Em alta no handebol europeu, Bruna de Paula quer brilhar em Paris 2024
Quando criança, Bruna de Paula precisava acompanhar sua mãe, Marinalva, para ajudá-la nas plantações de café e ajudar no sustento da família. Hoje, aos 27 anos, a armadora colhe apenas os louros das recentes conquistas da seleção brasileira feminina de handebol, entre elas o heptacampeonato dos Jogos Pan-Americanos do ano passado e a classificação da equipe a Paris 2024.
Nascida na pequena Campestre, no sul de Minas Gerais, Bruna é de origem humilde, já vendeu picolé nas ruas e trabalhou como auxiliar em uma oficina mecânica. Aos dez anos de idade, foi conciliando o trabalho com a escola que ela conheceu o handebol.
Aos 14 anos, a armadora saiu da cidade rumo à equipe de Juiz de Fora, de Minas Gerais, e posteriormente do São José dos Campos, onde logo chamou a atenção por sua velocidade e grande impulsão.
ASSISTA A PARIS 2024 AO VIVO NO BRASIL
Seu estilo diferenciado chamou a atenção do técnico dinamarquês Morten Soubak, que a convocou para a seleção quando ela tinha apenas 19 anos, como a “caçula” de um grupo que chegava com a responsabilidade de defender o título Mundial obtido em 2013.
Bruna segue na seleção, hoje sendo uma das peças imprescindíveis do time.
Vitórias no handebol da França e Hungria
Já integrando a seleção brasileira, logo Bruna de Paula deixou o Vale do Paraíba rumo ao Fleury Loiret, da França, em 2016. Em sua primeira temporada na Europa, foi eleita a melhor atleta estrangeira.
Anos mais tarde, entre 2019 e 2020, agora defendendo o Nantes, foi escolhida como Melhor Jogadora (MVP ou most valuable player em inglês), com 68 gols.
Em 2021, seu desempenho a levou ser considerada destaque do quadrangular final da Liga Europeia, pelo Metz, seu último clube na França. Ela se despediu em abril, depois de conquistar o campeonato nacional.
"Obrigada a todos os torcedores, obrigada ao clube e às minhas companheiras. Vamos viver essa aventura até o fim", postou Bruna de Paula em suas redes, ao sair do Metz.
Na metade de 2023 ela se mudou para a Hungria, para defender o Györi. Usando a camisa 10, ela acaba de comemorar a conquista do título da Liga dos Campeões da Europa, ao superar o Bieitgheim, da Alemanha, por 30 a 24. Foi a sexta taça do time húngaro na competição continental.
Após a participação em Tóquio 2020, expectativa para Paris 2024
Dois anos depois de fazer parte do grupo campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, a armadora “tornava seus sonhos realidade” ao chegar à disputa de Tóquio 2020, em 2021.
Tendo Bruna como destaque, a seleção acabou eliminada ainda na primeira fase do torneio Olímpico.
“Vestir essa camiseta é sempre uma honra. Dessa vez foi ainda mais especial por ser a realização de um sonho que tenho desde criança. Infelizmente Tóquio 2020 acabou para a nossa seleção e não com o resultado que esperávamos,” comentou Bruna em seu perfil no Instagram.
Em 2022, ela foi escolhida pelo Comitê Olímpico do Brasil como atleta do ano no handebol, com 50 jogos e 141 gols pela seleção brasileira.
Nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago, a equipe brasileira sagrou-se heptacampeã e, de quebra, obteve a única vaga disponível para Paris. Nos 30 a 18 diante da Argentina, Bruna marcou cinco gols.
Com o ouro no Pan, o Brasil ganhou outra chance de ir para o torneio Olímpico. A equipe está no grupo B, ao lado da anfitriã França, Hungria, Países Baixos, Angola e Espanha.
“Paris, here we go! (Paris, aí vamos nós!)”, disse no Instagram a armadora, que vai para sua segunda edição dos Jogos.