Calderano e Hoyama: o legado dos Hugos do tênis de mesa do Brasil
Dois grandes expoentes do tênis de mesa brasileiro têm muito em comum, a começar o nome: Hugo, que conecta gerações de praticantes e apaixonados pela modalidade. O Olympics.com faz um histórico com os feitos de cada um deles no esporte.
Dois grandes expoentes do tênis de mesa do Brasil colecionam títulos, pódios e são referências na modalidade. Muita coisa em comum entre os dois, a começar pelos nomes: os xarás Hugo Hoyama e Hugo Calderano, que conectam gerações em volta do esporte, grandes responsáveis pela sua projeção, no passado e no presente.
O nome “Hugo” tem origem germânica e faz alusão ao “coração” e ao “espírito”. Ambos fazem jus a esse significado, haja vista o amor que têm pela modalidade, sem falar no empenho, intensidade do estilo de jogo e toda uma vida dedicada a ele.
O Olympics.com faz um histórico com as contribuições dos dois grandes “Hugos” para o tênis de mesa brasileiro.
Hugo Hoyama: dez medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos
Apaixonado por futebol, destacou-se no tênis de mesa já com 10 anos de idade, quando conquistou seu primeiro troféu, em 1979. Ganhou sul-americanos de base antes de fazer parte da seleção adulta, aos 17 anos, em 1986.
Foram 26 anos com a equipe brasileira. Em sua primeira participação em Jogos Pan-Americanos (Indianápolis 1987), faturou a medalha de ouro por equipes, a primeira das 10 douradas e das 15 no geral que conquistou em edições do Pan. Quatro anos depois, em Havana (Cuba), repetiu o topo do pódio por equipes, além de ser campeão individual e em duplas.
Nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996 chegou às oitavas de final, terminando em nono lugar. Em 2004, ajudou um não-favorito Brasil a classificar para a primeira divisão do Mundial de equipes.
Hugo Hoyama foi escolhido como porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura do Pan de Guadalajara 2011. “Nunca esperava receber esse convite, foi uma das maiores alegrias da minha carreira”, comentou o mesatenista em seu site.
Os Jogos Londres 2012 foi a sua sexta e última participação Olímpica como atleta. Em 2013, iniciou sua carreira como treinador e, na Rio 2016 e Tóquio 2020, esteve à frente da equipe feminina do Brasil.
Ao passo em que um dos Hugos deixava a carreira de atleta, Hoyama, o outro passava a despontar: Calderano. Como em uma transferência de raquete, Hoyama comentou para a Agência Brasil, em 2020: “Ter um atleta como Calderano faz com que os outros o acompanhem. Eles sabem que, tendo ele [Calderano] entre os melhores, a chance existe. Está acostumado a finais importantes e não sente pressão.”
Hugo Calderano: melhor colocação do Brasil no ranking mundial
“É um cara muito importante para a nossa história. Ele conseguiu muitos resultados expressivos para o Brasil e eu acho que ele conseguiu também abrir a porta para todos que vieram depois...inspirou muitos atletas também. Então é um cara muito importante para o tênis de mesa do Brasil”, reconheceu Calderano sobre seu xará, Hoyama, para o Olympics.com.
Um dos que tiveram essas “portas abertas” por Hugo Hoyama foi o próprio Hugo Calderano.
Carioca do bairro do Flamengo, Calderano começou na modalidade aos nove anos de idade. Em seu primeiro Campeonato Brasileiro, na categoria Pré-Mirim, terminou em terceiro lugar. Três anos mais tarde, em 2009, recebeu o Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta nas Olimpíadas Escolares (jovens entre 12 e 14 anos).
Aos 14 anos mudou-se para São Caetano do Sul (São Paulo) para aperfeiçoar seu jogo. Os resultados e reconhecimentos não demoraram para aparecer: em 2013 voltou a receber o Prêmio Brasil Olímpico, mas desta vez como melhor atleta do ano no tênis de mesa.
Nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, foi ouro no individual e por equipes. Na edição de Lima 2019, foi ao topo do pódio novamente no individual e também nas duplas.
Calderano deu ao Brasil o melhor resultado em Jogos Olímpicos, quando chegou às quartas de final de Tóquio 2020 – disputado em 2021 - no individual e por equipes. Meses depois, entrou no Top 5 do ranking mundial, com o título do WTT (World Table Tennis) Star Contender, em Doha (Catar).
Ainda em 2021, ficou em quinto lugar no Mundial realizado em Houston, a melhor colocação de sempre na história de um mesatenista brasileiro em mundiais.
Em janeiro de 2022, ele atingiu a terceira colocação no ranking mundial, atrás apenas do campeão Olímpico Ma Long (CHN) e do atual medalhista de prata nos Jogos, o também chinês Zhendong Fan (CHN).
Um ano mais tarde, em janeiro de 2023, dois títulos de WTT Contender dentro do espaço de uma semana: um em Durban e outro em Doha.
O próximo compromisso dele é o Mundial de Durban (África do Sul), entre 20 e 28 de maio, na caminhada rumo aos Jogos Paris 2024?
Prestes a completar 27 anos de idade, Calderano tem ainda muito para contribuir. O certo é que, antes com um Hugo e agora com outro, o tênis de mesa do Brasil – literalmente – está em boas mãos.
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