Mafê Costa brilha no Mundial de Esportes Aquáticos 2024 e desponta como destaque da natação brasileira
Aos 21 anos, Maria Fernanda Costa foi o destaque do Brasil em Doha, com direito à finais, recordes sul-americanos e índice olímpico, se colocando como destaque do país para Paris 2024
O Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Doha 2024 marcou uma importante virada de chave na história de Maria Fernanda Costa, ou simplesmente Mafê. Na capital do Catar, a carioca de 21 anos foi um dos grandes destaques do Brasil na competição, tendo conquistado quatro finais, três recordes sul-americanos e índice olímpico, além de ter batido na trave do pódio em duas provas.
O grande desempenho em Doha coloca Mafê em um novo patamar no cenário da natação brasileira, despontando como uma nova esperança para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e para o futuro. Mas há cerca de um ano atrás, a situação da nadadora estava longe de ser essa.
Confira abaixo como foi o desempenho de Mafê Costa no Mundial e entenda como aconteceu sua rápida evolução na natação.
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Mafê Costa no Mundial de Esportes Aquáticos 2024
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400m e 200m
Mafê Costa foi uma das sete convocações da natação brasileira para o Mundial de Doha. Logo no primeiro dia de disputas da modalidade, a carioca começou sua participação quebrando o recorde sul-americano dos 400m livre feminino (4:05.52) e garantindo a participação inédita do Brasil na final desta prova, ao lado da compatriota Gabrielle Roncatto.
Na decisão, Mafê chegou a brigar pela terceira colocação, mas acabou ficando em quarto e quebrando novamente o recorde sul-americano, estabelecido por ela mesma, com o tempo de 4:02.86.
Dias depois, Mafê voltou para a piscina em Doha para a disputa dos 200m livre feminino, que não é sua prova principal. Mesmo assim, quebrou o recorde sul-americano ainda na semifinal, na qual também atingiu o índice olímpico.
Para a final, ela queria baixar da casa dos 1:57.00. E conseguiu. Quebrou o recorde sul-americano dela mesma e fechou na quinta colocação, com uma ótima reação no final da prova e o tempo de 1:56.85
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Revezamentos
No revezamento 4x100m livre feminino, Mafê, Ana Vieira, Stephanie Balduccini e Aline Rodrigues avançaram para a final com o sexto melhor tempo, mantendo a mesma colocação na decisão, com a marca de 3:40.56.
Por fim, fechando sua participação no revezamento 4x200m livre feminino, mais uma final para Mafê Costa. Ao lado de Stephanie Balduccini, Gabrielle Roncatto e Aline Rodrigues, elas conseguiram o quarto melhor tempo das eliminatórias.
Na grande final, Mafê abriu a prova com 1:57.30, terceira melhor marca da história da natação brasileira. Elas até brigaram pelo pódio, mas acabaram mantendo a quarta posição e com direito a recorde sul-americano.
Evolução meteórica de Mafê Costa e o papel de Fernando Possenti
Se no Mundial de Doha, Mafê desponta como novo destaque da natação brasileira, há pouco mais de um ano, a situação era completamente diferente. Depois de anos treinando com Luís Flávio Provençano no Maria Lenk, centro de treinamentos do COB no Rio de Janeiro, a carioca já chamava atenção de outro grupo que treinava no mesmo lugar, sob comando de Fernando Possenti, ex-treinador de Ana Marcela Cunha e um dos grandes responsáveis pela conquista do ouro olímpico em Tóquio 2020.
No final de 2022, Mafê procurou Possenti, e eles começaram uma nova parceria, que completa 13 meses neste Mundial. A carioca passou a treinar no grupo que conta com o medalhista olímpico Fernando Scheffer, Gabrielle Roncatto, Beatriz Dizotti, entre outros.
E a evolução da atleta foi meteórica e os resultados não demoraram a aparecer. Já no Troféu Brasil de 2023, em junho, a carioca já havia baixado em 10s sua marca nos 400m, alcançando o índice para o Mundial e o índice olímpico. Nos 200m, conseguiu a quarta melhor marca da história do país.
Meses depois, atingiu o primeiro objetivo: convocação para os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. E do Chile, voltou para casa já com duas pratas: 200m livre e 400m livre.
Neste Mundial de Doha, Mafê brilhou e quase conseguiu subir ao pódio. Nos 400m, diminuiu ainda mais o tempo, baixando impressionantes 15s em somente um ano, e ficando em quarto lugar. A rápida evolução - que, não se engane, veio com muito trabalho - motiva a jovem atleta a melhorar ainda mais nesses últimos meses antes de Paris 2024, que prometem ser intensos.
“Uma evolução enorme. Ano passado, se você olhar as provas que ela nadou, ela caía na água, melhorava. Caía na água, melhorava. E tem espaço, isso que é o melhor, tem mais espaço de melhora”, destacou Possenti ao GE.
Com essa margem de melhora e um Mundial para ficar guardado na memória, Mafê Costa se torna uma das grandes esperanças do Brasil para Paris 2024 e para o futuro da natação feminina, que pode estar mais perto do que nunca da inédita medalha olímpica.