sonha com sua primeira participação Olímpica em Paris 2024, o 'Baby' enxerga nos próximos Jogos Olímpicos a sua despedida do torneio. Ambos estão entre os favoritos ao ouro nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023. Eles vão ao tatame nesta segunda-feira, 30 de outubro.

"Eu sinto que eu estou no caminho certo e cada competição é um aprendizado. Mesmo medalhando a gente tira uma lição e eu sinto que é o caminho certo da preparação até para Jogos Olímpicos", afirmou Bia ao Olympics.com sobre a confiança de ter conquistado sua terceira medalha seguida em Mundiais neste ano.

"Acho que é questão evoluir muito na questão técnica, analisando todas as minhas competições, na física também. Acho que tudo é uma crescente e cada competição foi um degrauzinho, cada treino também. Mas eu sinto que eu cresci muito, amadureci muito também. Então estou feliz na minha caminhada", acrescentou.

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Bia Souza é treinada por ex-rival Maria Suelen

Bia perdeu uma disputa interna com Maria Suelen Altheman para decidir quem iria representar o Brasil na categoria nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 em 2021. Depois de se aposentar, Maria se tornou sua treinadora.

"A transição dela [Maria] como técnica foi super tranquila, mega natural. A gente tinha conversado logo após Tóquio e ela falou que queria ser técnica. Disse 'vamos nos juntar, eu preciso de uma técnica, você quer ser?' Ela me ajuda todos os dias, fica no meu pé, me orientando e me ajudando", contou Bia.

Aos 25 anos, Bia tem lidado com a pressão de ser favorita na maioria dos torneios em que participa. Ela tenta se blindar ao evitar as redes sociais.

"Eu fico mais assistindo série, vendo filme e estudando. Evito o máximo rede social, não leio comentário, não fico escutando o papo das outras pessoas no Instagram, porque nesse momento todo mundo acha que é atleta de sofá para julgar todos os atletas", disse.

Mesmo evitando o barulho externo, Bia sabe até onde pode chegar, inclusive em Paris 2024. "Eu sempre visualizo a medalha de ouro, o lugar mais alto do pódio. Estou trabalhando muito para chegar nesse lugar."

Baby disputa 'provável' último Pan

Aos 36 anos de idade, Rafael Silva pode levar sua segunda medalha pan-americana. O judoca foi prata em Guadalajara 2011, sua única participação anterior no evento.

"Nas duas edições anteriores eu machuquei, então eu estou bastante feliz de estar aqui, podendo estar no Pan, e quero fazer um ótimo resultado pro Brasil, sendo que provavelmente será meu último. Então eu estou bastante feliz de ter essa oportunidade de lutar e ao mesmo tempo estou ansioso pra poder lutar bem", contou Baby ao Olympics.com.

Baby conquistou duas medalhas Olímpicas de bronze, em Londres 2012 e Rio 2016, além de outras quatro em Mundiais, incluindo 2023. No ranking Olímpico de sua categoria, ele é o segundo melhor colocado das Américas, atrás do cubano Andy Granda, que pode ser seu adversário na segunda luta em Santiago.

"O bom de ser pesado é que não precisa se preocupar tanto com a perda de peso. Eu me cuido. Ao longo da carreira, tive poucas cirurgias. Faço muita fisioterapia também", comentou Baby sobre sua longevidade.

Referência para o resto da equipe brasileira, ele tenta ensinar os mais jovens as estratégias para o sucesso no tatame.

"Lutar um pouco mais descontraído na estreia, mas ao mesmo tempo chegar alerta, com sangue no olho, querendo muito o resultado. Me anima essa troca com a galera mais nova", contou.

Pensando em Paris 2024, Baby vislumbra um desfecho 'feliz' para sua bela história Olímpica.

"Será provavelmente a última [Olimpíada]. Quero me classificar bem, estar entre os oito, para conseguir uma vantagem na chave e poder mostrar o meu melhor. Encerrar com chave de ouro uma carreira bem legal. Estou bem feliz de ter a oportunidade de voltar mais uma vez."

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