Brasil se recupera, derrota seleção turca e é bronze no vôlei feminino em Paris 2024 

Por Gustavo Longo
7 min|
Vôlei feminino do Brasil na disputa do bronze contra Türkyie nos Jogos Olímpicos Paris 2024
Foto por Miriam Jeske/COB

A cor pode não ser aquela sonhada pelas jogadoras, mas conquistar uma medalha Olímpica também é importante. Por isso, a seleção feminina de vôlei do Brasil conseguiu se recuperar do baque na semifinal para derrotar Türkyie neste sábado, 10 de agosto, e garantir o bronze nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

A vitória foi incontestável: 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 27/25, 22/25 e 25/15 em quase uma hora e meia de partida. Dessa forma, o Brasil sobe ao pódio novamente na modalidade após a prata em Tóquio 2020. Já as turcas, campeãs da Liga das Nações de Vôlei em 2023, seguem em busca da primeira medalha entre as mulheres.

A definição do ouro acontecerá neste domingo, 11 de agosto, no encerramento dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Os EUA enfrentam a Itália a partir das 8h no fuso horário de Brasília. Para as norte-americanas vale o bicampeonato Olímpico. Para as italianas, o primeiro ouro do país, um dos mais tradicionais da modalidade, em qualquer gênero.

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Gabi Guimarães, com 28 pontos, foi a principal estrela do Brasil na disputa do bronze no vôlei feminino dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Thaísa, com 17 pontos (sete de bloqueio) foi a segunda maior pontuadora do país. Melissa Vargas foi a principal atacante turca, com 26 pontos.

Com o resultado, a seleção feminina de vôlei do Brasil chega à sexta medalha Olímpica nas últimas oito edições. São dois ouros (Beijing 2008 e Londres 2012) e dois bronzes (Atlanta 1996 e Sydney 2000), além da prata em Tóquio 2020. Também mantém a escrita do vôlei brasileiro: desde Barcelona 1992 o país garante um pódio na quadra em pelo menos um gênero.

Brasil abre 2 a 0 com força no bloqueio na reta final dos sets

Entretanto, a seleção feminina de vôlei do Brasil custou para entrar no jogo. Apostando no ataque de Melissa Vargas desde o início, Türkyie abriu 3 a 0 no primeiro set. Para sorte da equipe, Rosamaria conseguiu dois pontos e recolocou a equipe na partida – a ponto de conseguir cinco pontos consecutivos para abrir 8 a 4.

A vantagem não durou muito. As turcas também fizeram quatro pontos e viraram para 10 a 9. Com dificuldade de parar Vargas e de escapar dos bloqueios adversários, as brasileiras não abriam uma diferença no placar. A igualdade continuou até 20 a 20, quando o bloqueio do país finalmente entrou: dois pontos de Thaísa e um de Gabi para fechar em 25 a 21.

Já o segundo set começou invertido. Com mais concentração, a seleção feminina conseguiu uma vantagem de 4 a 1 que logo se desfez em 5 a 5 e colocou a equipe turca no controle da parcial. Variando as jogadas ofensivas com Meliha Diken, elas conseguiram abrir 16 a 12 e, depois, 19 a 15.

O empate estava encaminhado, mas o trio Gabi, Ana Cristina e Thaísa buscou a igualdade em 20 a 20. Mesmo assim, o primeiro set point foi turco quando conseguiu 24 a 23. Mas o erro no saque e dois pontos de Ana Cristina e Rosamaria fizeram o Brasil fechar em 27 a 25.

Turquia reage no terceiro set, mas Brasil reage no quarto para garantir bronze

O terceiro set, como era de se esperar, tornou-se decisivo para Türkyie - e por isso Vargas novamente voltou a ser mais acionada. Mesmo assim, foram as brasileiras que começaram melhor a parcial, conseguindo pular na frente do placar e até abrir dois pontos para fazer 9 a 7 e, depois, 13 a 11.

Caminhava para mais um equilíbrio até o fim, mas depois que as turcas conseguiram virar para 17 a 16, a seleção feminina de vôlei se perdeu no set**. Com três pontos de Vargas, as adversárias conseguiram abrir 21 a 17** - diferença crucial para conseguir fechar em 25 a 22 e seguir vivo na luta do bronze.

A pressão turca prosseguiu até o início do quarto set. Eda Erdem Dundar conseguiu três pontos consecutivos para abrir 7 a 4. Neste momento o técnico José Roberto Guimarães apostou na inversão 5x1, com Júlia Bergmann e Macris nos lugares de Rosamaria e Roberta. A mudança surtiu efeito imediato.

Com Júlia Bergmann melhorando a recepção e oferecendo mais variedade no ataque, foram seis pontos consecutivos da seleção feminina de vôlei, virando a parcial para 10 a 7. Depois, nova sequência de quatro pontos para chegar a 14 a 8 com dois ataques de Gabi.

A virada derrubou a seleção turca, que não mostrava mais força para conseguir reagir novamente. Com mais tranquilidade, o Brasil conseguiu virar seus ataques e forçar os erros turcos na recepção e no passe.

Quando o placar chegou a 19 a 12, Türkyie até esboçou uma reação e diminuiu para 19 a 15. A comissão técnica parou o jogo, acalmou as atletas e recolocou o país no confronto. Com maior precisão no bloqueio novamente (três dos últimos cinco pontos neste fundamento), fechou em 25 a 15 com Thaísa, justamente a atleta mais experiente do grupo para conquistar mais uma medalha Olímpica.

França é bicampeã Olímpica no vôlei masculino em Paris 2024

Na final do vôlei masculino, Polônia e França se reencontraram após a eletrizante semifinal da Liga das Nações 2024, quando os franceses eliminaram os rivais em terras polonesas. A revanche, contudo, ficará para outra ocasião. Diante de sua torcida, o país-sede dos Jogos Olímpicos Paris 2024 conquistou o segundo ouro consecutivo na modalidade.

A vitória de 3 a 0 (parciais de 25/19, 25/20 e 25/23) garante o segundo título Olímpico para a França após Tóquio 2020. Já a Polônia, bicampeã mundial em 2014 e 2018 e vice em 2022, voltou a conquistar uma medalha no vôlei masculino desde o ouro em Munique 1972.

Entretanto, esperava-se que a final Olímpica fosse um confronto equilibrado como o das semifinais da VNL 2024 – quando os franceses conseguiram virar para 3 a 2 em duas horas de jogo. Mas em nenhum momento os poloneses ameaçaram a seleção da casa na capital francesa.

Após o equilíbrio inicial no primeiro set, a França deslanchou na parcial. Da 18ª a 28ª jogada, ou seja, com 11 pontos em disputa, os franceses conseguiram oito – o suficiente para abrir 17 a 11 no placar e fechar em 25 a 19. O segundo set até começou mais equilibrado, com a Polônia abrindo dois pontos de vantagem no início, mas a França buscou e manteve o empate até 19 a 19. Até que Trevor Clevenot fez quatro pontos em sete ataques e garantiu 2 a 0 com 25 a 20 na segunda parcial.

A seleção polonesa precisava da vitória a todo custo no terceiro set, mas não conseguia quebrar a recepção e o passe adversário. Assim, a França simplesmente convertia seus ataques, mantendo o empate na parcial. A Polônia chegou a fazer 17 a 15, sua maior vantagem no jogo, mas levou a igualdade na sequência.

Sem forças para reagir, a equipe desmoronou. Os franceses conseguiram sete pontos consecutivos, sobretudo em erros adversários. Com 24 a 19, era questão de tempo para confirmar o ouro. Nem mesmo os quatro pontos poloneses consecutivos impediram a vitória em 25 a 23 para a torcida celebrar mais uma conquista nos Jogos Olímpicos Paris 2024.