Bia Haddad Maia sonha com estreia Olímpica em Paris 2024
Tenista brasileira, que alcançou recentemente as semifinais de Roland Garros, as oitavas de Wimbledon e o top 10 do ranking mundial, diz que o tênis valoriza os Jogos Olímpicos e explica por que ela e Luisa Stefani não costumam jogar duplas juntas.
Beatriz Haddad Maia está de volta ao Brasil após uma jornada de muito sucesso na Europa, com direito a semifinal de Roland Garros, estreia no top 10 do ranking e oitavas de final em Wimbledon.
Aos 27 anos, Bia já viveu quase todas as experiências que um tenista pode desfrutar. Exceto os Jogos Olímpicos. Isso pode mudar em Paris 2024, competição que será disputada no saibro de Roland Garros.
“Para mim, [disputar os Jogos] é um sonho também. Nunca participei, mas cresci no Brasil e a gente valoriza muito as Olimpíadas. Às vezes acham que a gente no tênis não valoriza tanto, mas para mim com certeza é um sonho”, contou Bia durante entrevista coletiva em São Paulo, em 19 de julho.
A maior parte das vagas do tênis nos Jogos Olímpicos é distribuída pelo ranking mundial do dia seguinte à final de Roland Garros em 2024. Ou seja, cada ponto nas 52 semanas anteriores conta muito para a classificação.
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“Claro que temos um sistema de ranking de pontos em que muita coisa pode acontecer. Mas meu primeiro objetivo é estar saudável, ter a oportunidade de jogar e ir bem nas semanas para poder me classificar”, acrescentou.
Com títulos de destaque nas duplas também, Bia está disposta a entrar em todas as chaves do torneio Olímpico.
“Se for simples, se for dupla, eu estarei muito motivada e é um dos meus objetivos para o ano que vem”, garantiu.
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Por que Bia Haddad e Luisa Stefani não jogam juntas?
Em Paris 2024, Bia jogaria duplas obrigatoriamente com parceiros brasileiros. Como Luisa Stefani é a atual número 14 do mundo na categoria e foi medalhista de bronze em Tóquio 2020 com Laura Pigossi, há uma expectativa para que as duas atuem juntas não só nos Jogos, mas também no circuito da WTA.
“Acho que foi a pergunta que eu mais esperei (risos). A gente conversa muito sobre isso”, contou Bia.
No entanto, os torcedores brasileiros devem ver Bia e Luisa do mesmo lado da quadra somente em 2024.
“A gente tem objetivos diferentes com a dupla, o que complica um pouco, porque ela é focada 100% em duplas e eu estou 100% em simples, a dupla não é minha prioridade. Imagina se eu jogasse com ela nessa gira de grama, por exemplo. Para mim seria fácil, mas pensando nela é muito mais difícil, porque pode acontecer de eu não jogar todas as semanas”, explicou.
“Ela [Luisa] precisa ter uma parceria, uma garantia. A vida do duplista é muito incerta. Então ainda não casou, mas já jogamos juntas, já ganhamos torneio juntas. A gente está ansiosa para coincidir a semana e podermos jogar.”
Bia Haddad: próximo objetivo é classificar para o Finals
Ao voltar para o Brasil depois de meses jogando na Europa, Bia começou a entender o impacto das campanhas dela e de Luisa no público brasileiro.
“Quando estou nas competições, não acesso a rede social ou notícias sobre mim. Fico muito focada nas minhas coisas, na minha rotina e na minha preparação. Agora que cheguei em São Paulo que percebi que tinha pessoas que eu jamais esperaria que me reconhecessem na rua ou que pedem foto no restaurante”, afirmou.
“Isso me motiva muito. É algo que traz uma força de saber que está transformando a minha vida, da equipe e da minha família.”
Bia lamentou não poder ter tentado ir mais longe em Wimbledon, por ter sentido as costas e precisado abandonar a partida contra a cazaque Elena Rybakina nas oitavas de final.
“O primeiro sentimento foi a dor muito forte e o segundo foi a tristeza. Tive que dialogar comigo, porque você tem três minutos de fisioterapia para refletir se aquilo vai te permitir jogar, e num palco daquele, na Quadra Central, com uma jogadora do nível dela. Não é só jogar, tem que jogar em alto nível”, disse.
Segundo Bia, uma contratura muscular muito forte causou as dores. Mas ela não pretende mudar seu calendário e retorna em Montreal, para o WTA 1000 canadense, a partir de 7 de agosto.
“Nosso objetivo agora é brigar para ir ao Finals [evento que reúne as oito melhores do ano e encerra a temporada]. A gente está na corrida e está um pouco embolado. Qualquer semana grande pode mudar tudo, como vimos com a [Marketa] Voundrousova [ganhando Wimbledon]”, apontou.