Nova dupla, mesmo objetivo: Luisa Stefani de olho em outra medalha no tênis em Paris 2024
Depois de conquistar a inédita medalha de bronze nas duplas femininas para o tênis brasileiro em Tóquio 2020 ao lado de Laura Pigossi, Luisa Stefani chega a Paris 2024 para sua segunda participação Olímpica, agora ao lado de Beatriz Haddad Maia.
Além de uma nova companheira de quadra, a situação prévia aos Jogos também foi bem diferente em relação à do Japão: em vez da correria entre a confirmação inesperada e a chegada à Vila Olímpica, dessa vez o anúncio da dupla veio com um mês de antecedência.
Aos 26 anos, Luisa também chega com muito mais bagagem: além de ter se tornado a primeira mulher brasileira a entrar no top 10 do ranking de duplas da WTA na chamada Era Aberta, a paulistana tem nove títulos do circuito no currículo – sete deles após a medalha em Tóquio – e ainda faturou as duplas mistas no Australian Open de 2023, ao lado do gaúcho Rafael Matos.
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São muitas mudanças entre um ciclo Olímpico e outro, mas o objetivo segue sendo o mesmo: voltar de Paris 2024 com mais uma medalha.
“Acho que o tênis cresceu bastante naquele momento, principalmente o feminino. Tinha muito mais gente seguindo a minha carreira nos torneios seguintes que disputei. Também mudou bastante em mim a questão da confiança e de acreditar, trabalhar e de buscar mais sonhos”, comentou.
As disputas do tênis nos Jogos acontecem entre os dias 27 de julho e 4 de agosto em Roland Garros, palco do segundo Grand Slam do ano.
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Conquista em Tóquio 2020 ainda emociona
A medalha de bronze veio em julho de 2021, mas Luisa ainda se emociona ao se lembrar de tudo o que aconteceu até a vitória sobre Veronika Kudermetova e Elena Vesnina por 11 a 9 no super tie-break, com direito a salvar match points.
"São indescritíveis as emoções que ainda surgem quando eu falo de Tóquio, acho que da experiência Olímpica no geral. Mas a medalha foi ainda maior. A gente entrou de última hora. Foi aquela loucura. Acho talvez a maior emoção que eu já tinha sentido na minha vida foi a de ir para os Jogos, com certeza meu evento esportivo favorito,” comentou Stefani ao Olympics.com.
Logo depois do resultado na capital japonesa, ela se juntou com a canadense Gabriela Dabrowski e fez três finais seguidas, com direito a um título, em Montreal, e dois vice-campeonatos, em San José e Cincinnati.
Lesão grave traz mudanças na carreira
Motivada com a medalha e a série de bons resultados na WTA, Luisa chegou à semifinal do US Open 2021 ao lado de Dabrowski. Entretanto, em uma disputa de bola durante a partida, ela acabou rompendo um dos ligamentos do joelho. Após uma cirurgia nos Estados Unidos, passou um ano fora das quadras e acabou mudando muita coisa em seu entorno – a principal delas foi trocar a Flórida por São Paulo, para ficar perto da família e amigos:
“Decidi voltar para o Brasil para fazer a fisioterapia por lá e ficar mais próxima da família e aproveitar. O meu entorno mudou completamente. Eu mudei fisicamente. Mudei mentalmente também por me mudar e me expor a coisas completamente diferentes. Com certeza essa lesão foi um divisor de águas".
O que não mudou para Luisa foi a rotina de títulos. Em setembro de 2022, ela foi campeã do primeiro torneio que disputou, em Chennai, novamente ao lado de Dabrowski.
Outras conquistas viriam nas próximas temporadas com parceiras diferentes, o que mostra outra das qualidades da tenista: a adaptação rápida.
“Na dupla, a gente tem que estar na mesma página do que quer fazer. Não adianta a gente ter muitas armas se está usando da maneira errada. Então acho que isso vem conversando com a parceira, com o parceiro. Acho que a parte de comunicação talvez seja uma das coisas que eu faça bem,” comentou Luisa.
Amizade com Bia ajuda no entrosamento em quadra
Aos 28 anos, Beatriz Haddad Maia vai pela primeira vez aos Jogos, já tendo ocupado o top 10 de duplas e sido vice no Australian Open 2022, ao lado da cazaque Anna Danilina.
Em 2024, elas jogaram apenas uma vez juntas, em Abu Dhabi. Caíram nas semifinais, pois Bia desistiu alegando dores nas costas.
Luisa e Bia já chegaram a duas finais juntas em duplas, ambas em torneios da ITF no ano de 2019: perderam a decisão em Cagnes-sur-mer, na França, em maio daquele ano, e ganharam no mês seguinte em Ilkley, na Grã-Bretanha.
Em outubro de 2022, elas se enfrentaram na final do WTA 1000 de Guadalajara, e Stefani levou a melhor, ganhando ao lado da australiana Storm Sanders.
Assim como foi com Laura Pigossi, Luisa Stefani sabe que a amizade com a nova parceira Olímpica será fundamental para uma boa campanha em Paris.
“Acho que a gente se dá muito bem, com certeza uma tem puxado a outra. Veja a Bia e o que ela tem conseguido em termos de rankings de simples e duplas. Acho que a gente aprende uma com a outra,” ressaltou a paulistana.