Número 4 do mundo, Hugo Calderano joga por tri inédito no tênis de mesa nos Jogos Pan-Americanos 2023

Paris 2024

O rei das Américas do tênis de mesa tem amplo favoritismo para alcançar feito inédito, que nem o lendário Hugo Hoyama atingiu. 

3 minPor Sheila Vieira
Hugo Calderano
(2023 Getty Images)

Hugo Calderano tem reescrito a história do tênis de mesa nas Américas nos últimos anos. Número 4 do ranking mundial, com apenas chineses acima dele, o carioca está 50 posições acima do próximo mesatenista do continente na lista, o chileno Nicolas Burgos. Este é o tamanho de seu favoritismo nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023.

Calderano conquistou o ouro em simples em Toronto 2015 e Lima 2019, podendo alcançar um inédito tricampeonato individual na capital chilena. O lendário brasileiro Hugo Hoyama, que soma 15 medalhas no Pan, foi campeão de simples em Havana 1991 e Mar del Plata 1995.

A disputa do tênis de mesa em Santiago 2023 começa no domingo, 29 de outubro, e a decisão de simples será em 1º de novembro. Em setembro, Calderano levou o tricampenato do torneio Pan-Americano específico do tênis de mesa.

Em 2023, Calderano conquistou três títulos de WTT Contender, em Durban, Doha e Muscat, além de uma semifinal no Star Contender em Ljubljana. Apesar da campanha no Mundial não ter sido a esperada, com uma derrota na estreia, o mesatenista brasileiro vive seu momento mais regular.

"Um dos pontos que sabia que precisava melhorar era a regularidade. Sempre fui intenso, mas era difícil manter a intensidade alta, pelo meu jogo ser bem físico e agressivo", disse Calderano ao Olympics.com em maio.

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Hugo Calderano e a luta contra os chineses

O atleta de 27 anos chegou a jogar em um clube japonês após muitos anos na Alemanha, mas não se adaptou. A cada temporada, Calderano busca novas maneiras de ir além, em um esporte com pouca tradição fora de Ásia e Europa.

"O meu objetivo continua o mesmo: focar em mim e melhorar o meu nível. Ainda tenho um longo caminho pela frente, o melhor ainda está por vir. Questão de oportunidades e aproveitá-las", afirmou.

Chegar ao pódio Olímpico é um desafio difícil, tendo em conta a superioridade chinesa no tênis de mesa. Das 115 medalhas já distribuídas no esporte nos Jogos, 60 foram para o país, e nenhuma nação das Américas subiu ao pódio. Trata-se de uma barreira dura de transpor, mas nunca houve um candidato melhor que Calderano.

"[Os chineses] são os melhores, ganham quase todas as competições. Estão em um nível acima. É quem temos que superar para conqusitar medalhas e títulos importantes", comentou.

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Hugo Calderano: poliglota e craque do cubo mágico

O quadrifinalista em Tóquio 2020 em 2021 sabe que não há outra maneira além de focar em seu próprio jogo, não nas forças dos oponentes. "Pensar na minha preparação, fazer o que eu sei fazer, o que eu treinei. A gente não pode controlar os outros, mas nos controlar", garantiu.

Calderano também trabalha em suas habilidades fora da mesa, como os idiomas - ele fala cinco fluentemente e se comunica bem em outros dois, inclusive mandarim - e o cubo mágico.

"Você pode evoluir fazendo coisas diferentes, aprender coisas diferentes e crescer como ser humano."

No Pan 2023, o tênis de mesa é classificatório apenas para as duplas mistas. O Brasil já se assegurou com as equipes completas dos dois gêneros.

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