Tênis brasileiro vive ano marcante e aumenta expectativas para 2024

Com feitos inéditos de Bia Haddad, campanha brilhante em Santiago 2023 e João Fonseca nº 1 do mundo no juvenil, modalidade teve temporada memorável e promete para os próximos anos

6 minPor Fernanda Zalcman
Bia Haddad foi campeã de simples e duplas do WTA Elite Trophy
(Lintao Zhang/Getty Images)

O ano de 2023 foi marcante para o tênis brasileiro. Feitos históricos, conquistas inéditas e resultados relevantes mundialmente recolocaram o país nos holofotes da modalidade. O principal nome foi Bia Haddad Maia, que viveu o melhor ano da carreira e levou o tênis feminino do Brasil a um novo e inédito patamar.

Com direito à semifinal de Grand Slam, a tenista paulista chegou ao top 10 da WTA, algo que nenhuma outra brasileira alcançou na história. Junto a ela, Luisa Stefani voltou a se estabelecer como uma das melhores duplistas do mundo após a grave lesão que sofreu em 2021.

E para completar a lista, o futuro do Brasil também contou com passos importantes e promissores. João Fonseca é o número um do mundo no ranking juvenil da ITF e promete para os próximos anos.

Relembre abaixo os principais feitos do Brasil no tênis em 2023.

Transmissão GRÁTIS ao vivo de eventos esportivos e classificações olímpicas - clique para se inscrever agora!

Bia Haddad faz história em Roland Garros e alcança ranking inédito

Bia Haddad reage à vitória nas quartas de final de Roland Garros

(Clive Mason/Getty Images)

Em junho de 2023, Bia Haddad Maia chegou à semifinal de Roland Garros, depois de cinco jogos de bastante emoção. Com esse resultado, a tenista de 27 anos se tornou a primeira brasileira a alcançar uma semifinal de Grand Slam na Era Aberta do tênis (desde 1968).

A última vez que uma brasileira havia chegado a uma semifinal de Grand Slam foi justamente em 1968, quando Maria Esther Bueno foi superada por Billie Jean King no US Open. Além disso, Maria Esther era, até então, a única mulher do país a chegar à semi do Aberto da França.

O desempenho em Paris levou Bia a um patamar nunca antes alcançado por uma brasileira. Ela ocupou a 10ª posição do ranking e se tornou a primeira tenista mulher a figurar no top 10 da WTA. Vale lembrar que Maria Esther Bueno foi considerada a melhor do mundo quando ainda não havia um ranking oficial.

Depois da campanha em Roland Garros, ela sofreu com oscilações, mas terminou o ano em alta. No final de outubro, Bia Haddad conquistou o título do WTA Elite Trophy, em Zhuhai, na República Popular da China, competição com as 11 melhores do ano fora do top 8 e mais uma convidada. Depois de vencer em simples, ela ainda levou o troféu nas duplas.

Foi o maior título de sua carreira e, com isso, ela fecha o ano na 11ª colocação do ranking e aumenta as expectativas para 2024, quando poderá ter a chance de participar de seus primeiros Jogos Olímpicos.

Brasil domina Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023

Laura Pigossi e Luisa Stefani conquistam ouro em Santiago 2023

(Gaspar Nóbrega/COB)

O Chile foi palco de um verdadeiro show brasileiro no tênis. Reeditando a dupla medalhista de bronze em Tóquio 2020, Luisa Stefani e Laura Pigossi foram impecáveis e conquistaram a medalha de ouro.

Este foi apenas um dos três ouros conquistados pelo Brasil em Santiago 2023. Laura fez história em simples, foi ao lugar mais alto do pódio, quebrou um jejum de medalhas que vinha desde 1991, quando Dadá Vieira conquistou a medalha de bronze, e ainda assegurou vaga em Paris 2024.

No entanto, essa vaga será obtida somente se a posição do tenista no ranking mundial estiver entre os 400 primeiros no fechamento dos rankings da ATP e WTA em 10 de junho de 2024 (ou outra data determinada pela Federação Internacional que seja exigida devido a circunstâncias excepcionais) e que o Comitê Olímpico Nacional (CON) do atleta em questão ainda não tenha atingido o limite de quatro tenistas em simples por gênero por CON.

Nas duplas, Gustavo Heide e Marcelo Demoliner também levaram para a casa a medalha dourada. Já nas mistas, Demo e Luisa ficaram com a prata, enquanto Thiago Monteiro ainda foi bronze em simples.

Luisa Stefani volta ao top 10

A lesão sofrida no US Open de 2021 tirou Luisa Stefani das quadras e das primeiras posições do ranking. Depois de chegar ao posto de número 9, ela começou 2023 como a 47ª colocada. A temporada, porém, serviu para que a brasileira se estabelecesse novamente entre as melhores do ano.

Ela abriu o ano já com um título no WTA 500 de Adelaide, jogando ao lado da americana Taylor Townsend. Logo depois, no Australian Open, mais um grande resultado, ao conquistar o título das duplas mistas com Rafael Matos.

No torneio seguinte, Luisa levou a melhor novamente. Jogando com a chinesa Shuai Zhang, a brasileira chegou a 19 partidas invictas e conquistou o troféu do WTA 500 de Abu Dhabi. Depois disso, a brasileira não levantou mais nenhuma taça, mas alcançou a semifinal do US Open e retomou o top 10 em setembro.

Stefani fechou o ano com as conquistas em Santiago 2023 e de volta ao top 20 da WTA, de onde tem tudo para voltar a conquistar títulos em 2024.

João Fonseca é campeão do US Open juvenil e lidera ranking

João Fonseca é campeão do US Open Juvenil

((Pete Staples / USTA))

O tênis brasileiro também brilhou nas categorias de base. Em setembro, o jovem João Fonseca conquistou o título do US Open juvenil. Com isso, ele se juntou à lista de brasileiros campeões de Grand Slam da categoria, que conta com Thiago Wild, vencedor do Aberto dos EUA em simples em 2018, além dos títulos de duplas de Gustavo Kuerten, Orlando Luz, Marcelo Zormann, Felipe Meligeni, Matheus Pucinelli e a brasiliense Jade Lanai no tênis em cadeira de rodas.

Em 2022, ele terminou o ano como número 44. Um ano depois, João é líder do ranking mundial juvenil. Ele já estreou em torneio de nível 500 da ATP, com convite para o Rio Open de 2023, além de ter sido protagonista na inédita conquista brasileira da Copa Davis Juvenil, em 2022.

No final de 2023, ele ainda esteve no ATP Finals e pôde treinar com os oito melhores tenistas da temporada. Com 17 anos, João Fonseca é o futuro do tênis brasileiro e demonstra potencial para os próximos anos.

CONHEÇA | Cinco fatos sobre o tenista brasileiro João Fonseca

Brasil disputa qualifiers da Copa Davis e Billie Jean King Cup em 2024

A temporada de 2023 também terminou com boas notícias para os torneios por equipes. Na Copa Davis, competição masculina, o Brasil venceu a Dinamarca pelo Grupo Mundial I, com direito a triunfo de Thiago Monteiro sobre Hulger Rune, garantindo vaga na primeira divisão da competição em 2024, a partir dos qualifiers (classificatórias).

No feminino, na Billie Jean King Cup, o Brasil derrotou a República Popular da Coreia e também está classificado para a fase de Qualifiers em 2024, em que os países lutam por uma vaga nas Finais.

Ou seja, a temporada de 2024 promete muitas emoções para o tênis brasileiro. Vale a pena ficar de olho e torcer pelos nossos craques.

VEJA TAMBÉM | Todos os campeões e desempenho do Brasil na história da Copa Davis

Mais de