O Time Brasil para os Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022 tem uma integrante, Eduarda Westemaier Ribeira, do esqui cross-country. A rondoniense foi convocada para sua estreia Olímpica nesta quinta-feira, 27 de janeiro, após Bruna Moura sofrer um acidente de carro e precisar ser cortada da equipe.
No entanto, 'Duda' era muito mais que uma reserva. A adolescente disputou a segunda vaga do Brasil no cross-country feminino até a última semana possível com Bruna e mostra bastante potencial para aprender com a experiência Olímpica. Até porque o espírito Olímpico é algo que vem de família...
Duda é irmã do vice-campeão mundial Cristian Ribera
A família Ribera é de Rondônia e se mudou para Jundiaí, em São Paulo, para o tratamento de saúde de Cristian, que nasceu com artrogripose múltipla congênita. Dois anos mais velho que Duda, Cristian despontou no esporte paralímpico e ganhou em 22 de janeiro a primeira medalha do Brasil em Mundiais de esportes de inverno, com uma prata em Lillehammer, na Noruega. O brasileiro também foi sexto colocado nos últimos Jogos de Inverno PyeongChang 2018.
"Minha irmã começou [no esqui] como brincadeira, porque eu tinha iniciado, ela via alguns treinos, quis tentar, e hoje em dia está super bem", disse Cristian ao Olympics.com.
“Eu ia todos os dias ver ele [Cristian] treinar e comecei a ter vontade de treinar também. Aí o Rodrigo [treinador] pegou uma bota e me deu para treinar. Ele ficou me treinando à parte, porque o único projeto em Jundiaí era o paralímpico e em São Paulo já tinha muito atleta”, contou Duda à CBDN em 2019.
“Conversamos bastante sobre a experiência que ele teve na Coreia e em todas as outras competições que foram marcantes para a carreira dele. Assim, me sinto mais preparada em me deparar com algumas situações que ele citou em suas várias histórias”, afirmou a esquiadora à TVTEC de Jundiaí em 2020.
Duda é a segunda mais jovem da história do Brasil nos Jogos de Inverno
A esquiadora de apenas 17 anos e será a mais jovem da equipe brasileira em Pequim e a segunda mais jovem da história do país nos Jogos de Inverno (atrás de Evelyn Schuler do esqui alpino em Albertville 1992).
Por ter evoluído muito rápido, Duda precisou adaptar seus treinamentos e mentalidade cedo. “Antes eu não era tão focada, achava que era só andar e pronto, ser feliz assim. Depois de um tempo, eu comecei a pensar mais nos resultados e que, para alcançá-los, eu tinha que dar o meu melhor, focar mais, e aí eu faço isso”, comentou Duda à CBDN em 2020.
"Caiu a ficha que eu era atleta mesmo no fim de 2017. Eu ia para a competição, competia e ia bem, ganhava medalha. Então eu falava: ‘tem que levar mais a sério, pensar que tem mais gente competindo contra mim. Precisa ir mais além, Eduarda!", completou.
Competiu nos Jogos da Juventude em 2020
Como quase todos os atletas de cross-country de países que não têm neve, Duda começou no esporte no rolleski (esqui com rodas). Após competir na América do Sul, ela disputou seu primeiro grande evento internacional nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Lausanne 2020. Ela terminou em 72ª no sprint em 73ª no cross-country cross.
Apesar de sentir o gostinho dos Jogos Olímpicos, Duda agora está ansiosa para a experiência completa. “Quero aproveitar ao máximo todas as oportunidades que estão chegando pra mim mesmo sendo tão nova. Estar ao lado das melhores do mundo vai me deixar um pouco nervosa, mas vou dar o meu melhor por todo mundo e curtir todos os momentos aqui”, contou.
Foi top 10 em competição na Sérvia nesta temporada
No mesmo evento em que Jaqueline Mourão conquistou duas pratas, na etapa de Zlatibor (Sérvia) da Copa dos Bálcãs, Duda conquistou dois resultados de top 10 esqui clássico 5km. Ela foi décima colocada em 12 de janeiro e sétima no dia seguinte. Na mesma prova em Zweisimmen-Sparenmoos, na Suíça, em 16 de janeiro, a brasileira terminou na 47ª colocação entre as adultas.
Duda quer honrar Bruna Moura
Duda chegou a Pequim no sábado, dia 29 de janeiro, ao lado de sua companheira de equipe, a super experiente Jaqueline Mourão. Apesar de estar preparada para uma possível substituição, a jovem lamentou as circunstâncias que a levaram a Pequim.
“Na hora, foi muito difícil saber o que aconteceu. Eu fiquei bem nervosa, bem triste com a situação, mas, ao mesmo tempo, fiquei aliviada de a Bruna estar bem. Espero que ela se recupere totalmente logo para gente poder voltar a competir de novo. Vou trabalhar por nós duas aqui”, ela disse.
A equipe feminina do Brasil de esqui cross-country compete nas seguintes provas:
- Sprint individual feminino: 8 de fevereiro, às 16:00 locais (5:00 de Brasília).
- 10km clássico individual feminino: 10 de fevereiro, às 15:00 locais (4:00 de Brasília).
- Sprint por equipes feminino: 16 de fevereiro, às 19:00 locais (8:00 de Brasília).