O que são e quem recebe os diplomas Olímpicos?

Por Mateus Nagime
5 min|
Yolanda Hopkins com o diploma do surfe em Tóquio 2020
Foto por Instagram/@yo_surf

Você sabia que a forma de premiar os atletas em Jogos Olímpicos passou por muitas alterações durante a história? E nem estamos falando dos Jogos da Antiguidade, quando apenas o campeão recebia um prêmio - uma coroa de folhas de oliveira, às vezes mencionado como coroa de louros. Em Paris 2024, além das cobiçadas medalhas de ouro, prata e bronze em disputa, os oito melhores atletas de cada evento também receberão um diploma Olímpico especial.

A história dos diplomas Olímpicos

Nos primeiros Jogos Olímpicos, em Atenas 1896, apenas os dois primeiros ganharam medalhas: o campeão, de prata, e o vice, de cobre. O vencedor também recebiam um ramo de oliveira, o vice um ramo de louro, e ambos um diploma. Apenas em St. Louis 1904, o vencedor passou a receber medalha de ouro, o segundo colocado, prata e o terceiro bronze, o que permanece até hoje. Nas edições anteriores, os três primeiros colocados foram retroativamente premiados com ouro, prata e bronze.

Nos primeiros Jogos Olímpicos, apenas o vencedor ou a vencedora ganhavam o diploma específico do resultado. Em 1923, os três primeiros colocados passaram a receber o diploma. Em 1949, o Comitê Olímpico Internacional (COI) ampliou o reconhecimento para os seis primeiros colocados de cada evento; em 1981, finalmente, os oito primeiros passaram a ser considerados atletas “diplomados”.

O documento é assinado pelo Presidente do COI e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (OCOG). A cada edição, ele tem um visual diferente, com pequenas diferenciações para os que vencem ouro, prata e bronze. O design e a impressão são de responsabilidade dos organizadores locais. Este diploma, específico para atletas que finalizam um evento no top 8, não deve ser confundido com o diploma de participação que todos os atletas Olímpicos e até mesmo outros profissionais que participam dos Jogos recebem.

Portugal celebra seus atletas laureados com os diplomas Olímpicos

Se no Brasil e em outros países essa prática ainda é pouco conhecida, em outros, como Argentina, Espanha e Portugal, os diplomas são valorizados de forma muito próxima a uma medalha.

Por exemplo, o periódico português O Público valorizou a conquista de onze diplomas na Equipa Portugal durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, onde terminou com uma medalha: o bronze de Telma Monteiro. O Ministério de Esportes da Argentina também noticiou a conquista de diplomas em Tóquio 2020, assim como fez a Universidade Católica de Múrcia (UCAM), na Espanha, ao listar os medalhistas e diplomados que fazem parte de sua Universidade.

A equipe masculina de 4x400m metros rasos do atletismo da Bélgica comemorou a chegada do diploma de quarto lugar de Beijing 2008. O espanhol Diego Garcia Carrera também postou muito feliz uma foto do diploma dele referente ao sexto lugar em Tóquio 2020 - repetindo o feito de outro sexto colocado na marcha atlética, o britânico Tom Bosworth, sexto na Rio 2016.

Cerimônias de entrega podem ser formais

A entrega do diploma pode ser feita diretamente ao atleta por correio, ou ao Comitê Olímpico Nacional, o que proporciona a possibilidade de uma cerimônia especial. Foi o caso de Dafne Navarro, por exemplo, finalista Olímpica na ginástica de trampolim nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Alguns meses depois dos Jogos, ela recebeu seu diploma da Federação Mexicana de Ginástica.

Portugal também gosta de transformar as entregas dos diplomas Olímpicos em momentos de celebrar os resultados em frente aos compatriotas. Yolanda Hopkins recebeu o seu referente às quartas de finais do surfe durante uma competição realizada em Portugal. A equipe de adestramento do hipismo do país ficou em sétimo lugar e recebeu em um grande evento na Feira Nacional do Cavalo, em novembro. Da mesma maneira, Catarina Costa, estrela do judô português recebeu o seu em um evento de gala organizado pelo Comitê Olímpico Português no final daquele ano.

Na Argentina, os irmãos Klaus Lange e Yago Lange puderam ver de perto a conquista do ouro do seu pai Santiago Lange, na Nacra 17, ao lado de Cecília Carranza. Os irmãos receberam no Comitê Olímpico Argentino, em setembro de 2016, os seus diplomas referentes ao sétimo lugar da Rio 2016 e fizeram questão de compartilhar o momento. No Uruguai, Felipe Kluver Ferreira recebeu seu diploma - junto com um pin - apenas em 2023.

Atletas dos Jogos Olímpicos de Inverno também comemoram suas conquistas nas redes sociais. Loena Hendrickx, belga, oitava na patinação artística em Beijing 2022, por exemplo. Do mesmo modo, é comum ver atletas suíços comemorando muito seus diplomas de performance alcançados, caso do revezamento misto de triatlo, sétimo lugar em Tóquio 2020, ou o snowboarder - e cantor - Pat Burgener, quinto lugar muito comemorado em Pyeongchang 2008. Rudy Rinaldi e Boris Vain ficaram em sexto lugar no bobsleigh em Beijing 2022 e festejaram o melhor resultado da história de Mônaco em Jogos Olímpicos.