Ana Marcela Cunha é prata e Viviane Jungblut fica com bronze nos 10km em águas abertas dos Jogos Pan-Americanos 2023

Por Daniel Perissé
4 min|
Ana Marcela Cunha of Brasil during the Women's Open Water Swimming Final, at the Santiago 2023 Pan American Games in Laguna Los Morros, San Bernardo on October 29 in Santiago, Chile
Foto por Javier Valdés Larrondo / Santiago 2023 via Photosport

Baiana tentava o bicampeonato em Santiago, mas não conseguiu superar o ritmo forte de americana que liderou sem sustos a partir da terceira volta; gaúcha já tinha obtido duas medalhas na natação.

Ana Marcela Cunha foi às águas da Laguna los Morros, nos arredores de Santiago, para defender seu título dos Jogos Pan-Americanos na prova dos 10km em águas abertas, mas acabou ficando com a prata, atrás da americana Ashley Grace Twitchell.

O bronze foi para a também brasileira Viviane Jungblut

Twitchell encerrou o percurso em 1h57min16s4, enquanto Ana Marcela, atual campeã Olímpica da prova, fez em 1h57min29s4 - uma diferença de 13 segundos.

Jungblut, que já havia obtido o bronze nas provas de 800 e 1500m livre da natação, completou em 1h57min51s1. Ela ficou a 34s7 da medalhista de ouro. A gaúcha repete a posição obtida no Pan de quatro anos atrás.

Vencedora da disputa em Lima 2019, Ana Marcela vinha como uma das favoritas ao ouro em Santiago. Em julho, ela foi a quinta colocada na prova do Mundial de Esportes Aquáticos 2023, em Fukuoka, no Japão. Também em 2023, a baiana recuperou-se de uma cirurgia no ombro e passou por uma troca de treinador.

"A gente chegou aqui ainda sem ter os 100% de certeza de que eu iria competir, eu fiz a cirurgia tem 11 meses e foi justamente usando o traje que eu terminei lesionando. Então sempre há um receio, um medo de colocar de novo. Estava há praticamente um ano e meio sem colocar esse traje. Para mim foi uma prova muito de superação, eu contra eu mesma o tempo inteiro, fiz ali a minha prova, tanto é que a Ashley abriu por duas vezes, uma eu consegui pegar, na segunda, no final, não consegui. Mas fui no meu tempo, fui no meu ritmo, sem sentir dor, e foi o mais importante," disse Ana Marcela ao final da prova em declarações divulgadas pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Lógico que a gente sempre vem para competir, buscar o ouro, essa dobradinha que a gente conseguiu. Claro que o bicampeonato pan-americano é importante, mas com toda certeza nadar como estou nadando, pensando em uma seletiva em fevereiro e depois, consequentemente, nos Jogos Olímpicos, a forma como eu nadei hoje aqui, a medalha de prata significa muito para mim também," completou.

A prova masculina também foi realizada neste domingo e mais um atleta dos EUA ficou com o ouro: Brennan Gravley venceu com um tempo de 1h50min23s4, seguido do argentino Franco Cassini, medalhista de prata (1h50min23s6) e do mexicano **Paulo Delgado, **que acabou com o bronze (1h50min23s8). Nenhum brasileiro participou.

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Como foi a prova

Nadando a uma temperatura abaixo dos 18 graus - o que obriga o uso dos trajes de neoprene -, a disputa teve como primeira líder a canadense Emma Finlin, que manteve a ponta até o final da primeira e segunda voltas. Twitchell já a acompanhava de perto, a pouco mais de dois segundos e a 1,5 segundo, respectivamente.

Ana Marcela Cunha, por sua vez, aparecia em sexto ao final da segunda volta, a cinco segundos da nadadora do Canadá.

Foi aí que começou a bela prova da americana, que nadou em primeiro do início da terceira volta em diante. A baiana também se recuperou e passou a persegui-la, só não ficando atrás na quarta volta - no caso, a posição era de Viviane.

Vendo as duas primeiras colocadas se distanciarem desde a quarta volta, a gaúcha travou seu duelo particular com a veterana argentina Cecilia Biagioli, de 38 anos. Medalhista de prata em Lima 2019, ela nadou em terceiro na quinta e sexta voltas, com Viviane logo atrás.

Na sétima volta, a brasileira abriu vantagem e nadou sem preocupações de perder o terceiro lugar do pódio, apenas administrando a posição.

Por outro lado, Ana Marcela Cunha apertou o ritmo. Ela chegou a estar quase três segundos atrás da americana na quinta volta e foi tentando se aproximar ainda mais da americana, que chegou a não passar pelas estações de alimentação para ir mais rápido.

A vantagem foi crescendo pouco a pouco, subindo para quase nove segundos ao final da sexta volta e 11s6 terminando a sétiima. A baiana ainda tentou acelerar novamente, mas faltou percurso para a brasileira alcançar a rival, que conquistou sua primeira medalha de ouro pan-americana.