Iúri Leitão e Rui Oliveira ganham primeiro ouro de Portugal nos Jogos Olímpicos Paris 2024

Por Gustavo Longo
4 min|
Iúri Leitão e Rui Oliveira no pódio do ciclismo de pista nos Jogos Olímpicos Paris 2024
Foto por Alex Broadway/Getty Images

Foi apenas no penúltimo dia e numa prova que não estava entre as cotadas, mas Portugal conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024 – e ela veio de bicicleta. A dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira venceu a disputa do madison masculino no ciclismo de pista neste sábado, 10 de agosto.

Os dois portugueses conquistaram 55 pontos após as 200 voltas da prova – 35 pelo sprint e mais 20 de bonificação pela volta. A medalha de prata ficou para a dupla da Itália (Simone Consonni e Elia Viviani), que acumularam 47 pontos. A Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Moerkoev, garantiu o bronze com 41 pontos.

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Com o resultado, Portugal garantiu sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024 e a quarta no total. Antes, o país ganhou um bronze com Patrícia Sampaio no judô e duas pratas com Pedro Pichardo no salto triplo do atletismo e com o próprio Iúri Leitão no omnium do ciclismo de pista. O país já iguala a campanha de Tóquio 2020.

Além disso, Iúri Leitão se transformou no primeiro português a conquistar duas medalhas em uma mesma edição dos Jogos Olímpicos. Ele também se junta a outros seis atletas do país que possuem dois pódios: Luís Mena e Silva (hipismo), Fernando Pimenta (canoagem velocidade), Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Pedro Pichardo (todos no atletismo).

A campanha de Portugal no ciclismo de pista ainda não se encerrou na capital francesa. Neste domingo, 11 de agosto, no encerramento dos Jogos Olímpicos Paris 2024, Maria Martins participará do omnium feminino a partir das 10h no fuso horário de Lisboa.

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A prova de madison pode ser entendida como uma espécie de “revezamento” do ciclismo de pista. São 200 voltas na prova masculina (quase 50km), em que os atletas se revezam de forma ilimitada de acordo com a estratégia e força física de cada um. A cada dez voltas, há pontuações de sprint para os cinco primeiros colocados.

Por isso, guardar energia é fundamental para pontuar e chegar à disputa das medalhas. A questão é que os portugueses aparentavam ter economizado demais na energia e não acompanhavam os primeiros colocados.

Tirando um ataque na quarta e na quinta volta de sprint (40 e 50 voltas do total de 200) com Iúri Leitão, em que conseguiram oito pontos, eles passaram as 100 voltas seguintes apenas acompanhando o pelotão, sem conseguir a fuga para ganhar os 20 pontos de bonificação pela volta adicional e tampouco para pontuar nos sprints.

Nesta altura, Iúri e Rui Oliveira estavam na sétima posição. Foi quando passaram a forçar o ritmo faltando apenas 45 voltas para o fim. Ganharam mais dois pontos na 16ª de 20 voltas de sprints e, depois, passaram para a primeira posição do pelotão, conseguindo mais cinco pontos (o máximo) na 17ª e na 18ª voltas de pontuação.

Faltava ainda a bonificação pela volta adicional – que veio com a fuga que os dois ciclistas portugueses conseguiram faltando apenas dez voltas. Com cinco pontos do sprint e 20 da bonificação, passaram para a primeira posição. Bastava manter o ritmo forte para as últimas dez voltas e conseguir a primeira posição no último sprint – que concederia 10 pontos. E ela veio para confirmar a medalha de ouro de Portugal nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

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