Ahman/Hellvig vencem Evandro/Arthur e Brasil se despede do vôlei de praia masculino em Paris 2024
Evandro e Arthur protagonizavam uma grande campanha, mas se despediram do torneio de vôlei de praia masculino nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Os brasileiros tinham uma missão duríssima nesta terça-feira, 6 de agosto, contra os suecos David Ahman e Jonatan Hellvig -- a dupla número 1 do ranking. O duelo pelas quartas de final, porém, pendeu à Suécia. Ahman/Hellvig venceram por 2 sets a 0 (21-17, 21-16), em 42 minutos de jogo.
Evandro/Arthur não haviam perdido um set sequer nas quatro partidas anteriores nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Os brasileiros derrotaram na fase de grupos os austríacos Horl/Horst, os canadenses Schachter/Dearing e os tchecos Perusic/Schweiner. Também se impuseram contra Van de Velde/Immers, de Países Baixos, nas oitavas de final.
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Duas duplas do Brasil foram eliminadas anteriormente, nas oitavas de final: Carol Solberg/Bárbara e André/George. As esperanças agora se concentram em Ana Patrícia/Duda, dupla número 1 do mundo no feminino. As duas disputam as quartas de final nesta quarta-feira, 7 de agosto.
O Brasil tem seis medalhas no vôlei de praia masculino em Jogos Olímpicos, incluindo os ouros de Ricardo/Emanuel em Atenas 2004 e de Alison/Bruno Schmidt na Rio 2016. Em Tóquio 2020, os brasileiros já haviam voltado sem medalhas pela primeira vez em 24 anos, desde Atlanta 1996.
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Como foi a partida
A dupla da Suécia começou a partida mais atenta e conseguiu abrir 4-0 no primeiro set. A partir de então, Evandro/Arthur conseguiram reduzir a diferença, mas sem nunca alcançar o empate. Nos detalhes de um bloqueio mal encaixado ou de um ataque forçado, os pontos pendiam mais aos adversários. Os suecos sustentavam uma vantagem de três a quatro pontos na maior parte do set, com o pedido de tempo brasileiro em 17-13.
A pausa foi importante para Evandro/Arthur voltarem com mais intensidade, mas o bloqueio de Hellvig era muito efetivo. Foram quatro pontos só no primeiro set. Evandro descia a mão e garantiu nove pontos de ataque no primeiro set, mas um saque para fora fechou a parcial em 21-17 para a Suécia.
O cenário se repetiu no segundo set, com Ahman/Hellvig anotando 4-1 de início. Os suecos chegavam mais inteiros nas jogadas e cometiam menos erros. A efetividade de Evandro/Arthur em outras partidas não se repetia. Os brasileiros pediram novo tempo quando o placar apontava 10-6 aos suecos.
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A potência de Evandro era importante para recolocar o Brasil na partida, mas a dupla da Suécia forçava o saque em Arthur, para seu companheiro ser exigido no passe. Além disso, Ahman/Hellvig se recuperava rapidamente das melhores sequências brasileiras. Foi assim no meio do segundo set, quando um 15-9 virou 15-12 e eles pediram tempo.
Aquele momento se tornou importante para o jogo esfriar e a habilidade de Ahman/Hellvig se impor na reta final. Deram ótimas demonstrações também da qualidade técnica, que valeu a vitória por 21-16 no segundo set. Destaque ainda aos três aces de Hellvig durante o segundo set.
Ahman/Hellvig avançam como fortes candidatos à medalha de ouro. Os jovens de 22 anos foram vice-campeões mundiais em 2023. Já na temporada 2024, os suecos tiveram quatro títulos em torneios Elite 16, os principais do circuito de vôlei de praia.
"Fico triste porque a gente vinha apresentando um bom voleibol, vinha crescendo como time, pensava em avançar cada vez mais, mas infelizmente a classificação não veio. Fizemos bons saques, um sistema defensivo legal, mas a nossa virada de bola não foi tão efetiva como em outros jogos. Vamos continuar trabalhando bastante", declarou Evandro, à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).
"Essa derrota vai doer, mas não vai tirar nada do que vivi aqui, uma experiência maravilhosa ao lado do Evandro. Abraçamos esse projeto, e ganhei confiança e melhorei meu vôlei ao lado dele. Fico feliz de ter vivido isso ao lado dele, e temos que levantar a cabeça e trabalhar cada vez mais", complementou Arthur, também à CBV.
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