Jogos Pan-Americanos 2023: Ana Sátila e Omira Estácia, irmãs unidas pela canoagem slalom

Por Sheila Vieira e Gustavo Longo
3 min|
Ana Sátila e Omira Estácia
Foto por Claeyssens Martin

A brasileira mais vencedora no esporte tem a companhia constante da irmã mais nova, que seguiu os seus passos nas águas de Foz do Iguaçu.

As águas de Foz do Iguaçu, cidade próxima à fronteira brasileira com a Argentina e o Paraguai, aproximaram ainda mais duas irmãs que disputam a canoagem slalom nos Jogos Pan-Americanos 2023: Ana Sátila e Omira Estácia.

Dona de quatro medalhas pan-americanas, três delas de ouro, Ana se mudou durante a adolescência para a base da seleção brasileira no Paraná, vinda do Mato Grosso, onde foi incentivada a praticar o esporte pelo pai, Cláudio Vargas.

Márcia Vieira, mãe de Ana, não quis ficar longe da filha e foi contratada para trabalhar na pousada em que ficavam os atletas da seleção. Junto a ela, veio Omira, que se encantou ao ver a irmã três anos mais velha remando e também levou jeito para o esporte.

No Mundial deste ano, Ana e Omira obtiveram uma vaga cada para o Brasil em Paris 2024, no C1 e no K1. Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.

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Ana Sátila apoiada por Omira e pelo noivo Mathieu Desnos

"Omira, minha irmã caçula, está em seu primeiro Pan, e também a irmã do coração, Beatriz [Motta]. Estou feliz e honrada em poder estar ao lado delas, o amor e carinho que temos uma com a outra é inexplicável, criamos uma relação dentro e fora da água surreal. Com certeza elas irão fazer bonito, como sempre fizeram", disse Ana, primeira brasileira a fazer final Olímpica na canoagem slalom, em Tóquio 2020.

"Estou muito feliz. Embora tenha viajado bastante e competido em vários países, esta é a minha primeira vez em Santiago, Los Andes. Vou dar o meu melhor na água e estou 100% focada e preparada para as competições", afirmou.

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Ana tem mais uma conexão pessoal com um atleta da canoagem. Ela vai se casar ainda este ano com Mathieu Desnos, que representou a França por boa parte da carreira e agora compete pelo Brasil.

"Estou com a cabeça no lugar, mais leve. Tive altos e baixos, como toda pessoa na vida, mas sempre foi aprendizado. Tenho passado mais tempo em casa, com minha família e meu futuro esposo, e estou vivendo um momento muito especial. São seis anos juntos e uma decisão muito assertiva de encerrar o ano de 2023 casada. Só tenho a agradecer por tudo que está acontecendo em minha vida", comemorou Ana.

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Omira Estácia conquista seu espaço na canoagem slalom

Já Omira Estácia tentará sua primeira medalha no Pan em sua segunda participação.

"Em Lima me arrisquei muito, mas de lá para cá mudei bastante principalmente na forma de pensar. A cabeça está lugar para as competições. Passei bastante tempo de preparação no Rio de Janeiro, me sinto bem preparada para esse desafio", contou.

Segundo a irmã mais nova, apesar de disputarem as mesmas provas (e vagas Olímpicas), os laços delas estão ainda mais fortes.

“Não somos competitivas, não criamos essa rivalidade, ela me ajuda, eu apoio ela, é assim, não temos disputa dentro de casa.”

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