Podcast: Roberta Ratzke, VNL e o aquecimento do vôlei para Paris 2024

Por Sheila Vieira
6 min|
Capa do podcast: a levantadora Roberta Ratzke (BRA).
Foto por FIVB

Para o público brasileiro, uma das imagens mais lembradas de Tóquio 2020 é do vôlei, a da levantadora Roberta Ratzke olhando e tratando com carinho a medalha de prata que havia acabado de receber. Era o começo de um novo ciclo não só para aquela seleção, mas também para esta curitibana, que partia para atuar pela primeira vez fora do país, no LKS Lodz, da Polônia.

Após três temporadas na Europa, Roberta recentemente encerrou seu vínculo com a equipe polonesa e vive a expectativa do início do calendário com as seleções, com a VNL (sigla em inglês para Volleyball Nations League - Liga das Nações de Vôlei) e Paris 2024 pela frente.

Diante do trabalho que terá para poder fazer parte de um seleto elenco, o Olympics.com conversou com Roberta Ratzke para o 27º episódio do podcast dos Jogos Olímpicos (ouça aqui no spotify). Uma espécie de aquecimento para essas duas importantes competições. Um bate-papo de quase 50 minutos em que separamos alguns trechos abaixo. Confira.

É o ano Olímpico, os campeonatos são os mesmos, mas a energia já é diferente, a preparação já é diferente. Acho que as jogadoras, naquela luta por portar na melhor forma possível, pela luta pela vaga. O Zé Roberto [José Roberto Guimarães] tendo os problemas dele com a comissão técnica para entender o que eles vão fazer da melhor forma para o país, enfim. Mas é óbvio que a gente não pula etapas, então jogando a VNL a gente vai querer buscar o pódio. A gente está em busca dessa medalha de ouro e também continuar no pódio, no passado a gente ficou fora. Eu acho que é uma preparação visando a Olimpíada, sim, porém sem "atropelar" as etapas. Eu acho que jogando a VNL a gente tem que ter a cabeça total na VNL para buscar o que a gente puder de melhor, de resultados.

Ao refletir sobre o Brasil na VNL em 2024,

É sempre muito difícil. E por ser ano Olímpico, todo mundo está em busca desse sonho. Então também é muita ansiedade, muito nervosismo. Mas eu tenho certeza que se a gente conseguir manter a mesma energia, o mesmo grupo que a gente fez em 2021, na VNL foi um grupo também de muita parceria. Por mais que você estivesse disputando vagas, a gente estava muito pilhando uma ou outra, muito ajudando uma a outra. Acho que isso elevou o nível do time e também elevou a dificuldade para decidir quais seriam as doze, mas eu acho que essa é a pior parte. É saber que são só dois atletas. É muito pouco.

Ao ser questionada sobre a disputa das vagas na seleção.

É muito cultural isso. Mas isso a gente aprende desde criança, né? Que tem que ganhar, tem que ganhar e ganhar é o ouro, o resto não é ganhar. O resto é perder. Mas o atleta em si, ele também não gosta de não ganhar o ouro. A gente também não está satisfeito em não ganhar uma medalha ou de não ganhar o ouro, de estar fora de um pódio, né? Mas sobre valorizar a prata é valorizar o que a gente tinha naquele momento de melhor, que foi a prata. Naquele momento, os Estados Unidos estavam melhores, elas mereciam o ouro e por conta disso, a gente não pode ficar feliz com a nossa medalha? Acho que ficar triste e entender que a gente jogou abaixo na final é uma coisa, vamos trabalhar para isso. Porém, conquistamos a medalha de prata. Você se dar conta que aquela medalha está na sua mão é uma coisa muito gigante.

Ao comentar sobre o significado da medalha de prata em Tóquio 2020.

Por mais que seja desgastante um pouco, a gente está adaptado a isso. E acho que enquanto você está no ritmo, no movimento, sem parar muito, vai. E está sendo prazeroso, ainda. Acho que não deixou de ser prazeroso para mim. Então não, eu não vejo porque hoje parar. Mas também não depende só de mim. Também a gente está vendo várias outras levantadoras vindo, então tudo depende do que eles vão querer para o próximo ciclo, e enfim. Mas para mim ainda está sendo prazeroso estar fazendo isso tudo, no clube, na seleção, então não me vejo hoje parando.

Sobre a intensidade da temporada e os rumos na carreira dentro das quadras.

Podcast dos Jogos Olímpicos

Confira os 26 episódios do podcast dos Jogos Olímpicos, mais os seis especiais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, no Spotify: