Retrospectiva Olímpica: seleção feminina de vôlei do Brasil tem ano prateado

Com o vice-campeonato da Liga das Nações e do Mundial, equipe repete o resultado de Tóquio 2020 enquanto passa por renovação. Gabi e Carol emergem como líderes e jovens brigam por espaço no time.

4 minPor Sheila Vieira
Seleção feminina de vôlei

Uma imagem que viralizou da seleção feminina de vôlei do Brasil em Tóquio 2020, em 2021, foi a levantadora Roberta beijando emocionada a sua medalha de prata. Por mais que o objetivo sempre seja o ouro, o segundo lugar também é um símbolo de excelência.

Em 2022, o time comandado por José Roberto Guimarães novamente conquistou mais dois vice-campeonatos, na Liga das Nações e no Mundial. Em vez dos EUA, Itália e Sérvia foram os algozes desta vez.

Os principais ganhos vieram na formação da equipe, com a consolidação de Gabi e Carol como pilares da seleção, além de uma interessante briga pelas outras posições. Relembre como foi a temporada das meninas do vôlei.

Liga das Nações: novas lideranças

Na fase de grupos, o Brasil foi derrotado por EUA e Itália, mas conquistou uma importante vitória na semifinal diante da Sérvia, que não contou com Tijana Boskovic neste evento.

A Itália foi a adversária da decisão, e Paola Egonu liderou uma vitória tranquila para as europeias, por 3x0.

A ponteira Gabi chegou à temporada de seleções embalada por uma campanha impecável por seu clube, com cinco títulos. Nova capitã do Brasil, ela fez jus à posição na Liga das Nações, sendo escolhida para o time ideal do torneio.

A central Carol também mostrou todo o seu poder defensivo, como a maior bloqueadora do evento e também parte da seleção da competição.

Já as jovens Kisy e Julia Bergmann se destacaram no ataque e na recepção, respectivamente. Kisy foi a segunda maior pontuadora da Liga, atrás apenas de Egonu.

"Foi bom para entender o que precisamos fazer para melhorar. Estou triste pelo jogo, mas feliz pela geração, pela luta dessas meninas. Sabemos que precisamos trabalhar muito para chegar no nível da Itália, na defesa e no bloqueio", disse Zé Roberto após a final.

A revanche diante da Itália viria alguns meses depois.

Mundial: fantasma italiano vencido, mas Sérvia impede título

O reencontro com a Itália aconteceu no Mundial, na segunda fase, em uma partida épica. Após vencer o primeiro set, o Brasil perdeu os dois seguintes, mas conseguiu o triunfo no tie-break, por 17-15.

Na semifinal, mais uma vitória para o Brasil contra as italianas, desta vez por 3x1. Porém, novamente a seleção brasileira não teve chances na decisão contra a Sérvia, que tinha Boskovic em grande forma.

Julia Bergmann não disputou o Mundial, pois tinha compromissos com sua universidade nos EUA. Kisy, que havia se destacado na Liga das Nações, acabou perdendo espaço entre as titulares.

Zé Roberto acionou a levantadora Roberta, a ponteira Tainara, a oposta Lorenne e a líbero Nyeme em vários momentos na competição, mostrando a força do conjunto brasileiro.

Os maiores destaques do Brasil continuaram sendo Gabi, segunda melhor defensora e melhor receptora, e Carol, maior bloqueadora do Mundial. As duas entraram para a seleção do torneio.

"É um grupo sem vaidade. Uma torce para a outra. A gente queria o ouro, o grupo merecia. Tem pilares na seleção, mas todas trabalham para o grupo. Estou feliz de parte parte desta renovação”, comentou a central Carol Gattaz.

Vôlei em 2023: Pré-Olímpico define primeiras vagas para Paris 2024

A seleção brasileira feminina de vôlei pode se garantir nos próximos Jogos Olímpicos na próxima temporada, pelo Pré-Olímpico, que dará seis vagas diretas.

Os 24 times serão divididos em três chaves separadas e as duas melhores equipes de cada evento vão aos Jogos Olímpicos. Além do Pré-Olímpico, as vagas restantes serão distribuídas pelo ranking mundial em junho de 2024.

A edição de 2023 da Liga das Nações Feminina acontece de 30 de maio a 16 de julho, com Brasília entre as sedes da segunda semana.

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