Campeonato Mundial de Handebol Masculino 2023: tudo sobre a disputa por uma vaga em Paris 2024
Polônia e Suécia organizam em conjunto o 28º Campeonato Mundial masculino, com Nikola Karabatic e a campeã Olímpica, França, entre os que esperam impedir que Mikkel Hansen e a Dinamarca garantam o tricampeonato do mundo. Veja quem são os favoritos e quando será a estreia de Brasil e Portugal.
O Campeonato Mundial masculino de Handebol da IHF (sigla em inglês para International Handball Federation - Federação Internacional de Handebol) de 2023, vê 32 das melhores equipes de todo o mundo lutando pelo título nas quadras da Polônia e da Suécia.
O torneio começa em 11 de janeiro, com a campeã Olímpica, a França, enfrentando a co-anfitriã Polônia, na cidade de Katowice. A final acontece em Estocolmo, no dia 29 de janeiro.
A Dinamarca é a atual bicampeã, com Mikkel Hansen e como um dos candadatos a um hat-trick de títulos, tendo perdido para a França na final de Tóquio 2020.
A Suécia foi a finalista derrotada há dois anos no Egito, com a Espanha conquistando o terceiro lugar e a França o quarto.
Há um incentivo extra para as equipes, pois os vencedores garantirão uma vaga automática nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Ela irá para o vice-campeão se a França - já classificada por ser o país-sede - vencer. Além disso, o torneio distribui para os melhores colocados neste Mundial, seis vagas para o Torneio de Classificação Olímpica da modalidade, a ser definido pela IHF.
Continue lendo para a prévia e sobre as estrelas em ação para seguir no Campeonato Mundial masculino de Handebol de 2023.
Saiba mais | O sistema de classificação Olímpico do handebol para Paris 2024
Quando acontece o Campeonato Mundial masculino de Handebol de 2023?
A 28ª edição do Campeonato Mundial masculino de Handebol acontece de 11 a 29 de janeiro de 2023.
Quem vai disputar o Campeonato Mundial masculino de Handebol de 2023?
São ao todo 32 equipes que vão disputar o título:
Alemanha (GER), Arábia Saudita (SAR), Argélia (ALG), Argentina (ARG), Bahrain (BAH), Bélgica (BEL), Brasil (BRA), Cabo Verde (CPV), Catar (QAT), Chile (CHI), Croácia (CRO), Dinamarca (DEN), Egito (EGY), Eslovênia (SLO), Espanha (ESP), Estados Unidos (USA), França (FRA), Hungria (HUN), Islândia (ISL), Macedônia do Norte (MKD), Marrocos (MAR), Montenegro (MNE), Noruega (NOR), Países Baixos (NED), Polônia (POL), Portugal (POR), República Islâmica do Irã (IRI), República da Coreia (KOR), Sérvia (SRB), Suécia (SUE), Tunísia (TUN) e Uruguai (URU).
Os grupos do Campeonato Mundial masculino de Handebol 2023
As equipes estão assim distribuídas, nos seguintes grupos:
Grupo A: Espanha, Montenegro, Chile e República Islâmica do Irã;
Grupo B: França, Polônia, Arábia Saudita e Eslovênia;
Grupo C: Suécia, Brasil, Cabo Verde e Uruguai.
Grupo D: Islândia, Portugal, Hungria e República da Coreia;
Grupo E: Alemanha, Catar, Sérvia e Argélia.
Grupo F: Noruega, Macedônia do Norte, Argentina e Países Baixos.
Grupo G: Egito, Croácia, Marrocos e Estados Unidos.
Grupo H: Dinamarca, Bélgica, Bahrein e Tunísia.
Favoritos do Campeonato Mundial masculino de Handebol de 2023
A Dinamarca busca o terceiro título mundial consecutivo, mas tem a revanche em mente após a derrota para a França na final Olímpica de Tóquio 2020.
As duas potências europeias estarão, é claro, entre as favoritas, mas nenhuma delas chegou à final do Campeonato Europeu em janeiro de 2022, quando a Suécia venceu a Espanha.
Todos os 27 Campeonatos Mundiais anteriores foram vencidos por nações europeias, sendo o Catar, anfitrião de 2015, o único time de fora da Europa a chegar à final.
Fora dos quatro grandes, a Islândia é um time para ficar de olho depois de derrotar a França - apesar de ter oito jogadores de fora devido à Covid - na rodada principal do último Europeu, antes de cair nas semifinais. Noruega e Alemanha também são muito capazes de ir longe em grandes torneios.
Após a campanha até as semifinais de Tóquio 2020, o campeão africano Egito vai perder Yahia Omar, do Telekom Veszprem (Hungria) devido a uma lesão, mas mesmo assim os egípcios têm chance de pódio.
Enquanto isso, a Tunísia mostrou que não deve ser subestimada ao vencer a recente Copa das Quatro Nações em Cracóvia, com vitórias sobre a anfitriã Polônia, Brasil e a República da Coreia.
Bahrein e Catar carregam as esperanças da Ásia, com o primeiro chegando às quartas de final em Tóquio.
Enquanto os três primeiros de cada grupo na fase preliminar avançam para a fase seguinte, os pontos contra os outros classificados continuam, por isso é vital vencer as partidas desde o início.
No papel, o Grupo E parece o mais desafiador, com Alemanha, Catar e Sérvia provavelmente avançando, mas possivelmente perdendo pontos no processo.
Os Estados Unidos voltam a participar do Campeonato Mundial após 22 anos, tendo sido forçados a desistir há dois anos devido à Covid. Eles vão buscar sua primeira vitória depois de seis torneios sem vencer.
Eles caíram no Grupo G ao lado do Marrocos, cujos jogadores podem se inspirar nos compatriotas que chegaram às semifinais da Copa do Mundo da FIFA, em dezembro passado. O confronto quase certamente decidirá quem ficará em terceiro lugar, atrás do Egito e da Croácia.
Estrelas para acompanhar no Campeonato Mundial masculino de Handebol de 2023
Jim Gottfridsson
O defensor Jim Gottfridsson foi a força motriz por trás do título europeu da Suécia no ano passado, conquistando o prêmio de MVP (atleta mais valioso) pela segunda vez, tendo vencido anteriormente em 2018.
No último Campeonato Mundial, a estrela do SG Flensburg-Handewitt (Alemanha) foi escolhida para a equipe do torneio, com a Suécia conquistando a medalha de prata.
Eles estarão ansiosos para melhorar e o apoio da torcida da casa os ajudará durante todo o torneio.
Os 'Bengan Boys', a famosa equipe dos anos 90 que faz referência ao treinador Bengt Johansson, conquistaram os mundiais de 1990 e 1999, mas desde então a Suécia não voltou a tocar nos troféus.
Se eles conseguirem desta vez, muito dependerá da capacidade de Gottfridsson de criar oportunidades para seus companheiros e de marcar gols.
Com uma presença física imponente, com 1,92 m e 93kg, o jogador de 30 anos pode chamar a atenção da defesa, a fim de permitir que os alas Hampus Wanne e Niclas Ekberg - o artilheiro de Londres 2012, onde a Suécia conquistou a prata - façam sua mágica.
Mathias Gidsel
Enquanto Mikkel Hansen ainda atrai a maioria das manchetes da equipe dinamarquesa, o veterano de 35 anos tem alguns jogadores excelentes ao seu redor, incluindo Mathias Gidsel.
O lateral Gidsel foi MVP em Tóquio 2020, apesar da Dinamarca ter perdido a final para a França. Ele também foi nomeado para a seleção do Campeonato Europeu do ano passado.
Ele alcançou o estrelato no Campeonato Mundial de 2021, desempenhando um papel fundamental na bem-sucedida defesa do título de seu país, mas admitiu lutar para lidar com a atenção em uma idade tão jovem.
Gidsel procurou ajuda profissional e não olhou para trás desde então, mesmo depois que seu erro nos segundos finais permitiu que os franceses abrissem uma vantagem decisiva de dois gols na final Olímpica.
Tendo se juntado ao Füchse Berlin (Alemanha) vindo do dinamarquês GOG (Gudme Oure Gudbjerg) no início desta temporada, o jogador de 23 anos manteve sua boa forma, apesar de ter sido afastado por várias semanas devido a uma lesão no polegar em sua mão de arremesso. Gidsel está claramente feliz em Berlim, tendo assinado no mês passado uma extensão de contrato até 2028.
Com Hansen, Magnus Landin e um rico departamento de goleiros - cortesia do irmão de Landin - com Niklas, Kevin Møller e Emil Nielsen, espera-se que Gidsel e Dinamarca estejam uma vez mais no topo.
Dika Mem
A França possui um elenco de estrelas, mas, com o tricampeão olímpico Nikola Karabatic chegando ao fim de sua carreira, Dika Mem parece ser o único a seguir este legado.
O lateral direito do FC Barcelona (Espanha) tem se destacado pelos campeões espanhóis nos últimos anos, levando a equipe a triunfos consecutivos na Liga dos Campeões da Europa em junho passado.
Com uma velocidade ultrarrápida e um arremesso feroz, Mem é sem dúvida um dos jogadores mais empolgantes do handebol.
Ele e Nedim Remili oferecem à França duas opções poderosas pelo lado direito, com o companheiro de equipe Ludovic Fabregas e Luka Karabatic, ambas presenças imponentes na linha.
A França conquistou o último de seus seis títulos mundiais em casa em 2017, e terá chances de chegar ao sétimo, acrescentando ao título Olímpico em Tóquio 2020.
Luc Steins
Pequeno em estatura, mas certamente não em habilidade ou coração, Luc Steins se tornou uma das estrelas do handebol europeu.
O neerlandês foi contratado pelo Paris Saint-Germain (França) para tentar preencher a lacuna deixada quando Nikola Karabatic rompeu o ligamento cruzado anterior em outubro de 2020.
Ele pode ser 20cm mais baixo - e muito menos experiente - do que a lenda do handebol, mas Steins logo teve seus novos companheiros trabalhando em harmonia.
Tais eram suas habilidades de jogo que, quando Karabatic voltou à plena forma, muitas vezes mudou para o lado esquerdo para acomodar o jogador mais jovem.
Depois de uma derrota no playoff para Portugal, os Países Baixos receberam um convite para sua primeira participação no Campeonato Mundial desde 1961.
Steins e o prolífico lateral direito do SC Magdeburg (Alemanha), Kay Smits, esperam levar o time à segunda fase pela primeira vez, assim como fizeram no Campeonato Europeu do ano passado.
Karim Hendawy
Haverá muitos bons goleiros em exibição na Polônia e na Suécia, e entre eles está o egípcio Karim Hendawy.
Em um time cheio de talentos como Yahia Omar, o ala esquerdo Ali Zein do Dínamo Bucareste (Romênia) e o ponta direito Mo Sanad, do Nimes (França), Hendawy brilhou em Tóquio 2020.
Sua porcentagem de defesa de 31,67% foi igual à do dinamarquês Niklas Landin com apenas o alemão Johannes Bitter - que desde então se aposentou do handebol internacional - à frente com 33,33% (enfrentando 96 arremessos em comparação com os 180 de Hendawy).
Ainda no Egito, no Zamalek SC, o jogador de 34 anos também defendeu mais de 30 por cento dos chutes que enfrentou no último Campeonato Mundial em casa.
Os "Faraós" se estabeleceram como genuínos candidatos a medalhas nas últimas três grandes competições e esperam fazer mais que o quarto lugar obtido no Campeonato Mundial de 2001.
Brasil, Portugal e Cabo Verde no Mundial de Handebol Masculino
Brasil
O Brasil vai para a sua 16ª participação em Mundiais. A primeira vez foi em 1958 e a melhor colocação foi o nono lugar em 2019.
Como parte da preparação para o torneio deste ano, a seleção brasileira participou de quadrangular em Trondheim (Noruega), a Copa Gjensidige. Na campanha, vitória sobre os Estados Unidos por 27 a 22 e derrotas para os anfitriões noruegueses por 30 a 23 e para Portugal por 31 a 28, no último jogo.
Neste Mundial o Brasil está no grupo C, com Suécia, Cabo Verde e outro time sul-americano, o Uruguai. A estreia será diante da Suécia, dia 12 de janeiro (quinta-feira), em Gotemburgo (Suécia).
Portugal
Os "Heróis do Mar" - como são conhecidos os jogadores da seleção masculina portuguesa de handebol - vão participar pela quinta vez de uma edição de Campeonato Mundial. Assim como o Brasil, os lusos estiveram na Copa Gjensidige e terminaram com o vice-campeonato, após duas vitórias (sobre os Estados Unidos por 39 a 27 e em cima do Brasil por 31 a 28).
No último Mundial em 2021, os portugueses avançaram da primeira fase depois de vencerem a Islândia, Marrocos e Argélia. Classificados para a segunda parte da competição, terminaram em terceiro no grupo e não se classificaram para as quartas de final.
No Mundial de 2023, Portugal está no grupo D, com Islândia, República da Coreia e Hungria. A estreia é na quinta-feira, dia 12, diante dos islandeses.
Cabo Verde
Vice-campeões africanos, os "Tubarões Azuis" (como é conhecida a seleção masculina cabo-verdiana) participam do Mundial pela segunda vez consecutiva, com a grande maioria dos atletas que atuam no handebol de clubes da Europa.
Como parte da preparação, participou no início de janeiro, entre os dias 5 e 8, da "Yellow Cup", na Suíça. No torneio, derrota para a Áustria por 39 a 31 e para o Japão por 31 a 19. Contra os suíços, empate em 29 a 29.
No último Mundial, após a estreia com derrota diante da Hungria por 34 a 27, Cabo Verde teve que desistir da competição por não ter o mínimo de atletas disponíveis, em função de boa parte da delegação haver testado positivo para a Covid-19.
No Mundial 2023, Cabo Verde divide o grupo C com Brasil, Suécia e Uruguai. Será contra os uruguaios a primeira partida, dia 12 de janeiro (quinta-feira), em Gotemburgo (Suécia).
Onde assistir ao Campeonato Mundial de Handebol 2023
A competição terá a transmissão para Portugal através do canal RTP2 e da plataforma RTP Play (que transmite todas as partidas). Até a publicação deste artigo, não havia transmissão confirmada para o Brasil. Confira aqui onde assistir em outros países.