A França supera a até então imbatível seleção de Fiji e conquista um memorável ouro no rugby sevens de Paris 2024
A França comemorou suas primeiras medalhas nos Jogos Olímpicos Paris 2024 neste sábado, 27 de julho. E uma festa memorável aconteceu no Stade de France, palco de glórias antigas dos Bleus: a seleção de rugby sevens subiu ao alto do pódio, com o ouro no torneio masculino. Os franceses tinham um oponente duríssimo na final, contra a dominante seleção de Fiji, bicampeã Olímpica, mas protagonizaram uma atuação para a história e venceram por 28 a 7 para levar a medalha inédita.
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O destaque da partida foi Antoine Dupont, estrela da seleção francesa de rugby XV, que disputou duas Copas do Mundo pela França e foi eleito o melhor do mundo da modalidade em 2021. O astro se uniu ao time de sevens pelo sonho Olímpico e anotou dois tries na decisão, além de proporcionar uma fantástica corrida para outro try. Jefferson-Lee Joseph foi mais um protagonista da França, com o try de empate na final e boa atuação na semifinal contra a África do Sul.
Fiji tinha conquistado o ouro nas duas primeiras edições do rugby sevens nos Jogos Olímpicos. Até a final deste sábado, os fijianos somavam 17 vitórias em 17 partidas nos torneios Olímpicos. Potência da modalidade, o país ainda possui três títulos em Campeonatos Mundiais – torneio no qual a França nunca alcançou sequer as semifinais, em oito participações. Em Jogos Olímpicos, os franceses tinham a sétima colocação na Rio 2016 e não disputaram Tóquio 2020.
Além do ouro da França e da prata de Fiji, a África do Sul completou o pódio no rugby sevens. Os sul-africanos ganharam o bronze diante da Austrália, com a vitória por 26 a 19 no Stade de France. Os Blitzboks também tinham levado o bronze na Rio 2016. Rosko Specman era o remanescente daquela campanha.
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França cresce e vence adversários de peso
A França chegou aos Jogos Olímpicos Paris 2024 como postulante ao pódio no rugby sevens, mesmo sem ter um elenco tão tarimbado. Stephen Parez-Edo Martin era o único do time que já havia disputado os Jogos Olímpicos, na Rio 2016.
Apesar do calor da torcida, a França enfrentou dificuldades de início, na fase de classificação. Na estreia, os Bleus apenas empataram por 12 a 12 diante dos Estados Unidos. A recuperação veio com a vitória por 19 a 12 sobre o Uruguai. Já o primeiro encontro com Fiji aconteceu na terceira rodada da fase de grupos. Os bicampeões Olímpicos não se intimidaram com os anfitriões franceses e ganharam por 19 a 12. Ao menos, a França passou na segunda posição.
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O que fez a diferença para a França foi crescer no momento certo. Nas quartas de final, os Bleus derrotaram por 26 a 14 o time da Argentina, bronze em Tóquio 2020. A partida realizada na última quinta-feira, 25 de julho, teve um primeiro tempo arrasador dos franceses, com parcial de 21 a 0. Aaron Grandidier Nkanang anotou dois tries.
A vaga na final veio contra outro medalhista Olímpico, a África do Sul, graças ao triunfo da França por 19 a 5. A partida realizada na manhã deste sábado dependeu da virada francesa. Rayan Rebbadj garantiu 14 pontos, com dois tries e duas conversões. De certa maneira, o time de rugby sevens vingou a derrota da França no rugby XV para a África do Sul, dentro do próprio Stade de France, nas quartas de final da Copa do Mundo 2023.
Já a consagração da França teve a revanche sobre Fiji na final dentro do lotado Stade de France, diante de quase 70 mil torcedores. A vitória por 28 a 7 ainda proporcionou seus momentos de dificuldades. Os fijianos abriram 7 a 0 no primeiro tempo, para que a França empatasse antes do intervalo.
No segundo tempo, Dupont saiu do banco de reservas e comandou a conquista do ouro. O astro influenciou bastante na virada, primeiro quando disparou para uma corrida fantástica e passou para Nkanang virar o placar. Depois, assinalou dois tries na reta final e determinou a festa.
"Quando você entra neste estádio, é uma explosão"
Depois da partida, o técnico Jérôme Daret festejou a conquista da França: "Sinceramente, não sei no que estou pensando. Penso na minha família, em todos aqueles que se sacrificaram ao nosso redor. Não fizemos isso à toa. Tenho muito orgulho quando vejo o desempenho dos jogadores, o quanto eles se doaram em campo."
O ambiente no Stade de France foi exaltado pelo comandante: "Quando você entra neste estádio, nesse caldeirão, é uma explosão. Vivemos tudo sorrindo, porque ainda é um jogo, nada sério. Mas, no fim, é muita energia."
Daret também citou o impacto de Dupont sobre seu time: "Antoine Dupont trouxe o que esperávamos. Ele é um jogador excepcional. Quando ele entra em campo, isso traz pressão sobre os oponentes e garante uma alma extra ao time. O objetivo era ter serenidade e vontade de vencer, essa força que ele naturalmente exala."
Além disso, Daret deixou claro o respeito por Fiji, independentemente do resultado: "Garantir uma vitória sobre Fiji é impossível. Eles são os melhores nesse esporte e sempre serão. Fiji é um time que respeitamos muito -- eles nos ensinaram demais."
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