Adestramento
As longas e coloridas tradições de adestramento remontam à Grécia Antiga. O adestramento, a maior expressão do treinamento de cavalos, é considerado a arte do hipismo e é usado como base para todas as outras disciplinas.
Treinado para batalha
Há dois mil anos, os antigos gregos reconheceram que, para que cavaleiro e cavalo sobrevivessem em batalha, era necessária uma cooperação completa entre os dois e desenvolveram o adestramento como um método para treinar os cavalos para a guerra. A habilidade de um cavalo em se mover rapidamente de um lado para o outro, galopar ou mudar de direção imediatamente, eram consideradas habilidades vitais.
Adestramento moderno
Com a desintegração da Grécia Antiga, a arte de cavalgar lentamente caiu no esquecimento até seu renascimento durante o período da Renascença. No século XVIII, o adestramento clássico atingiu seu auge com a criação da mundialmente famosa Escola Espanhola de Hipismo em 1729, em Viena, que lançou as bases da disciplina moderna. Mais recentemente, e com sucesso sem precedentes, o teste de estilo livre à música foi introduzido e desde então se tornou parte integrante do adestramento, fazendo sua estréia Olímpica em Atlanta 1996. O estilo livre é o auge da execução do adestramento, e quando funciona, o resultado é mágico.
Concurso Completo de Equitação
O Concurso Completo de Equitação é a disciplina de competição combinada mais completa, e exige do cavaleiro e do cavalo uma experiência considerável em todos os ramos do hipismo. Ela cobre todos os aspectos da disciplina: a harmonia entre cavalo e cavaleiro que caracteriza o adestramento; o contato com a natureza, a resistência e a ampla experiência essencial para o percurso; a precisão, agilidade e técnica envolvida nos saltos.
Antecedentes militares
Desenvolvido para testar e preparar os equinos da cavalaria, o evento tem uma longa e colorida história. Inicialmente, o objetivo era criar uma competição na qual oficiais e cavalos pudessem ser testados para quaisquer desafios que pudessem ocorrer em serviço ou fora dele. Também proporcionou uma base para comparar os padrões de treinamento entre as cavalarias de diferentes países.
Primeira mulher
Embora as mulheres tivessem sido autorizadas a disputar eventos do hipismo desde 1952, foi somente quando Helena du Pont competiu pelos Estados Unidos em Tóquio 1964 que o evento viu a primeira mulher a representar o seu país.
Mantendo a calma
Desde Atlanta 1996, extensos estudos e pesquisas foram realizados examinando os efeitos do calor e da umidade sobre os cavalos que participam de eventos hípicos. Os especialistas mundiais se dedicaram ao assunto e ao sucesso de todas as medidas em vigor, e os conhecimentos disponíveis para os Jogos Olímpicos de 2008 provaram ser inestimáveis. A riqueza de informações coletadas também serve como um grande recurso para os praticantes amadores de hipismo que enfrentam condições climáticas adversas ao redor do mundo.
História Olímpica
A prática de esportes hípicos foi incluída no programa Olímpico de Paris 1900 com eventos de salto, mas foi retirada até os Jogos de Estocolmo, em 1912. Desde então, este esporte tem sido incluído no programa Olímpico com notável regularidade.
Até 1948, somente homens competiam nos eventos, já que os cavaleiros tinham que ser oficiais das Forças Armadas. Esta restrição foi eliminada em 1951, e desde os Jogos de Helsinki em 1952, as mulheres competiram com os homens nos eventos mistos. Elas competiam primeiro em adestramento, depois gradualmente nos outros eventos hípicos.
Das três disciplinas que compõem o hipismo, o Concurso Completo de Equitação é o mais exigente. Na verdade, ele combina não apenas salto e adestramento, mas também um longo percurso em terreno misto com obstáculos naturais ou artificiais, às vezes imponentes.
Nos Jogos de 2008 em Pequim, o canadense Ian Millar conquistou a medalha de prata na equipe de salto, 36 anos após sua primeira participação nos Jogos Olímpicos em Munique, em 1972. Aos 61 anos, ele foi o medalhista mais velho nos Jogos de Pequim.
Salto
O salto se desenvolveu depois que cercas foram colocadas nas propriedades do interior da Inglaterra, levando os caçadores de raposas a exigir que os cavalos pudessem saltar.
Regras de cercamento
A disciplina, como conhecemos hoje, se desenvolveu como resultado da competição entre caçadores de raposas, após a introdução das regras de cercamento das propriedades que entraram em vigor na Inglaterra no século 18. Anteriormente, os caçadores galopavam pelos campos abertos em busca das raposas. Entretanto quando as cercas foram erguidas após as regras, uma nova habilidade tornou-se necessária: um cavaleiro hábil e um cavalo saltador.
Federico Caprilli
Muitos consideram o italiano Federico Caprilli como o "pai do hipismo moderno", um status que ele ganhou ao revolucionar a execução do salto. Antes dele, os cavaleiros se inclinavam para trás e puxavam as rédeas quando saltavam uma cerca. No entanto, esta técnica era desconfortável e incômoda para o cavalo. A solução de Caprilli era uma posição mais natural sentar-se mais à frente no cavalo. Esta técnica é agora universalmente utilizada.
História Olímpica
O cavalo fez sua primeira aparição nos antigos Jogos Olímpicos em 680 a.C. quando a corrida de bigas foi introduzida - e foi de longe o evento mais emocionante e espetacular do programa. Muitos séculos depois, quando os Jogos Modernos começaram, algumas tentativas sem sucesso, nomeadamente 1896, 1900, 1904 e 1908, precederam o sucesso das competições equestres no programa Olímpico de 1912. Nas décadas seguintes, os saltos foram dominados pelos militares, mas com a mecanização do exército ao longo dos anos, os civis se tornaram cada vez mais protagonistas. O declínio das equipes militares também abriu o caminho para as mulheres, que fizeram sua primeira aparição Olímpica de salto nos Jogos de 1956, em Estocolmo. Atualmente estão com muito mais frequência, se não mais, no topo do pódio.