Rebeca Andrade e Arthur Nory lideram duas dobradinhas no desfecho da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023
Rebeca Andrade e Flávia Saraiva conquistaram o ouro e a prata na final da trave, enquanto Arthur Nory e Bernardo Miranda fizeram o mesmo na barra fixa nesta quarta-feira, 25 de outubro, nos Jogos Pan-Americanos 2023. Flávia também foi prata no solo e Arthur Nory é prata no salto.
Nas últimas cinco provas da ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos 2023, o Brasil conseguiu duas dobradinhas no pódio nesta quarta-feira, 25 de outubro. Na trave, Rebeca Andrade conseguiu o segundo ouro na competição com Flávia Saraiva com a prata. Na barra fixa*,* Arthur Nory garantiu a medalha de ouro, seguido por Bernardo Miranda, que conquistou seu primeiro pódio individual.
Entre as mulheres, um dia depois de quebrar um tabu 16 anos da ginástica artística feminina do Brasil com ouro na final dos saltos, Rebeca venceu a trave com 14.166 pontos em sua apresentação. Flávia também ultrapassou os 14 pontos, com 14.033 - as brasileiras foram as únicas a atingirem mais de 14 pontos. Ava Stewart, do Canadá, garantiu o bronze com 13.900. Flávia também foi prata na final do solo, com 13.733 pontos - Kaliya Lincoln venceu com 14.233.
No masculino, Arthur Nory, um dia depois da prata no solo, alcançou a medalha de ouro na barra fixa, aparelho em que foi campeão mundial em 2019 e bronze em 2022. Ele teve 14.333 pontos, dois décimos à frente de Bernardo, segundo. Nory também conquistou a prata no salto com 14.466, perdendo o ouro apenas nos critérios de desempate - Audrys Reyes, da República Dominicana, foi ouro. Bernardo foi melhor brasileiro nas barras paralelas, com a quarta posição.
A vitória de Rebeca Andrade foi o segundo ouro da equipe feminina do Brasil na ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos 2023 e apenas o quinto em toda a história da competição. Antes destes títulos, apenas Jade Barbosa no salto em 2007, no Rio de Janeiro, e Luísa Parente no salto e nas barras assimétricas na edição de Havana (Cuba), em 1991, também foram campeãs.
Com o título, Rebeca chega à marca de quatro pódios em quatro finais disputadas nos Jogos Pan-Americanos 2023. Ela também foi prata por equipes e nas barras assimétricas, além do ouro no salto. Já Flávia Andrade, além da prata na trave, foi a segunda colocada no individual geral e terceira nas barras assimétricas, além de fazer parte da equipe e conquistar a prata na final do solo.
Já o ouro de Nory foi o primeiro do time masculino em Santiago 2023. Ele, aliás, sai com quatro das seis medalhas da equipe no Pan. No total, a modalidade encerra a competição com 14 medalhas, sendo três de ouro, nove de prata e duas de bronze.
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Rebeca Andrade e Flávia Saraiva brilham na trave dos Jogos Pan-Americanos 2023
Com uma boa nota no aparelho na final do individual geral dos Jogos Pan-Americanos 2023, Flávia Saraiva abriu a decisão como uma das cotadas à medalha. Mesmo com leves desequilíbrios e uma passada a mais na saída, ela novamente passou dos 14 pontos e conseguiu 14.033 em sua nota, mostrando porque foi finalista do aparelho em Rio 2016 e Tóquio 2020.
Na sequência veio Ava Stewart, do Canadá, também favorita por ter tido a maior nota da classificatória. Ela teve um grande desequilíbrio durante a execução de um dos elementos e obteve 13.900 pontos. Também canadense, Aurelie Tran fazia uma apresentação mais simples, mas teve uma queda e conseguiu 12.133, ficando fora da disputa do pódio.
Rebeca Andrade fechou a primeira metade da decisão. Terceira maior nota da classificatória, a brasileira fez uma belíssima apresentação e, mesmo sofrendo um grande desequilíbrio que a quase derrubou do aparelho, ela conseguiu 14.166, assumindo a liderança com mais quatro competidoras pela frente.
Faltava apenas as norte-americas entre as favoritas. Kaliya Lincoln foi a sexta a se apresentar, mas não conseguiu obter uma série limpa e terminou com 13.166. Na sequência, Kaya Dicello, campeã do individual geral, fez uma boa apresentação e ficou a apreensão no ginásio. No fim, com 13.800, não conseguiu chegar ao pódio, permitindo a dobradinha brasileira no aparelho mais temido da ginástica artística.
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Rebeca faz balanço da temporada: 'Graças a Deus mais um ano sem lesão'
A campeã Olímpica fechou sua primeira participação no Pan com chave [e medalha] de ouro, além de sua maior conquista: terminar mais uma temporada sem lesões graves.
"Foi um ano muito importante para a gente, porque era um ano que valia vaga Olímpica, então era o foco. Foi um alívio quando saiu. Então a gente foi para as finais com todos os dentes todos os dias e aqui não foi diferente. Como o Mundial já tinha passado, a gente podia se divertir. Foi meu primeiro Pan e ter essa certeza de que era só fazer minha parte que ficaria tudo bem. Às vezes fazer nossa parte também é difícil, porque tem nervosismo, você pode se sentir desconcentrada, algo pode não dar certo. Mas saímos com mais uma dobradinha do Brasil. Graças a Deus mais um ano sem lesão, que continue assim, um ano muito importante", disse Rebeca ao Olympics.com.
Rebeca também comemorou sua evolução na trave, aparelho que ela já afirmou ser o que ela menos gosta de fazer.
"Agora ela [a trave] está gostando de mim, agora ela parou de me empurrar para fora. Brincadeira! Não fiz algo diferente, mas eu me sinto melhor fazendo trave. Eu nunca me achei ruim na trave, mas de todos os aparelhos é o que eu gosto menos porque é muito difícil manter a cabeça no lugar, o corpo firme. No solo e no salto, você pode dar um passo para o lado, nas paralelas pode ajustar, mas na trave não", explicou.
"Você fica brigando com você mesma, então eu acho que o que eu melhorei foi na cabeça, de ir para a trave mais tranquila, entender que não é um monstro de sete cabeças e fazer a minha série. Minha série não é tão difícil assim, mas quanto mais tranquila eu estiver, melhor vai sair", completou Rebeca.
Arthur Nory ganha prata no salto dos Jogos Pan-Americanos 2023
Na primeira final de aparelho no último dia da ginástica artística 2023 nos Jogos Pan-Americanos, o canadense Felix Dolci abriu a disputa e conseguiu 14.383 pontos na média de suas duas notas. Arthur Nory veio na sequência e, mesmo dando uma passada a mais na chegada dos dois saltos, obteve 14.466 de média e ultrapassou o rival do Canadá.
Yuri Guimarães, outro brasileiro na disputa, foi o terceiro a se apresentar. No primeiro salto obteve 14.533, a maior do dia até o momento. No segundo, porém, se desequilibrou na chegada e ficou com uma média de 14.133.
Quarto a se apresentar, Audrys Reyes, da República Dominicana, também conseguiu 14.466 mesmo pisando um pouco fora da linha na chegada do segundo salto. Nos critérios de desempate, ele ficou à frente de Nory. O resultado prosseguiu até o final. Larrahondo (Colômbia), Villafane (Argentina), De la Cruz (Cuba) e Armijo (Chile) cometeram erros na chegada de seus saltos e não chegaram aos 14.100 pontos, garantindo mais uma medalha para Arthur Nory no Pan.
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No solo feminino, Flávia Saraiva ganha mais uma prata nos Jogos Pan-Americanos 2023
Depois de conquistar a prata na trave dos Jogos Pan-Americanos 2023, Flávia Saraiva garantiu mais uma medalha na última prova feminina da ginástica artística na competição. Foi a quarta medalha desta cor dos cinco pódios que ela teve no Pan. A atleta dividiu a segunda posição com a norte-americana Kayla Dicello – ambas fizeram 13.733 pontos em suas apresentações.
A medalha de ouro foi de Kaliya Lincoln, justamente a primeira a se apresentar na decisão. Com uma maior nota de dificuldade e atuação segura, ela obteve 14.233 pontos para já se colocar entre as favoritas no pódio. Flávia e Dicello vieram na sequência e ambas cometeram erros de execução, empatando na segunda posição.
As canadenses Aurelie Tran e Sydney Turner e a panamenha Hillary Heron não conseguiram ameaçar as líderes. Julia Soares foi a sétima a se apresentar e conseguiu 13.633 na quarta posição, apenas 0.100 atrás da Flávia e Dicello – justamente a diferença na nota de dificuldade. A chilena Barbara Andino foi a última a se apresentar, mas também não ameaçou o pódio formado logo no início.
Brasil faz dobradinha com Arthur Nory e Bernardo Miranda na barra fixa
Na última prova de ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos 2023, o Brasil conseguiu fazer mais uma dobradinha no pódio, com Arthur Nory na primeira posição e Bernardo Miranda em segundo. Foi o encerramento do esporte na competição.
Segundo a se apresentar, o canadense William Emard teve uma queda e ficou fora da briga pelo pódio com 11.800. Na sequência, o norte-americano Colt Walker fez uma apresentação sem erros aparentes e tirou 13.666 pontos. Ele foi ultrapassado justamente pelo Arthur Nory, que teve maior nota de dificuldade e execução para chegar a 14.333.
Na segunda metade da prova, Cameron Bock, dos EUA, também fez uma apresentação limpa, mas com nota de dificuldade menor do que o brasileiro, ficando na segunda posição com 13.766. Rene Cournoyer, do Canadá, também não teve erros aparentes, mas teve 14.066, pulando para a segunda posição, com Nory na frente e Bock em terceiro faltando dois atletas.
Audrys Reyes, algoz de Nory na prova do salto, sofreu uma queda durante a apresentação na barra fixa e ficou fora da briga pelo pódio, terminando com 12.266. Por fim, Bernardo Miranda se apresentou para tentar uma nova dobradinha para o Brasil na ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos 2023. Mesmo com um erro na chegada, ele conseguiu 14.133 para assegurar a segunda posição.
"A barra é um aparelho que eu gosto muito, estava um pouquinho nervoso ontem para apresentar, mas eu me sinto muito confortável. Fui para dar o meu máximo. Dificultei meu salto também, conquistei mais uma medalha, levando quatro medalhas para casa, bem contente", disse Nory ao Olympics.com.
Apesar de não ter conquistado a vaga Olímpica, Nory segue motivado para tentá-la na última chance, nas Copas do Mundo de 2024. "Consegui me reerguer nessas finais, foi bem puxado essas últimas competições. Continuo lutando para conquistar essa vaga para o nosso país. A gente vai para cima, eu tenho que estar feliz, leve e comemorando a cada série", afirmou.
Já Bernardo comentou que levou a confiança do primeiro dia para o último. "Tudo começou no bronze por equipe, fiz uma competição muito boa. Entrei disputando os aparelhos que competi na classificatória, consegui melhorar minha nota na barra hoje", contou.
Desta forma, ele se torna concorrente também à classificação para Paris 2024. "É o sonho de todo mundo. Eu quero ir para Paris, competir na Olimpíada. Estamos competindo muito bem na barra e tendo uma evolução boa. Agora é aumentar a nota de partida para concorrer à vaga", concluiu.