Como é a rotina de treinos de Rebeca Andrade
As medalhas dos Jogos Olímpicos não são decididas somente nas finais. Horas, meses e anos de treinos estão por trás de cada suada conquista. Rebeca Andrade, que disputa a maioria das provas, e já conquistou três medalhas nestes Jogos, precisa se dedicar diariamente para brigar por títulos.
Qual é a rotina de treinos das atletas da seleção brasileira de ginástica artística? Alguns aparelhos são priorizados? Como evoluir prevenindo lesões? Veja o que conseguimos descobrir.
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Rotina de treinos de Rebeca Andrade e da seleção
Em conversa com o Olympics.com, o treinador de Rebeca, Chico Porath, contou como é um dia de treinos do time brasileiro:
- 8h a 11h ou 11h30: treino no tablado
- A seguir: fisioterapia
- A seguir: preparação física
- Mais uma hora e meia de treino
- Fisioterapia para encerrar o dia
Essa rotina se repete seis dias por semana, mas há uma sessão na quarta-feira e no sábado, e duas nos outros dias.
Desgaste maior no solo e no salto
Além dos aparelhos que vemos nas competições, há outros auxiliares que são utilizados nos treinamentos, para que os ginastas consigam treinar elementos sem arriscar lesões. Os auxiliares são mais presentes no início da temporada, enquanto os de competição ficam mais para os meses finais.
Entre os quatro eventos de competição femininos, o solo é o mais desgastante para as articulações. Portanto, as ginastas acabam deixando-o para momentos mais importantes.
“A gente sempre tem uma atenção especial para a paralela e para a trave, que possuem elementos bem técnicos e exigem menos fisicamente. Já o salto e solo costumamos trabalhar só em um período de treino. Temos uma pista de cama elástica, em que podemos trabalhar sem sobrecarregar os membros inferiores”, contou Chico.
Para que Rebeca consiga dar o seu melhor no salto e no solo nos Jogos Olímpicos, ela precisa evitar esses aparelhos em outras competições.
“Conseguimos no Mundial [de 2023] que ela fizesse cinco séries seguidas de solo. Não tem como ela fazer isso antes. A gente prefere que ela fique o máximo nos outros aparelhos”, explicou Chico.
Em Paris 2024, Rebeca já contou que não pretende fazer os quatro aparelhos em competições futuras.
“O futuro a Deus pertence e não sei se vou estar numa próxima Olimpíada, vai depender muito dos próximos anos, em relação ao individual geral. Realmente, eu não quero fazer, mas se precisar, se estiver me sentindo bem, respeitando minha mente e meu corpo... Se tiver capacidade, eu faço. Mas não é o objetivo”, disse.
Histórico de lesões impacta treinamento
As três principais atletas da seleção, Rebeca, Flavia Saraiva e Jade Barbosa, têm um histórico longo de lesões. A campeã Olímpica, por exemplo, já passou por três cirurgias de LCA (ligamento cruzado anterior) no joelho. Portanto, a preparação física acabou virando uma prioridade na seleção brasileira.
“Elas fazem muitos exercícios funcionais e para ganho de força, pela segurança. Trabalhar com cargas controladas, fazer uma cadeira extensora, um agachamento com segurança, isso também deixa articulações fortes para possíveis quedas. É importante entender o que cada uma precisa para segurar a Rebeca, a Jade, que tiveram lesões graves e continuam competindo”, explicou.