Alemanha de Gyorgy Grozer supera Brasil, Itália e Cuba e obtém vaga em Paris 2024: 'Ainda não caiu a ficha do que fizemos'

Liderado pelo oposto de 38 anos, o time alemão deixou seleções tradicionais para trás e venceu a sexta partida no Pré-Olímpico para obter uma das cotas em disputa no Rio. Técnico alemão Michal Winiarski ressaltou: 'Quando jogamos nosso melhor, podemos lutar com todos.'

4 minPor Sheila Vieira

Gyorgy GROZER

Vôlei

(Volleyball World)

Um furacão germânico tomou conta do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, no Pré-Olímpico de Vôlei Masculino 2023. A Alemanha venceu sua sexta partida na competição neste sábado, 7 de outubro, contra o Catar, e assim assegurou vaga nos Jogos Olímpicos Paris 2024 em grupo que conta com Brasil, Itália e Cuba. A estes países, resta lutar pela segunda cota no domingo (8).

Será o retorno da Alemanha aos Jogos desde Londres 2012, quando terminou em quinto lugar. Os alemães não tomaram conhecimento dos times mais tradicionais e sequer precisou do tie-break para ganhar algum desses jogos.

O que há de comum entre a Alemanha de Londres 2012 e a de agora? Gyorgy Grozer. O oposto de 38 anos retornou (mais uma vez) da aposentadoria para ajudar a equipe, com o maior êxito possível. Ele marcou 132 pontos, maior pontuador do Pré-Olímpico, contando os três eventos simultâneos.

"É incrível. Acho que ainda não caiu a ficha do que fizemos. Eu lembro do dia que mostraram o sorteio para a gente e eu disse 'que legal, claro que a gente pegaria o grupo mais difícil'. Mas eu aprendi uma coisa na minha vida que é nunca desistir e conseguimos. Estamos em Paris", disse Grozer ao Olympics.com após o feito.

Grozer agora sonha que sua filha, Leana, também jogadora de vôlei, esteja em Paris. "Talvez possamos estar juntos nas Olimpíadas. Não são tantas chances que você tem uma chance dessa, talvez 5% ou 10% ou zero, mas é uma grande motivação", comentou o oposto.

"Não posso esquecer também do time que sempre acreditou em mim. Acho que não tinha mais outra chance na minha carreira, então dei tudo que era possível. Só posso dizer para as pessoas não desistirem de seus sonhos", acrescentou.

O treinador do Brasil, Renan Dal Zotto, não poupou elogios ao desempenho de Grozer no Rio.

"É a Alemanha com o Grozer e a Alemanha sem o Grozer. Já tivemos muitas seleções que foram assim. É um jogador que faz uma diferença tremenda", afirmou Renan.

"Um jogador do calibre do Grozer para a seleção alemã... estava faltando esse jogador e deu um salto de qualidade tremendo. Todo mundo sabe que ele vai atacar 50 bolas e está tudo certo", opinou o comandante brasileiro.

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Michal Winiarski: 'Quando jogamos nosso melhor, podemos lutar com todos'

Renan também deu méritos ao treinador Michal Winiarski, seu contemporâneo como jogador, por ter adaptado o líbero Schott para a posição de ponteiro.

"Soube ajustar as peças. Trouxe o 'martelo' e colocou um cara de composição. É muita sabedoria para construir e conseguir um grande resultado", opinou.

Após a partida contra o Catar, Winiarski destacou ao Olympics.com a superação alemã nesta chave do Pré-Olímpico.

"Nós nos planejamos para estar no nosso melhor neste momento, mas também reconhecíamos que o grupo era muito difícil. Por isso é tão bom. É especial. Posso dizer que nada é impossível, porque vencemos o Brasil em casa e a Itália em menos de 14 horas, sem descanso. Este time fez um torneio incrível."

Se vencer este grupo foi uma meta alcançada, por que não sonhar alto em Paris também?

"Quando jogamos o nosso melhor vôlei, podemos lutar com todo mundo. Essa é a situação que precisamos manter em mente para nos prepararmos para Paris", disse Winiarski.

Ter Grozer em seu lado da rede certamente é um bom começo.

"O time precisava de alguém com essa paixão e emoção. Não que os outros não tivessem isso, mas o Gyorgy coloca muita confiança no nosso jogo. O desempenho dele transformou a equipe. E foi muito por conta dele que começamos a acreditar que poderíamos fazer isso", comentou o técnico.

Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.