Ana Marcela Cunha pronta para sair da zona de conforto: 'Estou treinando com minhas adversárias'

Dois anos após conquistar o ouro Olímpico na maratona aquática em Tóquio 2020 em 2021, a nadadora brasileira Ana Marcela Cunha vive um ano decisivo em sua carreira. Aos 31 anos, ela encerrou uma parceria de 10 anos com o treinador Fernando Possenti e decidiu concentrar seus treinamentos em Roma, na Itália, com Fabrizio Antonelli.

“Foi um ano difícil, mas bom ao mesmo tempo. É sempre complicado ganhar confiança novamente. Tive esse desafio, essa mudança de ir morar na Itália. Estou bem confiante e contente com o que está por vir”, afirmou Ana Marcela ao Olympics.com durante os Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, em que ficou com a prata nos 10km das águas abertas.

“São estilos de treino diferentes, mas que dão certo ao mesmo tempo. É questão de acreditar no que é feito. Depende de eu me entregar e estar no nível que sempre estive, nadando bem e tendo bons resultados”, comentou.

Ana Marcela Cunha: 'O objetivo é permanecer mais um ciclo'

Uma nadadora de águas abertas exímia como Ana Marcela sabe sentir quais são os melhores caminhos na água. Ela confia nesse instinto para tomar suas decisões de carreira.

“Treinei muito tempo com o Fernando e chegamos no momento que a melhor escolha era encerrar a parceria. Falei bastante sobre saúde mental. Fiquei feliz com a minha escolha e o objetivo é permanecer mais um ciclo. Sei que estarei mais velha e o grupo na Itália abrange bastante as atletas um pouco mais velhas que permanecem em alto nível”, explicou.

Neste ano, Ana Marcela foi bronze em uma etapa da Copa do Mundo e nos 5km do Mundial de Fukuoka. Já nos 10km, a distância Olímpica, a brasileira ficou em quinto no Japão.

“Acredito muito que a gente precisa se desafiar e sair da zona de conforto. Estou treinando com as minhas maiores adversárias”, contou a dona de sete medalhas de ouro em Mundiais de Esportes Aquáticos.

Ana Marcela Cunha focada em vaga Olímpica no Mundial de 2024

O Brasil está acostumado a ver Ana Marcela sempre no pódio, de preferência na primeira colocação, mas ela sentiu que, para triunfar em Paris 2024, era preciso se reorganizar, sem levar em conta a pressão externa.

“Se eu ainda tivesse 20 anos, acho que eu sentiria ainda [as expectativas]. Mas com a idade e a maturidade que eu tenho, não me preocupo tanto em relação a isso, mas em estar feliz dentro do que já conheço e treinar duro”, garantiu.

Seu grande próximo objetivo é a vaga Olímpica, que estará em disputa no Mundial de Esportes Aquáticos de Doha, no Catar, entre 2 e 18 de fevereiro de 2024. Serão 13 cotas à disposição nos 10km, mais cinco vagas de representação continental.

“Sou muito pé no chão. Ainda tem a seletiva e serão três meses de preparação até o Mundial. Depois disso eu consigo pensar em Paris”, concluiu Ana Marcela, antes de voltar a Roma.

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