Capitã Gabi ganhou o coração do mundo e agora quer o ouro Olímpico
Gabi é o nome de confiança não só de Zé Roberto Guimarães, mas do torcedor brasileiro. A ponteira de 30 anos teve uma ascensão meteórica no vôlei e hoje é um dos principais destaques da seleção brasileira, conhecida tanto por seu poderoso ataque quanto por suas inacreditáveis defesas com o pé.
Atual capitã da seleção feminina de vôlei, ela busca conduzir o Brasil novamente ao lugar mais alto do pódio Olímpico. Sensação no voleibol mundial, Gabi atrai multidões por onde passa. Na recente passagem pela Tailândia para a fase final da VNL, multidões se aglomeraram para reverenciar ela. Seu carisma e talento foram suficientes para que mesmo tailandeses no ginásio estivessem torcendo para o Brasil contra a seleção da casa
Além das apresentações de gala pelo Brasil, Gabi também é um dos destaques da forte liga turca, onde atua desde 2019. Aliás, foi na Turquia onde a mineira se destacou pela primeira vez no Mundial Sub-18 2011, e agora, Gabi busca coroar sua carreira com um ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Gabriela Braga Guimarães nasceu em Belo Horizonte, em 19 de maio de 1994. Coincidentemente, foi em 1994 que o Brasil iniciou uma trajetória de sucesso no vôlei, com presença constante nos pódios das principais competições.
Naquele ano, o Brasil venceu pela primeira vez o Grand Prix, em setembro. Gabi ainda era um bebê quando o Brasil foi vice-campeão mundial pela primeira vez na história, caindo para Cuba na final. No Ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, o Brasil venceu seus três primeiros jogos.
Gabi praticou vários esportes quando criança. Depois de quatro anos na natação e sete no tênis, ela resolveu tentar o vôlei. Mesmo considerada baixa para o esporte, ela passou num teste do Mackenzie. Em apenas um ano, integrou a seleção brasileira infanto-juvenil e foi a MVP do Sul-Americano 2010, em Lima, Peru.
Aos 17 anos, ela foi a maior pontuadora do Mundial Sub-18 2011, no qual o Brasil ficou em sexto lugar. Foi também neste torneio, em Ancara, Türkiye, que os países da casa ganharam seu primeiro título, já iniciando uma rivalidade que dura mais de uma década.
Bernardinho 'convoca' Gabi, que recebe elogios de Virna
De volta a Belo Horizonte, Gabi foi chamada por Bernardinho para se mudar ao Rio de Janeiro e defender o Unilever/Rio, pelo qual o time ganhou a Superliga Brasileira A 2012/2013. Em 2013, ela voltou a disputar o Mundial Sub-19, e desta vez conquistou o bronze.
Com apenas 19 anos, Gabi estreou como titular da seleção feminina de vôlei contra os Países Baixos, em um amistoso em Maceió. Em seguida, foi chamada para o Grand Prix 2013, predecessor da VNL. Gabi vestiu a camisa 10 e o Brasil foi campeão. O sucesso foi estrondoso, chamando a atenção de muita gente grande.
Virna, uma das principais figuras da seleção feminina de vôlei do Brasil nos anos 1990 e 2000, foi só elogios a Gabi. Em um programa de variedades da TV Globo ela comentou que “Ela vai ser uma das melhores do mundo. Ela é uma ‘Mireyazinha’ brasileira”, fazendo referência à cubana Mireya Luis.
“A Virna foi uma referência para mim, pois jogamos na mesma posição. Sempre me inspirei muito nela, uma jogadora decisiva e que passava muita experiência para o grupo. Fico muito feliz e honrada, além de ser uma motivação. Só tenho que agradecer. A Virna é um dos meus grandes ídolos”, respondeu a ponteira.
Em 2014, mais um título do Grand Prix e a medalha de bronze no Campeonato Mundial 2014, na Itália, seu primeiro pódio neste torneio. O sonho Olímpico se tornou realidade na cidade que havia adotado como sua. Mas a Rio 2016 teve um fim triste para Gabi e o elenco, pois o Brasil foi eliminado nas quartas para a China.
Gabi voltou para casa em 2018 e jogou uma temporada pelo Minas Tênis Clube. Mas no ano seguinte, novos desafios levaram a ponteira para Türkiye, onde iniciou uma carreira de sucesso no Vakifbank Istanbul. Pelo clube, ela conquistou dois títulos da Liga dos Campeões da Europa, além do Mundial de Clubes em 2021 e o vice em 2022.
Quando Natália Zilio se aposentou em junho de 2022, Gabi recebeu a faixa de capitã. E estreou logo no Mundial de Vôlei Países Baixos / Polônia 2022, quando o Brasil conquistou o vice-campeonato. No mesmo ano, o país foi prata na VNL.
No final de 2023, a capitã foi fundamental na difícil campanha do Pré-Olímpico, que envolveu receber a notícia da morte da campeã Olímpica Waleska poucos minutos antes de entrar em quadra para um jogo importante. “A equipe está de parabéns por ter superado um momento muito difícil que foi a perda da Wal. Nos unimos e a comissão técnica teve a capacidade de nos passar força para jogarmos e lutarmos por ela”, comentou Gabi após a vitória sobre a Bélgica pelo Pré-Olímpico. No dia seguinte, o Brasil venceu o Japão e obteve a cota Olímpica.
Na VNL 2024, Gabi era a figura certa pela qual o time se voltava quando passava aperto. A seleção feminina de vôlei venceu 13 jogos seguidos, mas caiu para o Japão e Polônia e terminou em quarto lugar. Porém, o brilho de Gabi permaneceu e ela permanece cotada para ser uma das estrelas do vôlei nos Jogos Olímpicos Paris 2024.