A seleção brasileira masculina até jogou bem, mas acabou derrotada pela Espanha por 96 a 78 nesta segunda-feira, 28 de agosto, em partida pela segunda rodada do grupo G da Copa do Mundo de Basquete 2023 em Jacarta, e terá de superar a Costa do Marfim na próxima quarta-feira se quiser garantir uma das duas vagas em jogo à próxima fase da competição.
Depois de superar o Irã na estreia por 100 a 59, a equipe comandada por Gustavo de Conti deu trabalho para os atuais campeões mundiais especialmente no início do jogo, mas acabou sucumbindo ao melhor entrosamento dos espanhóis. Apenas dois países de cada grupo avançam à segunda fase e carregam os resultados da etapa inicial para determinarem os classificados às quartas de final.
Os destaques do Brasil foram Bruno Caboclo, com 15 pontos e 11 rebotes, e Yago, que contribuiu com mais 14 e 6, respectivamente. Pela Espanha, quem brilhou foi Aldama, com 15 pontos, seguido de Willy Hernangómez (14) e Juan Nuñez (13).
O duelo entre brasileiros e marfinenses será na quarta-feira, 30 de agosto, às 6h45 de Brasília, também na Indonesia Arena, em Jacarta.
A equipe africana estreou com derrota de 94 a 64 para a Espanha e ganhou do Irã por apertados 71 a 69 na segunda partida.
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Homenagem a Raulzinho no hino
Antes do início da partida, quando o hino nacional brasileiro tocou na arena, o ala-pivô Lucas Dias tratou de fazer uma homenagem segurando a camiseta do armador Raulzinho, que se machucou seriamente diante dos iranianos e não jogará mais na Copa do Mundo de Basquete 2023.
Em nota, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) confirmou que o jogador sofreu uma ruptura do tendão patelar do joelho direito no terceiro quarto da partida. A lesão foi confirmada em exame realizado no hospital oficial da competição com a orientação de Carlos Vicente Andreoli, Diretor de Saúde e médico da seleção masculina de basquete.
"Raul sofreu a ruptura no movimento de salto. O atleta foi imobilizado, já está no hotel com a delegação e sob os cuidados do departamento médico. Com o diagnóstico, está fora do restante da Copa do Mundo e neste momento a CBB trata das questões logísticas do atleta", escreveu a entidade em nota.
Bom início, mas Espanha responde
O Brasil começou a partida bem concentrado e logo abriu 2 a 0, com uma bandeja de Bruno Caboclo. Sempre que os espanhóis respondiam, os brasileiros voltavam a ficar em vantagem ou igualar o placar, com direito a cestas de três de Yago e jogadas no garrafão para Bruno Caboclo.
Faltando um minuto para o fim do primeiro quarto, Rudy Fernandez colocou a Espanha com 19 a 17, mas Bruno Caboclo deixou tudo igual ao fazer a cesta de dois e marcar no lance livre após sofrer falta. Mantendo o equilíbrio nas ações, o Brasil teve a chance de terminar com a vantagem e assim o fez, com Vitor Benite marcando duas vezes no lance livre para deixar os comandados de Gustavo de Conti com 22 a 21 no placar.
Entretanto, no quarto seguinte o Brasil começou desatento e logo viu a vantagem de um ponto acabar com algumas falhas seguidas no ataque: a Espanha abriu 32 a 28 com três minutos disputados, o que obrigou o técnico Gustavo de Conti a pedir tempo.
Nem com a parada o Brasil melhorou, e foi vendo a campeã mundial mostrar sua qualidade ao ir aumentando a vantagem no decorrer do período. Com sete minutos e meio disputados, os europeus venciam por 44 a 32.
O Brasil lutou e conseguiu ir para o intervalo perdendo por 50 a 42, graças a uma bandeja de Cristiano Felício no estouro do cronômetro.
Reação no terceiro quarto não foi suficiente
A Espanha voltou disposta a garantir o triunfo logo no terceiro quarto, e seguiu atacando forte. Com pouco mais de três minutos disputados, Claver acertou uma bola de três e colocou sua equipe com dez pontos de vantagem (57 a 47). Nervoso, o Brasil seguia errando no ataque e insistindo em ataques apressados.
Faltando quatro minutos e meio, a Espanha seguia com a vantagem de dez pontos no placar. O Brasil, no entanto, não se deu for vencido e voltou a ter confiança.
Empolgada por por uma bela enterrada de Georginho de Paula aos sete minutos disputados, que colocou o placar em 59 a 53 para os espanhóis, a equipe conseguiu uma bela reação nos dois minutos finais do terceiro quarto, fechando o período apenas **cinco pontos atrás, graças a uma bela cesta de três de Leo Meindl **com dois segundos para o fim do período.
O último quarto começou com a Espanha fazendo quatro pontos, contra apenas um do Brasil. Gustavo de Conti pediu tempo aos três minutos, mas logo depois viu os atuais campeões mundiais abrirem 12 pontos no marcador - 72 a 60, com direito a ponte aérea de Nuñez para Garouba.
O Brasil seguia perdendo ataques e viu a distância aumentar. Com cinco minutos para acabar a partida, Gustavo de Conti pediu outro tempo após Llull acertar uma cesta de dois pontos e colocar o jogo em 82 a 63.
Com a vantagem construída, coube à Espanha apenas administrar o placar, com direito a enterrada de Juancho Hernangómez no 94 a 78, para fechar seu segundo triunfo e confirmar a vaga na próxima fase da Copa do Mundo de Basquete.
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De olho na classificação Olímpica
Além de recolocar o país nas primeiras posições na Copa do Mundo de Basquete 2023, um dos principais objetivos do Brasil é assegurar a vaga Olímpica em Paris 2024. A competição vai distribuir sete das 12 vagas disponíveis, sendo duas delas reservadas exclusivamente ao continente americano.
Para isso, basta à seleção brasileira terminar a classificação final como uma das duas melhores equipes do continente. Não será uma missão fácil: há outros seis países da região na disputa, incluindo EUA, sempre favoritos no basquete, e Canadá, com sete jogadores da NBA e que venceu a França, vice-campeã Olímpica em Tóquio 2020, por trinta pontos de diferença na primeira rodada do mundial.
Dono de três medalhas Olímpicas no basquete masculino (bronze em Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964) e de um bicampeonato mundial em 1959 e 1963, o país busca retornar aos Jogos Olímpicos após não se classificar na última edição, em Tóquio. Na ocasião, a seleção perdeu a última partida do Pré-Olímpico da modalidade para a Alemanha.
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