Triatletas do Brasil competem em Paris 2024 por Luisa Baptista 

Por Daniel Perissé
3 min|
Jogos Pan-americanos Santiago 2023 - Vinã del Mar - Triatlo Feminino - Na foto, Luisa Baptista
Foto por Gaspar Nóbrega / COB

O Brasil levará quatro representantes no triatlo, sendo dois de cada gênero, para Paris 2024. Na lista não consta o nome de Luisa Baptista, representante do país em Tóquio 2020 e que foi atropelada no final de 2023 enquanto treinava na estrada em São Carlos, no interior de São Paulo.

No masculino, competirão Miguel Hidalgo e Manoel Messias – ambos estão no top 15 do ranking, enquanto as representantes do feminino serão Vittoria Lopes e Djenyfer Arnold, que vinham como 29 e 30 da lista feminina.

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Além das provas individuais, o Brasil competirá também no revezamento misto, que fez sua estreia no programa Olímpico em Tóquio.

O quarteto estará em Paris pensando não somente em uma medalha Olímpica, mas em obter uma colocação digna a fim de celebrar a vida de Luisa, que ficou 167 dias internada.

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“Está sendo tão difícil! Tem horas que eu não quero acreditar … tem horas que meu mundo desaba ... tem horas que eu sinto falta e penso que logo isso vai acabar!, comentou Vittoria Lopes sobre a amiga em uma postagem no Instagram.

Como foi o acidente com Luisa

Uma das principais atletas de triatlo do país, Luisa foi atropelada por uma moto em estrada enquanto treinava com bicicleta em São Carlos (SP) no sábado, 23 de dezembro. Ela foi internada em estado grave com múltiplas faturas e lesões no pulmão.

A triatleta foi levada ao hospital com choque hemorrágico e sofreu uma parada cardíaca durante oito minutos, até que os médicos conseguissem recobrar seus sinais vitais. Posteriormente, precisou do auxílio de um aparelho que funciona como pulmão artificial.

Luisa teve uma série de lesões em decorrência do acidente. A triatleta sofreu mais de 20 fraturas, sobretudo no lado direito do corpo, além de duas perfurações no pulmão. Foram dois meses em coma e quatro meses internada na UTI. Entre os sete procedimentos cirúrgicos, mais recentemente a paulista colocou uma prótese no quadril.

“Estou inteira e não tive nenhum problema. Estavam com muito medo de eu ficar com algum problema na cabeça, [mas] eu não tive nada. Eu estou falando normal, coisa que os médicos falavam que não aconteceria, né? Já estou andando com a muleta. Eu sou muito grata a isso. É questão de tempo para que a vida volte ao normal e eu volte a praticar o esporte”, comentou Luisa à reportagem local da Rede Globo.

LA28 está nos planos futuros da triatleta

Tendo completado 30 anos de idade ao lado de amigos no último dia 15 de junho, Luisa não desistiu de competir. No Pan de Lima 2019, ela entrou para a história faturando o primeiro ouro feminino no triatlo para o Brasil na competição individual. Ela também integrou a equipe do país que conquistou o título no revezamento misto na edição.

A triatleta paulista esteve presente nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, terminando na 32ª posição na ocasião.

Em 2022, ela repetiu a dobradinha nos Jogos Sul-Americanos 2022 em Assunção, no Paraguai e ainda possui duas medalhas em etapas da Copa do Mundo da modalidade (2017 e 2018).

A brasileira soma 27 pódios e 16 vitórias nas competições da World Triathlon, a entidade internacional da modalidade.

Luisa mira sua segunda participação nos Jogos Olímpicos, pensando em LA28. “Vejo-me nas Olimpíadas daqui a quatro anos. Sei que Paris está muito cedo ainda, mas quem sabe em Lima (no Peru, em 2027) eu consiga ser bicampeã panamericana. Essa é a meta para mim”, afirmou a triatleta, em março, durante entrevista ao Fantástico.