Rayssa Leal brilha em Paris com segunda medalha em Jogos Olímpicos: 'Deu certo porque deu bronze'
Foi sob um forte sol de verão em La Corcorde que Rayssa Leal conquistou neste domingo, 28 de julho, a sua segunda medalha em Jogos Olímpicos no skate street feminino. Depois da prata em Tóquio 2020, em Paris 2024 veio o bronze. Um pódio que só veio na última manobra e por isso bastante celebrado por ela.
Significa muito pra mim e para o meu time, para o caminho que a gente está construindo, não só dentro do skate, mas como vida pessoal e vida profissional também.
Rayssa Leal sobre o significado da medalha para o Olympics.com
A caminhada da brasileira para a medalha não foi nada fácil. Nas classificatórias, não encaixou suas duas apresentações, indo para as manobras com 59.88, em 10º lugar.
Eram necessárias duas grandes notas para um lugar na final. Antes de partir para a parte da tarde, encontrou apoio na família, com quem foi conversar à beira da pista. Deu certo. Somou 88.87 e 92.68 que colocaram-na entre as oito finalistas.
Tudo isso vale muito o meu time, minha família. Fiquei um pouco nervosa, minha família me ajudou muito. Fiquei feliz por receber esse apoio, sabe, que a gente não recebeu em Tóquio. Sei que é tudo muito diferente, melhor, mais aprimorado, e a gente não tinha ideia que iria lotar tanto assim, ia ter tanto brasileiro.
Rayssa para o Olympics.com após a fase classificatória.
Relembre | A classificação de Rayssa para a decisão no skate street feminino
Tantos brasileiros que demonstraram um apoio incondicional pela skatista maranhense. Durante a final, voltou a não ir muito bem nas apresentações, em quinto lugar parcial e 71.66 pontos. Nas manobras, depois de não encaixar a primeira, marcou 92.88 na segunda. Na sequência, não acertou as outras duas: a terceira e quarta.
Rayssa deixava, portanto, para a última manobra a chance de ir ao pódio. Minutos antes, YOSHIZAWA Coco (JPN) obteve impressionantes 96.49 que levaram-na para a liderança.
Era tudo... ou tudo.
No limite, Rayssa Leal fez 88.83, levou a torcida brasileira ao delírio e subiu para a terceira colocação. Sem chances de ser alcançada pelas adversárias, que vinham na sequência, assegurou sua segunda medalha em Jogos Olímpicos: a de bronze. As japonesas YOSHIZAWA Coco e AKAMA Liz terminaram com ouro e prata, respectivamente.
Na coletiva de imprensa, Rayssa enfatizou:
Eu funciono sob pressão.
Ao ser perguntada pelo Olympics.com se foi testada no limite nesta tarde de domingo, ela discordou:
Não. Eu acho que fui testada no meu nervosismo mesmo. Acho que isso aqui foi algo para testar todo mundo.
E ressaltou a atmosfera do público presente em La Concorde:
Isso nunca tinha acontecido comigo, de ter uma galera tão grande torcendo por mim. Eu sei que a gente tem uma galera muito grande, em casa [Brasil] a gente sente isso. Mas como aqui na França, foi assim, surreal! Foi algo que a gente não consegue descrever. Só quem estava na pista estava sentindo aquela energia boa, sabe?
Ao refletir sobre a presença da torcida, o carinho que recebeu da grande quantidade de brasileiros presentes para acompanhá-la, Rayssa voltou ao tema sobre ser testada, e assim terminou :
Eu acho que se testou, deu certo. Deu certo porque deu bronze.