Netinho conquista bronze para o Brasil no taekwondo dos Jogos Olímpicos Paris 2024
O Brasil conquistou sua primeira medalha no taekwondo nos Jogos Olímpicos Paris 2024, graças ao bronze de Edival Pontes, o Netinho. Nesta quinta-feira, 8 de agosto, o taekwondista disputou a medalha na categoria masculina até 68kg. Apesar da derrota na primeira luta, Netinho ganhou uma nova chance através da repescagem. No combate valendo o bronze, o brasileiro enfrentou o espanhol Javier Pérez Polo e venceu por 2 rounds a 1.
Netinho saiu em vantagem já no primeiro round contra Pérez Polo, ao conseguir uma virada no placar. O brasileiro acertou um chute na cabeça a três segundos do fim e, com o marcador em 3-3, venceu por superioridade. No segundo round, também equilibrado, o espanhol acertou os dois primeiros golpes e venceu por 6-4.
Já no terceiro round, Netinho conseguiu dois chutes no corpo do oponente e administrou a vantagem nos 40 segundos finais. O brasileiro sofreu punições, mas ainda assim ganhou por 4-3. Foi uma campanha de recuperação para Netinho, que perdeu sua estreia, mas ganhou os combates seguintes e subiu ao pódio.
ASSISTA A PARIS 2024 AO VIVO NO BRASIL
Netinho disputou sua segunda edição dos Jogos Olímpicos. O paraibano ficou no 12° lugar em Tóquio 2020. Em seu currículo, o taekwondista conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014. Além disso, também foi prata no Campeonato Mundial de Taekwondo 2022.
O Brasil possui duas medalhas anteriores em Jogos Olímpicos no taekwondo. Natália Falavigna foi a pioneira em Beijing 2008, com o bronze. Já na Rio 2016, Maicon Siqueira também conquistou o bronze.
MAIS: Arritmia, cirurgia, risco de parar: Henrique Marques correu contra o tempo
"Posso falar que sou medalhista Olímpico"
Depois da conquista do bronze, Netinho falou com exclusividade ao Olympics.com. “Eu não tinha nem noção disso ainda, mas graças a Deus eu posso falar que eu sou um medalhista Olímpico”, comentou o taekwondista. Após a primeira derrota, o paraibano falou sem muitas esperanças sobre as chances na repescagem. Renasceu na competição rumo ao pódio.
“A esperança é a última que morre, mas, como eu tinha passado por isso em Tóquio, fica aquele gosto amargo no coração de dar a mesma entrevista, de torcer para um cara que ganhou de mim... Então sempre fica essa angústia. Estava sorrindo, falando daquele jeito, mas por dentro eu estava muito triste. Eu falei ainda que o jordaniano era muito bom, que ele tinha muita chance de ir para a final e graças a Deus deu tudo certo.”
Netinho apontou como a experiência de outras competições foi importante para a maneira como encarou Paris 2024. Ainda conseguiu um triunfo decisivo contra o turco Hakan Recber, que o derrotou em Tóquio 2020. Foi o resultado que o levou à decisão do bronze. Segundo ele, pensar em “revanches” o atrapalhou em outras ocasiões.
“Dessa vez, com mais experiência, tirei isso tudo da cabeça, tratei como se fosse mais uma luta entre todas. E depois que eu ganhei, aí eu falei: 'Ah, me vinguei!' (risos). Mas por enquanto eu não pensava nisso e, graças a Deus, deu tudo certo.”
Netinho ainda relembrou os outros medalhistas brasileiros do taekwondo: “Eu acompanhei, eu vi aquilo [o bronze de Natália Falavigna]. Eu sempre me dedicando para fazer esse feito de novo. Depois o Maicon Siqueira também foi no masculino. E estar fazendo parte desse time aqui, eu não tenho palavras para descrever.”
MAIS: Maria Clara Pacheco: a novidade que chegou para o combate no taekwondo em Paris
A trajetória de Netinho à decisão do bronze
Netinho perdeu sua primeira luta em Paris 2024. Pelas oitavas de final, o brasileiro foi superado pelo jordaniano Zaid Kareem por 2 a 1. O adversário anotou 9-2 no primeiro round e Netinho se recuperou com a vitória por 6-5 no segundo. Porém, no desempate, melhor para Kareem, que conseguiu pontuação de 9-3.
Entretanto, Kareem seguiu bem na competição e se classificou para a final. Graças a isso, Netinho ganhou uma segunda chance, na repescagem. Para seguir à disputa do bronze, o brasileiro teve sua revanche de Tóquio 2020 e venceu o turco Hakan Recber, cabeça de chave número 3, por 2 a 1.
O primeiro round teve melhor desempenho de Netinho, por 7-6, com direito a dois chutes na cabeça. O segundo round pendeu ao turco, por superioridade, apesar do empate por 3-3. Era um combate intenso, que terminou com vitória de Netinho por 7-1 no terceiro round, após dois chutes no corpo do oponente.
MAIS: Maria Clara Pacheco assegura mais uma vaga para o Brasil no taekwondo em Paris 2024
Maria Clara Pacheco para nas quartas de final
O Brasil também competiu com Maria Clara Pacheco, estreante nos Jogos Olímpicos, na categoria feminina até 57kg. A taekwondista de 21 anos venceu a australiana Stacey Himer na primeira luta, mas perdeu nas quartas de final para a chinesa Luo Zongshi, cabeça de chave número 1. A brasileira ganhou o primeiro round, mas sofreu a virada contra a rival de maior envergadura. Ainda existia a expectativa de que Maria Clara fosse para a repescagem, mas Luo perdeu na semifinal.
"Eu estou muito chateada por ter perdido, claro. Minha primeira Olimpíada e eu sonhava muito com ouro, mas não aconteceu, não deu certo. Foram erros meus mesmo, que eu assumo a responsabilidade. E o principal motivo da chateação é ver que a gente realmente tinha potencial. Mesmo sendo tão nova, eu acredito que dava pra ter ganhado essa luta", analisou Maria Clara, com exclusividade ao Olympics.com.
"Eu acredito que os primeiros rounds se desenvolveram muito bem”, complementou. “Mas no terceiro round eu acabei vacilando ali na defesa em cima, que era algo que a gente tentou manter 100% em todos os outros, mas que no terceiro eu acabei falhando. Eu acabei querendo correr atrás da luta e vacilei na defesa."
O Brasil terá outros dois taekwondistas em Paris 2024 e ambos competirão nesta sexta-feira, 9 de agosto. Na categoria feminina até 67kg, as esperanças se depositam em Caroline Santos, a Juma. Henrique Marques luta na categoria masculina até 80kg.
MAIS: Brasil assegura duas vagas Olímpicas no taekwondo em Paris 2024