Ana Marcela Cunha em quarto lugar na maratona aquática 10km nos Jogos Olímpicos Paris 2024
Em uma prova marcada pela correnteza do Rio Sena, Ana Marcela Cunha lutou muito, mas não conseguiu diminuir a diferença para o trio de líderes estabelecido na metade da prova. A brasileira, campeã Olímpica em Tóquio 2020, terminou em quarto lugar na prova da maratona aquática 10km dos Jogos Olímpicos Paris 2024 disputada na manhã desta quinta-feira, 8 de agosto. Sharon van Rouwendaal, atual campeã mundial dos 10km, conquista o segundo ouro Olímpico, depois da Rio 2016. A nadadora dos Países Baixos também foi prata em Tóquio 2020 e ganha sua terceira medalha Olímpica.
A australiana Moesha Johnson terminou em segundo lugar e conquistou a medalha de prata. Ela e Sharon van Rouwendaal lideraram por boa parte da prova, com a italiana Ginevra Teddeucci acompanhando as duas, conseguindo terminar com a medalha de bronze. Ana Marcela Cunha permaneceu em quarto lugar durante boa parte da prova. Mas a distância aos poucos aumentou, especialmente nas duas últimas voltas.
Ana Marcela Cunha chegou com 34.4 segundos de desvantagem na última volta. A distância chegou a diminuir, mas na reta final aumentou mais ainda e Ana Marcela segurou o quarto lugar das concorrentes. Ao final de 10km no Rio Sena, ela terminou a 41.5 segundos atrás. Sharon van Rouwendaal completou a prova em 2h03min34.2. Johnson temrinou com 2h03min39s7, Teddeucci, em 2h03min42s8 e Ana Marcela Cunha finalizou em 2h04min15s7. Viviane Junbglut terminou em 11º lugar, com 2h06min15s8 e Angélica André, de Portugal, bronze no mundial deste ano, ficou em 12º, com 2h06min17s.
As 24 atletas que participaram da prova completaram a distância. Dentre outros nomes importantes, o pódio todo do mundial de 2023 na maratona aquática 10km ficou no pelotão intermediário: Leonie Beck, da Alemanha, Chelsea Gubecka, da Austrália, e Katie Grimes, dos Estados Unidos da América, ouro, prata e bronze em Fukuoka 2023, ficaram em nono, 14º e 15º nos Jogos Olímpicos Paris 2024, respectivamente. Xin Xin, da República Popular da China, campeã mundial em 2019, quarta colocada na Rio 2016 e oitava em Tóquio 2020, terminou em último, incentivada pelo público, completando em 2h27min029s, mais de 23 minutos atrás de Sharon van Rouwendaal.
Ana Marcela Cunha diz que é cedo demais para pensar em LA28 e que o quarto lugar de Paris 2024 'dói muito mais do que o quinto' de Beijing 2008
Em entrevista aos jornalistas após a prova, Ana Marcela acredita que “não faltou nada”. Sobre a troca de técnico, mudança de país e cirurgia no ombro, realizadas nos últimos meses acredita que “se não tivesse feito essa escolha eu não estaria aqui hoje”.
“O quarto lugar “dói muito mais do que o quinto quando eu tinha dezesseis”, sobre o quinto lugar que conseguiu nos Jogos Olímpicos Beijing 2008. “É muito longe ainda para mim, são quatro anos, é muito tempo. Eu tenho 32 anos, acho que eu tenho que sentar e analisar tudo. Se eu me mantenho na Itália por quatro anos, se eu encaro voltar para o Brasil, se eu paro de nadar. É um caminho que tenho que decidir junto com a minha família”.
Ana Marcela Cunha participa pela quarta vez dos Jogos Olímpicos
Foi a quarta participação Olímpica de Ana Marcela Cunha. Ela esteve na estreia da modalidade no programa Olímpico, em Beijing 2008, quando tinha apenas 16 anos e terminou em quinto lugar. Grande promessa do esporte, conquistou a medalha de bronze no Mundial de 2010 nos 5km e foi campeã da Copa do Mundo da modalidade, mas ficou de fora dos Jogos Olímpicos Londres 2012 por um segundo.
Depois da décima colocação na Rio 2016, ela se consolidou como um dos maiores nomes da maratona aquática: são sete títulos mundiais e outras dez medalhas. O último ciclo foi conturbado para Ana Marcela, que precisou passar por uma cirurgia no ombro em novembro de 2022 e trocou de técnico, mas conseguiu a prata nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 e foi bronze nos 5km do Mundial .
Viviane Jungblut diz que prova no Rio Sena foi muito desgastante pela correnteza
"Foi uma prova bem dura, bem desgastante. Faltou um pouquinho, uma meia volta para eu continuar no pelotão. Era muito importante, principalmente pela correnteza. Fiquei praticamente uma volta nadando sozinha, me desgastou um pouco, acabou pesando bastante no final. E numa prova de 10km, quando falta 3.5km já é uma complicação a mais" Mas eu entreguei o meu 100% na água", comentou a nadadora.
"Os últimos meses não foram fáceis, passamos por altos e baixos, mas também o esporte de alto rendimento é isso", completou Viviane, fazendo referência à tragédia climática no Rio Grande do Sul, onde mora.
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