"É divertido", disse o craque alemão György Grozer sobre por que desistiu da aposentadoria da seleção alemã e está jogando o Pré-Olímpico de Vôlei Masculino 2023, no Rio de Janeiro.
Não tem sido tão divertido para os adversários da Alemanha, porém. A equipe venceu suas três primeiras partidas, contra República Islâmica do Irã, Cuba e Brasil, e só depende de si para se assegurar nos Jogos Olímpicos pela primeira vez desde Londres 2012.
No triunfo por 3x1 contra a seleção brasileira, de virada, o oposto Grozer marcou 27 pontos. Ele é o maior pontuador do Grupo A (com 74) e quarto considerando os três Pré-Olímpicos, que acontecem simultaneamente no Brasil, no Japão e na República Popular da China.
"Ainda não consigo acreditar no que fizemos hoje. É um trabalho de equipe incrível. Então preciso reconhecer isso. Temos um jogo contra a Itália amanhã e precisamos esquecer hoje, o que é quase impossível", disse Grozer após superar o Brasil.
"Tenho que encontrar uma forma de ficar em forma de novo para amanhã. Meu corpo inteiro", acrescentou o atleta de 38 anos.
György Grozer: 'Vejo isso como uma última chance'
Grozer nasceu na Hungria e estava na campanha de Londres 2012, em que a Alemanha chegou ao quinto lugar. Após a não-classificação para a Rio 2016, ele se aposentou da seleção, mas retornou uma vez, e mais outra, pelo sonho de Paris 2024.
"Eu me aposentei nas vezes que não conseguimos nos classificar. Mas dentro do seu coração, você sente que ainda tem uma chance. Para nós, da Alemanha, não é tão fácil se classificar. Então vejo isso como uma última chance. Acho que não estarei jogando vôlei daqui a quatro anos", afirmou.
"Ainda estou em boa forma, então tento ajudar a Alemanha e retribuir."
Apesar do clima tenso entre as equipes durante o jogo, Grozer elogiou e agradeceu a torcida brasileira pela energia.
"Alguns de nós temos a experiência [para lidar com a torcida da casa]. Não nos atrapalhou, eu cuido do meu lado. Não sei quantas vezes eu vou poder jogar diante de tantas pessoas. Então eu tento curtir e agradeço aos brasileiros", comentou.
Com Itália, Tchéquia, Catar e Ucrânia pela frente, a Alemanha agora lida com a pressão de ver o objetivo cada vez mais perto.
"Demos um passo importante, mas ainda não acabou. Ainda temos muito trabalho para fazer", concluiu Grozer.