Viviane Lyra supera hepatite antes do Mundial e bate na trave do pódio na marcha atlética
Carioca fez recorde brasileiro na prova, apesar de perder ritmo de treinos por conta da doença. No sábado ela havia terminado em oitavo nos 20km. Marcha teve até inusitado pedido de casamento. Nos 200m, Renan Gallina parou na semifinal em seu primeiro Mundial. Saiba como foi a quinta-feira em Budapeste.
Viviane Lyra (BRA) chegou na quarta colocação nos 35km da marcha atlética no Campeonato Mundial de Atletismo Budapeste 2023, na Hungria, na manhã desta quinta-feira (24 de agosto). Ela, que já tinha sido oitava colocada nos 20km, voltou às ruas da capital magiar para estabelecer o recorde brasileiro dos 35.000 metros ao completar a distância em 2h44min40s.
Viviane ficou pouco atrás da medalhista de bronze, a grega Antigoni Ntrismpioti (2h43min22s). María Pérez (ESP) é a nova campeã do mundo, com 2h38min40s, desbancando Kimberly García León (PER), vencedora da prova no Mundial 2022, que marcou 2h40min52s.
A brasileira chegou a estar entre as três primeiras logo no início, caiu para sétimo nos quilômetros seguintes e manteve-se na quarta colocação a partir dos 27km.
O bom desempenho no Mundial em Budapeste acontece pouco mais de dois meses se ter sido diagnosticada com hepatite, o que a fez perder dias de treinamento em preparação para as provas realizadas na Hungria.
"Meu sentimento é de gratidão, foi muita superação. Quando eu descobri que estava com hepatite, eu fiquei totalmente afastada dos treinos e eu estava muito bem preparada. Queria ter feito o índice Olímpico lá [no Grande Prêmio de La Coruña], mas eu tive que abortar a prova. Foi para descansar e enquanto eu não trabalhei meu corpo, eu trabalhei minha mente", falou Viviane para o Sportv, que completou 30 anos de idade no fim de julho.
“Brasil, vamos adiante. Temos muito trabalho pela frente. Se Deus quiser com saúde, com uma preparação sem os problemas deste ano”, completou Viviane, em comunicado para a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Elianay Pereira (BRA) chegou na 36ª colocação, com 3h16min11s. Érica Sena (BRA) abandonou a corrida no quilômetro 16.
Caio Bonfim em 10º nos 35km
Entre os homens, Caio Bonfim (bronze nos 20km no último sábado), terminou em 10º lugar nos 35km da marcha atlética, com 2h27min45s. O brasiliense se manteve no pelotão principal até o quilômetro 20, mas não acompanhou o ritmo.
Relembre | O bronze de Caio Bonfim
O vencedor foi novamente o espanhol Álvaro Martín. Ele, que já tinha sido campeão na prova dos 20km, voltou a ganhar nos 35km, o que significou a dobradinha da Espanha - Maria Pérez (ESP) venceu no feminino - na marcha atlética desta quinta-feira.
Renan Gallina semifinalista em seu primeiro Mundial
Renan Gallina, de 19 anos, chegou até a semifinal da prova dos 200m nesta quinta-feira ao terminar a sua bateria em quinto lugar, com 20s43.
"Amadurecimento. Competi contra atletas muito fortes. Levo uma grande experiência para a carreira", disse Gallina para o Sportv, após a prova.
Em maio passado o paranaense fez o terceiro melhor tempo de sempre de um atleta brasileiro nos 100m, ao terminar em 10s01 durante o Sul-americano Sub-20 de atletismo, em Bogotá na Colômbia. À sua frente estão Erik Cardoso (BRA), que pouco tempo depois marcou 9s97 no Sul-americano adulto, em Cuiabá, em julho de 2023; e Robson Caetano (BRA), com 10s00 estabelecidos em 1988.
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Marcha atlética teve pedido de casamento
Enquanto a prova feminina dos 35km chegava ao fim, o marchador eslovaco Dominik Černý, que já tinha terminado a prova masculina, aguardava ansiosamente após a linha de chegada.
Havia um porquê.
Quando a também eslovaca Hana Burzalová completou a distância, ele surpreendeu a amada com um pedido de casamento, feito ali mesmo. Tudo isso aconteceu pouco depois de Burzalová ter feito o seu melhor tempo na temporada, de 3h02min47s, chegando em 28º lugar. Já Černý foi o 19º, com a melhor marca da carreira.
E sim, Burzalová aceitou o pedido de casamento feito por Černý.