Qual é o time-base do Brasil antes da Copa do Mundo Feminina?

A exatos três meses do Mundial, seleção brasileira enfrenta série de lesões. Confira as opções da técnica Pia Sundhage

4 minPor Fernanda Zalcman
Seleção Brasileira Feminina perfilada antes de jogo com a Alemanha
(Thais Magalhães/CBF)

Faltam exatamente três meses para o início da Copa do Mundo Feminina. A Seleção Brasileira disputou no início de abril os últimos jogos antes do Mundial, que acontece em julho. Diante da Alemanha, segunda colocada no ranking, uma vitória convincente e quase impecável fechou a Data Fifa com chave de ouro e grandes expectativas para o Mundial.

Além do ótimo desempenho, a partida ainda foi importante para mostrar alternativas interessantes para a técnica Pia Sundhage, que enfrenta uma série de lesões na reta final da preparação. Desde a Copa América do ano passado, conquistada pelo Brasil, dez atletas já chegaram a desfalcar a seleção por lesões. E somente para estas partidas contra Inglaterra e Alemanha, foram oito ausências no time antes mesmo da convocação, que ainda sofreu outros três cortes, inclusive o de Marta.

Esse cenário obriga a treinadora a buscar alternativas. E foi o que aconteceu. "Apesar de termos aqui algumas jogadoras, outras também deveriam estar aqui, mas elas estão lesionadas e se olharmos de forma positiva, o fato de estarmos com a equipe há três anos e meio torna tudo mais fácil. Isso é também uma mensagem para todos, que há uma oportunidade. Haverá também muitos jogos dos clubes. Por isso, vamos acompanhar e ver quem vai para a Copa do Mundo", disse Pia antes do jogo contra as alemãs.

(Thais Magalhães/CBF)

Atletas sofrem com lesões a três meses da Copa do Mundo Feminina

Nos quase quatro anos à frente da Seleção Brasileira, a técnica Pia Sundhage já convocou 92 atletas, sendo 34 pela primeira vez na equipe principal. No entanto, das jogadoras que disputaram a Copa da França e os Jogos Olímpicos de Tóquio, apenas oito seguem no time: Letícia (goleira); Kathellen e Rafaelle (zagueiras); Tamires (lateral); Bia Zaneratto, Debinha, Geyse e Marta (atacantes).

Para o Mundial da Austrália e Nova Zelândia, o Brasil já tem dois desfalques certos: a atacante Ludmila, do Atlético de Madrid, e a goleira Lorena, do Grêmio, que sofreram lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) e não terão tempo suficiente para se recuperarem. Angelina, com problema similar, vem se recuperando da cirurgia e deve voltar a jogar em breve, mas talvez não conquiste o ritmo de jogo necessário até a Copa.

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As lesões assolam também quem ainda busca uma vaga na lista final de Pia. É o caso de Nycole e Duda Sampaio, por exemplo. A atacante Nycole se recuperou de uma cirurgia no LCA no fim de 2021 e foi convocada em fevereiro para a disputa da She Believes Cup e em abril para os dois jogos. No entanto, foi cortada da última lista, após uma sinovite no joelho esquerdo.

Já Duda, de apenas 21 anos, ganhou espaço na seleção durante a Copa América, quando foi convocada no lugar de Gabi Nunes, cortada justamente por lesão. No entanto, ficou de fora de amistosos no final do ano e da She Believes por conta de um entorse no tornozelo esquerdo. Para os compromissos de abril, uma lesão de musculatura adutora na coxa esquerda impediu que a atleta disputasse as partidas.

(Thais Magalhães/CBF)

Qual deve ser o time do Brasil na Copa do Mundo

Nesse cenário, fica a dúvida: quem deve ser o time do Brasil na Copa do Mundo Feminina de 2023? É possível que Pia Sundhage tenha um time mesclado em termos de idade. Para os confrontos contra Inglaterra e Alemanha, por exemplo, a treinadora optou chamar duas veteranas no lugar das que se machucaram: Andressa Alves, de 30 anos, Luana, de 29, e Duda Santos, de 27.

As zagueiras Antônia e Rafaelle, que também sofreram com lesões no ano passado, já estão de volta desde o início de 2023 e assumiram papel importante no time, especialmente Rafaelle nesta última Data Fifa, ao lado de Tamires, puxando a responsabilidade na ausência ainda de Marta e Debinha.

Por outro lado, Pia deverá contar com uma base jovem de jogadoras também, tornando esta Copa importante para um planejamento futuro. O meio de campo mais usado pela treinadora desde a Copa América e que se tornou peça fundamental para o time, por exemplo, foi a dupla Ary Borges e Kerolin, ambas com apenas 23 anos.

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Na última convocação, a novidade foi a jovem Aline Gomes, meio-campista da Ferroviária e que tem apenas 17 anos. Ela já é avaliada como uma das maiores promessas, inclusive internacionalmente, e pode ganhar uma chance de disputar a Copa do Mundo Feminina. A lista de jovens atletas ainda pode aumentar.

Assim, a exatos três meses do Mundial, Pia tem um grande quebra-cabeça para montar. Resta esperar pela recuperação de algumas das principais atletas, como Marta e Debinha. E a boa notícia é que o Brasil provou que boas atletas não faltam.

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