Beatriz Ferreira tem 28 anos, nasceu em Salvador, na Bahia, e chega a Tóquio 2020 como uma atleta consolidada a nível mundial e favorita ao ouro no peso leve feminino até 60kg.
A boxeadora prepara a estreia em Jogos Olímpicos, na Arena Kokugikan, contra WU Shih-Yi, atleta de 23 anos, do Taipé Chinês. Ao contrário de Bia, a asiática já vem rodada em Tóquio 2020 ganhando por 4-1 da sueca Agnes Alexiusson por isso chega nas oitavas de final com um ritmo competitivo superior ao da brasileira.
O histórico é favorável a Bia Ferreira em experiência e títulos. No Campeonato Mundial de Boxe Amador de 2019, realizado na Rússia, a asiática foi 9ª e viu como a brasileira saía campeã após bater a chinesa Wang Cong por decisão unânime. Foi a segunda vez na história que uma boxeadora brasileira venceu a medalha de ouro – a pioneira foi Rosa Feitosa que em 2010 venceu na categoria até 81kg.
O sonho é sair do Japão campeã Olímpica. Para isso respira boxe desde criança, quando começou a bater no saco vendo o pai treinar. A história da menina que queria boxear começa no Balbininho, ginásio onde Raimundo Oliveira treinava a nobre arte, como Beatriz Ferreira se refere ao esporte que é tradição familiar.
O Sergipe, nome de guerra de Raimundo, foi bicampeão brasileiro e tricampeão baiano.
“É bom saber que várias pessoas confiam no meu trabalho, mas eu não deixo isso me atrapalhar. Sei do que sou capaz e sei também que sou o alvo a ser abatido, que todo mundo vai vir para cima de mim. Isso me motiva a treinar mais. Quando penso que já treinei o suficiente, me dedico um pouco mais só para garantir.”
Beatriz Ferreira em entrevista à revista Gama.
Foi sparring de Adriana Araújo, que conquistou o bronze na Rio 2016, e em pouco tempo progrediu de 17ª no Campeonato do Mundo de 2018 para campeã em 2019. No mesmo ano venceu os Jogos Pan-Americanos em Lima e graças aos títulos fechou 2020 como número um do ranking da Associação Internacional de Boxe (AIBA) na frente de Mira Potknonen (Finlândia) e Kelli Anne Harrington (República da Irlanda).
O Brasil teve apenas um campeão Olímpico no boxe, Robson Conceição na Rio 2016, curiosamente também nascido em Salvador como Bia Ferreira. A primeira medalha foi ganha por Servílio de Oliveira, na Cidade do México 1968. Pelo meio, em Londres 2012, chegou a prata de Esquiva Falcão e os bronzes de Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo.
Time Brasil começa forte em Tóquio 2020
Há um cheirinho baiano na seleção brasileira de boxe e não só por Beatriz Ferreira. Hebert Conceição (Salvador), 23 anos, e Keno Marley (Sapeaçu), 21 anos, entraram bem em Tóquio 2020 e já estão nas quartas de final. Wanderson de Oliveira está nas oitavas de final. Graziele Souza ainda aguarda pela nos Jogos Olímpicos.
Por agora, duas boxeadoras brasileiras foram eliminadas: Graziele Souza perdeu para a japonesa Tsukimi Namiki na categoria 48-51kg, Jucielen Romeu foi eliminada em até 67kg pela britânica Karriss Artingstall.
O Time Brasil começa forte em Tóquio 2020, confira a programação dos atletas brasileiros da seleção Olímpica de boxe.
- 75-81kg | Keno Marley vs Benjamin Whittaker (GBR) dia 30 de julho às 13:24 horas (1:24 Brasília)
- 57-60kg | Beatriz Ferreira vs WU Shih-Yi (TPE) dia 30 de julho às 17:00 horas (5:00 Brasília)
- 81-91kg | Abner Teixeira vs Hussein Eishaish Hussein Iashaish (JOR) dia 30 de julho às 19:39 horas (7:39 Brasília)
- 57-63kg | Wanderson de Oliveira vs Dzmitry ASANAU (BLR) dia 31 de julho às 18:18 horas (5:00 Brasília)
- 69-75kg | Hebert Conceição vs Abilkhan Amankul (KAZ) dia 1 de julho às 18:00 horas (6:18 Brasília)