Em plena recuperação, Yago Santos é peça chave do basquete brasileiro em Paris 2024 

Por Juliana Taddone
4 min|
Yago Mateus, em ação pela seleção brasileira.
Foto por Confederação Brasileira de Basquete (CBB)

Yago Santos tomou um grande susto ainda durante o jogo decisivo na final do Pré-Olímpico 2024 de basquete no domingo (7 de julho) contra a Letônia. A partida, que marcaria a classificação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos Paris 2024 depois de oito anos, também marcaria um momento conturbado para o armador, que deixou a quadra direto para o departamento médico com uma contratura na panturrilha esquerda.

Não que aquela lesão fosse exatamente novidade: o armador voltava às quadras após outra lesão: um estiramento de grau 2 na panturrilha esquerda, praticamente na mesma área. que a da nova contratura.

Ainda assim, Yago foi convocado, e seguiu em tratamento intensivo com uma equipe multidisciplinar, lutando contra a dor e contra o tempo. Tudo com o objetivo maior de ajudar o basquete brasileiro em seu maior desafio em tempos recentes e, de quebra, realizar seu maior pessoal: a participação Olímpica.

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“Meu maior sonho é disputar os Jogos (Olímpicos)", disse em entrevista ao Olympics.com em setembro de 2022. E na época, quando perguntado também sobre o que via em seu futuro, respondeu sem pestanejar: "Paris 2024 é a minha única certeza. (Estar) com a seleção em Paris 2024", afirmou. A profecia, então, se cumpriu.

Agora, Yago representa uma nova geração nesse novo capítulo de uma rica história bastante rica: o Brasil tem três medalhas de bronze (Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964), e dois brasileiros entre os 10 maiores cestinhas dos torneios Olímpicos: Oscar Schmidt e Wlamir Marques.

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O pequeno gigante do interior paulista

Com 1,78m de altura, estatura considerada baixa para o padrões do basquete, Yago Mateus dos Santos nunca deixa de surpreender. O jogador tem como origem um dos celeiros de craques do basquete nacional: o interior de São Paulo, casa de equipes referências na modalidade, como Franca e Bauru.

Nasceu na cidade de Tupã, em 1999, e conheceu o esporte aos cinco anos de idade. Aos 12, saiu de casa para poder jogar. Somou títulos nas categorias de base pelo Palmeiras e, com 18 anos, teve a primeira oportunidade de jogar pela seleção brasileira principal, pelas mãos de Aleksandar Petrovic, que colocou Yago como titular já em seu primeiro jogo.

Em 2017 o armador foi transferido para o Paulistano, time com o qual conquistou o primeiro campeonato brasileiro adulto, e dali para o Flamengo, onde jogou entre 2020 e 2022 e foi novamente campeão nacional, presente também no time que conquistou o título da Copa Intercontinental de Basquete.

Experiência internacional e espírito de equipe como trunfos em Paris

Em plena ascensão no basquete nacional, não demorou muito para Yago realizar mais um sonho: o de ganhar experiência internacional. Jogou a temporada 2022-2023 pelo Ratiopharm Ulm, da Alemanha, onde sagrou-se campeão alemão, e atualmente defende o Estrela Vermelha de Belgrado, na Sérvia. Pelo time, venceu até o momento a Copa da Sérvia e a Liga Adriática.

Na seleção brasileira desde 2017, Yago é considerado um jogador estratégico, que se destaca pelas qualidades técnicas, tem omo trunfo a experiência nas quadras da Europa mas também se destaca - e muito! - pelo espírito de equipe.

“Quero ajudar a colocar a seleção no topo. Estar nos Jogos Olímpicos e dar títulos para o meu país. Estou realizando um sonho (de vestir a camisa do Brasil) e quero com os meus companheiros levá-la mais longe e que a respeitem ainda mais", disse.

Em Paris, o torneio masculino de basquete reúne 12 equipes, divididas em três grupos. As duas primeiras seleções de cada grupo, mais os dois melhores terceiros colocados avançam às quartas de final, e seguem sucessivamente até a grande final

Além do Brasil, Grécia, Espanha e Porto Rico também asseguraram vagas no torneio masculino de basquete em Paris 2024. Essas equipes venceram respectivamente os Pré-Olímpicos que aconteceram simultaneamente em Pireu (Grécia), Valência (Espanha) e San Juan (Porto Rico).

O Brasil chega aos Jogos Olímpicos confiante, com um time entrosado e tendo, em figuras como a de Yago, a esperança de renovação e de medalhas.