Confira o retrospecto dos surfistas de Paris 2024 em Teahupo'o, no Taiti

Por Virgílio Franceschi Neto
5 min|
Jack Robinson (AUS) surfa em Teahupo'o, no Taiti, Polinésia Francesa.
Foto por 2023 Getty Images

Teahupo’o, no Taiti, será o palco Olímpico do surfe em Paris 2024. Imprevisíveis e surpreendentes ondas, repletas de mistérios e encaradas com bastante cautela até mesmo pelos mais experientes surfistas. “É uma das ondas mais fortes, mais perigosas, mas ao mesmo tempo uma das ondas mais lindas, que trazem uma sensação indescritível”, comentou Filipe Toledo para o podcast dos Jogos Olímpicos.

Podcast | Filipe Toledo pronto para o desafio do surfe em Paris 2024 (spotify)

O lugar também é uma das etapas do Championship Tour (CT) da Liga Mundial, a WSL (sigla em inglês para World Surf League), com a participação de atletas com vaga assegurada em Paris 2024.

Quais deles, portanto, conhecem bem aquelas águas? Quem já venceu por lá?

O Olympics.com fez um levantamento dos surfistas que podem repetir em Paris 2024, os resultados obtidos em Teahupo’o nos últimos anos dentro da etapa local do CT da WSL. Confira.

No feminino, Tatiana Weston-Webb foi semifinalista em 2022

Tatiana Weston-Webb se prepara para a que será a segunda participação Olímpica e também tem as suas impressões sobre Teahupo’o: “É uma coisa fora do normal, não tem como explicar. Desafia a gravidade...essa onda é perigosa também quando é pequena”, comentou Tatiana no podcast dos Jogos Olímpicos.

O melhor resultado da brasileira no Taiti foi o terceiro lugar em 2022, quando foi eliminada pela americana Courtney Conlogue, campeã da etapa. Em 2023, parou nas quartas de final.

As representantes dos Estados Unidos têm um bom palmarés na Polinésia Francesa: Caroline Marks venceu em 2023, enquanto que medalhista de ouro em Tóquio 2020, Carissa Moore, parou nas quartas de final nos últimos dois anos.

As australianas que asseguraram vaga em Paris 2024, não ficam atrás. A melhor campanha de Tyler Wright foi em 2023, quando parou nas semifinais, perdendo para Caroline Marks (USA). No mesmo evento, Molly Picklum ficou nas quartas.

A costarriquenha Brisa Hennesy, quinta colocada em Tóquio 2020, vive a expectativa de competir mais uma vez nos Jogos Olímpicos, em busca de repetir – ou melhorar – o desempenho que obteve em 2022, quando foi finalista e acabou derrotada por Courtney Conlogue.

Por fim, as francesas que obtiveram a cota Olímpica podem fazer bonito diante do público local. Afinal, Vahine Fierro esteve a uma bateria da disputa do título em 2022 e 2023, quando foi semifinalista, edições em que Johanne Defay parou nas quartas de final.

Campanhas das brasileiras do surfe de Paris 2024 em Teahupo'o

  • Tatiana Weston-Webb: semifinalista em 2022 e chegou às quartas em 2023;
  • Tainá Hinckel: não competiu em Teahupo'o em torneios da WSL;
  • Luana Silva: não competiu em Teahupo'o em torneios da WSL;

Tatiana Weston-Webb assegurou vaga através da temporada 2023 da WSL, enquanto Tainá Hinckel foi pelo ISA Games 2024. Luana Silva estava no time brasileiro que conquistou o título feminino por equipes no ISA Games 2024, que fez o Brasil obter uma vaga extra no surfe em Paris 2024.

Essa vaga extra não é nominal, pertence ao Comitê Olímpico Nacional (CON).

Como os Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.

No masculino, atual campeão é o australiano Jack Robinson

Entre os homens, os resultados em Teahupo’o não estão tão equilibrados quanto no feminino.

Dos surfistas americanos que obtiveram vaga em Paris 2024, Griffin Colapinto não passou das oitavas de final no Taiti nos últimos dois anos. O melhor desempenho de John John Florence em Teahupo’o, no CT da WSL, foi chegar nas quartas em 2023.

A Austrália tem o vencedor mais recente (2023), Jack Robinson, que obteve cota Olímpica. No entanto, a melhor campanha do seu colega de delegação, Ethan Ewing, foi chegar nas oitavas em 2022.

Já pela França, Kauli Vaast nasceu e cresceu no Taiti. Obteve um lugar nos Jogos de Paris e vai surfar em casa, literalmente. Conhece bem os segredos daquelas ondas, que levaram-no a decidir a etapa de 2022, bem como ter chegado às quartas em 2023.

Leonardo Fioravanti é um dos maiores surfistas da história da Itália, senão o maior. Poderá, em Teahupo’o, repetir a campanha de 2023 quando foi semifinalista, tendo sido eliminado por Jack Robinson (AUS), campeão da etapa na ocasião.

Mas, depois disso tudo, e os brasileiros?

Campanhas dos brasileiros do surfe de Paris 2024 em Teahupo'o

  • Filipe Toledo: semifinalista em 2018 e foi às oitavas em 2023;
  • João Chianca: parou na rodada de classificação em 2023;
  • Gabriel Medina: campeão em 2014 e 2018, finalista em 2023;

Filipe Toledo e João Chianca asseguraram vaga através da temporada 2023 da WSL. Já Gabriel Medina, campeão no individual do ISA Games 2024, contribuiu para dar ao Brasil uma vaga extra no surfe em Paris 2024. Seu triunfo acabou por colaborar também com o título por equipes do masculino no mesmo ISA Games 2024, somados os resultados dos seus colegas de time: Filipe Toledo e Yago Dora.

A vaga extra não é nominal, pertence ao Comitê Olímpico Nacional (CON).

Como os Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.

Ondas imprevisíveis. Resultados ainda mais imprevisíveis, o que aumenta ainda mais a expectativa para o surfe nos Jogos Olímpicos, em Teahupo’o.